sexta-feira, 18 de julho de 2014

Entrevista



Desde 2010 os dinamarqueses do Deus Otiosus vêm lançando álbuns regularmente e, o melhor, de qualidade irrepreensível. Neste ano, a banda soltou “Rise” seu terceiro disco que mostra uma banda evoluída, porém fiel às suas caraterísticas. Conversei com o baixista Jesper Holst que ao lado de Jesper Olsen (bateria), Henrik Engkjær e Peter Engkjær (guitarras) e do vocalista Anders Bo Rasmussen, vem conquistando ainda mais espaço.

“Rise” pode ser uma mescla entre os dois trabalhos anteriores. Você concorda?
Jesper Holst: Vemos “Rise” como um grande passo à frente em termos de composição e musicalmente, é como ele se destaca. Claro que mantemos nossas influências e garantimos uma progressão clara para cada álbum, mas definitivamente elevamos nossa forma de tocar em “Rise”, o que se tornou muito mais forte que os trabalhos anteriores.


Aliás, o terceiro álbum normalmente é o responsável por consolidar de vez a sonoridade de uma banda. Você acha que atingiram essa meta?
Jesper: Acho que muita gente conheceu nosso som agora. Passamos vários anos aprimorando nosso som e continuamos a acrescentar detalhes para melhorar o resultado. Por exemplo, gravar a bateria no Fastbeat Studio com Rasmus Toftlund fez com que a bateria soasse mais dinâmica e definida do que anteriormente. Pessoalmente, tenho afinado o som do baixo adicionando um driver pré-amp para dar um som mais grave e a agressividade triplicou. Então, sim, “Rise” consolida firmemente o caminho que queremos seguir com nossa música.

 
E vocês mudaram alguma coisa na forma de compor em “Rise”?
Jesper: Assim como aconteceu nos álbuns anteriores, Henrik Engkjær foi o principal compositor das músicas e das letras. No entanto, todos nós contribuímos com os arranjos mantendo a linha inicial que Henrik previa. Além disso, escrevi parte da letra de Vulture.


Qual o principal diferencial entre o novo disco e os dois anteriores?
Jesper: Estamos orgulhosos da nossa discografia, mas “Rise” realmente é um passo à frente dos anteriores. Cada faixa do álbum é forte e tem sua própria identidade. É um álbum mais coerente que “Murderer” (2010) e “Goddless” (2012), no sentido de que não fica trás de nenhum desses. Basicamente nada em “Rise” é coincidência, cada riff, cada palavra, cada estrutura da música foram cuidadosamente pensadas.


Nota-se uma latente evolução no trabalho das guitarras. Isso foi algo intencionado ou fluiu naturalmente?
Jesper: Todos os aspectos do nosso som foram melhorados em “Rise”, incluindo as guitarras. Mantemos o distintivo, som de guitarra crua que se conecta a velha escola do Death Metal que nos influencia. Em termos de habilidades, temos guitarristas sem paralelos no Deus Otiosus.


O primeiro álbum mostrava uma sonoridade mais cadenciada, enquanto “Goddless” (2012) é mais direto. Quase que retornando à primeira questão, nota-se que em “Rise” a variação rítmica é maior. Fale-nos um pouco a respeito disso.
Jesper: Em minha opinião “Rise” tem tanto passagens rítmicas quanto agressivas. Ouça Stand Up And Fight ou Vultures e você ouvirá estrondosos riffs rolando com muito ritmo, considerando que em músicas como Iron Rule ou Walk The Shadows você pode levar um chute na mandíbula desde o início. Esses toques dinâmicos juntos com baixo grau de compreensão na masterização. Tudo isso proporciona uma expressão mais dinâmica do que um Death Metal mais moderno.


E como tem sido a repercussão do disco tanto por parte do público quanto por parte da crítica?
Jesper: Logo após algumas semanas do lançamento já vimos as primeiras dezenas de comentários e as críticas têm sido muito positivas até o momento. Parece que as pessoas têm notado que temos melhorado nosso produto desde “Godless” e quando leio os comentários tenho ficado muito satisfeito que tantos tenham entendido o que queríamos alcançar com este álbum. Uma coisa é ter pegado firme tentando passar o que seu álbum representa, mas se isso não está chegando às pessoas é porque não está tendo sucesso. Com “Rise” parece que tantos os críticos como o público tem compreendido o álbum. De qualquer forma a boa reação dos fãs foi esmagadora. Vivemos por esse apoio.


Vocês tem tido algum retorno ou contato de fãs vindos do Brasil?
Jesper: Nós tínhamos um contato com o Brasil e a América do Sul no passado. Tanto que nosso primeiro disco, “Murderer” foi lançado via American Line Records em toda América do Sul o que criou uma boa base de fãs por aí.


O que a banda planeja como turnê? Tem se apresentado em vários lugares fora da Dinamarca?
Jesper: Acabamos de concluir uma mini-turnê pela Dinamarca com outras três bandas de Death Metal local. Isso culminou na participação no Copenhell Metal Festival em Copenhagen onde lançamos o álbum “Rise” há três semanas. No entanto, no momento, não há nenhuma turnê planejada ou shows agendados. Tocamos na Alemanha e Suécia antes e esperamos voltar, bem como ir ainda mais longe.


Muito obrigado pela entrevista. Deixem uma mensagem aos leitores.
Jesper: O prazer é todo meu! Nós não vemos a hora de invadir o Brasil um dia e levar os horrores do nosso novo álbum! Vocês podem ouvir o novo disco em nosso bandcamp (link abaixo). Hail!



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