Divulgando atualmente o
primeiro álbum, “Equilibrium” (2013), a banda Prólogo pode ser considerada uma
das mais fortes representantes do Metal moderno de Santa Catarina. Oriundo de
Criciúma, o quinteto formado por William Marchioro (vocal), Felipe Taboada e Jonas
Schlengman (guitarras), Welton Souza (baixo) e Lucas Taboada (bateria) é
responsável pela qualidade da música pesada atual sair fora do eixo Rio-São
Paulo e tem batido de frente (no bom sentido) com grandes bandas da região
sudeste. Conversamos com os irmãos Taboada, além do baixista Welton sobre
vários aspectos que envolvem a banda. Com vocês: Prólogo!
Primeiramente
conte um pouco de como se formou o Prólogo?
Lucas
Taboada: Eu e meu irmão (Felipe) fomos influenciados a ouvir
Rock desde pequenos, pois nosso pai sempre foi fã do gênero, então acabamos
despertando interesse em aprender algum instrumento também por influência do
meu avô que tocava. A partir daí não paramos mais, formamos uma banda de amigos
para se divertir, como a maioria das bandas começam, mas chegou uma hora em que
começamos a compor alguns sons e achamos que era hora de tentar levar isso a
sério, o que virou um sonho a ser alcançado pra gente. Escolhemos um nome,
gravamos o primeiro EP e começamos a estabelecer o que devíamos fazer. Depois
disso houve algumas mudanças na formação, mas a atual já está completando três
anos. A Prólogo é: William (Voz), Felipe (Guitarra/Voz), Welton (Baixo), Lucas (Bateria/Voz)
e Jonas(Guitarra/Voz).
A
palavra Prólogo tem diversos significados que possuem algumas semelhanças. O
que o nome representa para vocês e como surgiu a ideia do nome da banda?
Lucas:
O
nome não tem realmente um significado em específico pra gente, nós procurávamos
um nome em português e que soasse bem, essa foi uma das palavras que surgiram
em nossa lista e acabamos ficando com ela. Pesquisando vimos que Prólogo seria
o que antecede ou o que apresenta uma obra ou tema dela. Isso acabou se encaixando
perfeitamente em como nós nos sentíamos em relação à banda, estávamos começando
a nos dedicar mais a ela, era praticamente nosso tema de vida. Então unimos uma
coisa à outra, mas mesmo se não tivesse uma explicação o nome continuaria sendo
este eu acredito.
Como
foi o processo de composição do primeiro álbum “Equilibrium”? A sonoridade
encontrada nele sempre foi a proposta inicial da banda?
Felipe
Taboada: O processo de composição foi bem simples. Eu e o
Jonas tínhamos muitas ideias gravadas em casa, algumas até já eram um
“esqueleto” simples de uma música completa. Marcamos vários dias pra nos reunir
e ir finalizando os sons aos poucos, foram uns 2 meses até as gravações
iniciarem. Quando as gravações de bateria começaram, ainda não estávamos com os
vocais 100% prontos, mas como tivemos mais quase 1 mês de intervalo até o resto
das gravações, foi tranquilo pra finalizar. A sonoridade é de certa forma a
mesma, na “essência”, mas é bem diferente dos nossos primeiros trabalhos em
questão de maturidade e de novos elementos como os efeitos que eram algo novo
para nós e colocamos no álbum.
Afinal,
a banda aposta em uma sonoridade atual e em evidência. Creio que quando
iniciaram, esse tipo de som ainda não estava tão em voga. De qualquer forma,
encontra-se influencias mais antigas no som da banda, como a do Thrash dos anos
90 (principalmente nas guitarras). Quais são as maiores influências da banda?
Felipe:
as
grandes influências que me trouxeram pra esse estilo são sem dúvidas bandas
como Underoath, The Used e Linkin Park. Da parte mais agressiva nas guitarras,
eu e o Jonas ouvimos bastante os discos do As I Lay Dying, The Devil Wears
Prada, entre outras. Por fim e não menos importante, um disco que eu ouvi muito
enquanto estávamos compondo e sem dúvidas influenciou muita coisa que fizemos
nesse disco foi o “Live From Orensanz” do Taking Back Sunday, um acústico
animal dos caras.
Lucas:
É
interessante como muitas pessoas acham que nós fomos influenciados por coisas
mais antigas como você falou em relação ao Thrash dos anos 90, provavelmente
fomos, mas de uma forma mais indireta acredito, porque esse não era o som que
costumávamos ouvir direto, tocar cover e etc.. Mas, provavelmente, as bandas um
pouco mais novas onde nós nos influenciamos foram influenciadas por essas
antigas, sendo assim nós também, é louco isso.
Outro
fator que chama a atenção no álbum é a coesão. Não há um destaque individual e
sim um verdadeiro conjunto.
Felipe:
Isso
foi algo que veio naturalmente durante a composição, apesar de não planejarmos
exatamente compor as músicas relacionando-as, nós tentamos ao máximo não sermos
repetitivos, e o contexto geral acabou sendo criado porque utilizamos elementos
semelhantes como os efeitos encontrados em várias partes do álbum, e mesmo que
como detalhes, tornaram as músicas parte desse todo. Esses detalhes foram muito
legais de produzir e vejo-os como o algo a mais que completou as músicas do
álbum.
A
maioria das bandas do Metal atual, enfim, esse gênero específico, cantam em
português e possuem temas parecidos. Por que optaram em também em cantar em
português e o que pretendem passar em suas letras?
Lucas:
Acho que cantar em português foi uma coisa natural, desde que começamos a
compor alguns sons lá em 2008-2009 já era em português. Nós tínhamos alguma
noção de que pelo fato de estarmos no Brasil as pessoas se identificariam mais
se as letras fossem cantadas em nossa língua. Mas acho que foi algo mais
natural, até porque mesmo sabendo disso nós não almejávamos muita coisa na
época, e também estávamos começando, então ninguém manjava muito de escrever
letras em português, quem dirá em inglês. Nossas letras falam sobre desafios em
que passamos no nosso cotidiano, a dificuldade que as pessoas têm em conviverem
em paz, não deve existir preconceito contra qualquer coisa que seja, precisamos
aprender que nossos direitos e liberdade acabam onde os do próximo começam, que
devemos também sonhar mais e viver esses sonhos ao invés de reprimirmos eles,
porque parecem ser impossíveis ou porque alguém falou que é. Enfim, problemas
sociais e pessoais, nós sempre temos algo para evoluir e devemos evoluir. "Nós
somos a Prólogo, lutamos para fazer a diferença, lutamos pela mudança na qual
acreditamos, pelos sonhos que podem ser alcançados, e acima de tudo pelo
respeito e humildade para com o próximo."
A
alternância de vocais guturais com limpos é uma forte característica do estilo.
Vocês acham que isso faz com que a sonoridade da banda passe a ser mais
acessível, mesmo sendo pesada?
Felipe:
Nunca pensamos exatamente por esse lado quando estamos compondo, para nós é
algo natural, baseado no que sentimos que o momento da música precisa, mas eu
acredito que sim, existem mais pessoas que “digerem” o som quando ele é mais
cantado. Eu mesmo a primeira vez que escutei um gutural achei muito estranho,
não foi algo que acostumei de primeira, mas que com o tempo comecei a gostar.
O
disco foi produzido por Adair Daufembach que virou praticamente um perito no
Metalcore nacional. Como chegaram até ele e como foi ter o trabalho produzido
por Adair?
Lucas:
O
Adair é da nossa cidade, Criciúma/SC, então conhecemos e curtimos o trabalho
dele a bastante tempo, depois de termos trabalhado com ele na mix do nosso
primeiro EP (“Com Um Só Motivo” - 2009) e o Single “Tarde Demais” (2010) já
sabíamos que ele era a melhor pessoa pra fazer o trabalho de produção do “Equilibrium”.
Ele fez um trabalho excelente, com certeza é um dos maiores produtores do país.
Nós gravamos as baterias no estúdio dele em São Paulo, e o resto do CD foi gravado
aqui na minha casa e do Felipe em Criciúma. O Adair trouxe os equipamentos pra
cá, montamos um "estúdio" em um dos quartos, pegamos férias dos
nossos trabalhos e ficamos focados na gravação durante umas três semanas
seguidas, era gravação o dia todo, foi uma experiência bem legal.
Como
tem sido a repercussão do trabalho até então?
Lucas:
Tem sido melhor do que o esperado, a aceitação do público foi grande e bastante
gente nos elogiou pelo trabalho. Uma coisa que nos pegou totalmente de surpresa
foi que a página União Underground fez uma votação pública pra eleger o melhor
álbum de 2013 e nós acabamos ganhando. Definitivamente foi muito gratificante
saber que nossa dedicação a essas músicas foi reconhecida dessa forma pelos
leitores da página.
E
como anda a agenda da banda? Há espaços para se apresentar?
Lucas:
No momento só temos um show marcado dia 21 de Junho no Rio de Janeiro, vai ser
nossa primeira vez lá e estamos bem empolgados, pois já recebemos diversas
mensagens de pessoas do RJ falando que curtem nosso som. Após esse show
provavelmente faremos alguma coisa aqui em SC e depois disso iremos planejar
nossos próximos passos e futuros lançamentos. Quase todos nós trabalhamos além
da banda, então as vezes fica complicado fazer muitos shows seguidos longe, e
aqui não rola tanto show com bandas do estilo, mas sempre damos um jeito de
tocar que é o que mais gostamos de fazer. Em abril fizemos 4 shows no estado de
São Paulo ao lado de várias bandas que são nossos amigos, e também foi muito
legal a experiência de sair de Santa Catarina pra fazer três shows seguidos lá
ao invés de ir pra tocar um só ou raramente dois como estávamos acostumados,
nunca tínhamos conseguido fazer isso até então.
Quais
os planos para o resto do ano? Algo que nos possam adiantar?
Lucas:
Nós temos alguns planos para fazer versões acústicas de algumas músicas do CD e
também lançar alguns vídeos novos, mas nada concreto ainda. Um lançamento que
está certo e próximo é o webclipe ao vivo no Hangar110 da música Lenços Sujos, não temos uma data
definida, mas acredito que em Junho já esteja no ar.
Podem
deixar uma mensagem aos leitores.
Welton
Souza: A mensagem que deixamos é a mesma que sempre
passamos através de nossas composições, que de uma forma mais ampla sempre
falaram sobre desafios pessoais, igualdade, ética, problemas sociais e humanos
em geral. Acreditamos que um ser nunca será perfeito e igual a outro, que devemos
estar em constante evolução para nos encontrar, evoluir e ser uma pessoa cada
dia melhor. Entender que não há diferença, que cada um com seus defeitos e
qualidades soma como um todo, e isso você só aprende com a vida, com o tempo e
as pedras que você encontra pelo seu caminho. Àqueles que se interessarem podem fazer o download gratuito do
Álbum "Equilibrium" em nosso site oficial: http://prologomusic.com.br/. Acompanhe a banda pelo Facebook: https://www.facebook.com/musicprologo. Clipe, músicas, videos de viagens no
YouTube: https://www.youtube.com/user/prologomusic. Gostaríamos de agradecer ao espaço
cedido pelo Arte Metal. #SOMOSTODOSIGUAIS
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