Desde 2010 os
dinamarqueses do Deus Otiosus vêm lançando álbuns regularmente e, o melhor, de
qualidade irrepreensível. Neste ano, a banda soltou “Rise” seu terceiro disco
que mostra uma banda evoluída, porém fiel às suas caraterísticas. Conversei com
o baixista Jesper Holst que ao lado de Jesper Olsen (bateria), Henrik Engkjær e
Peter Engkjær (guitarras) e do vocalista Anders Bo Rasmussen, vem conquistando
ainda mais espaço.
“Rise”
pode ser uma mescla entre os dois trabalhos anteriores. Você concorda?
Jesper
Holst: Vemos “Rise” como um grande passo à frente em
termos de composição e musicalmente, é como ele se destaca. Claro que mantemos
nossas influências e garantimos uma progressão clara para cada álbum, mas
definitivamente elevamos nossa forma de tocar em “Rise”, o que se tornou muito
mais forte que os trabalhos anteriores.
Aliás,
o terceiro álbum normalmente é o responsável por consolidar de vez a sonoridade
de uma banda. Você acha que atingiram essa meta?
Jesper:
Acho que muita gente conheceu nosso som agora. Passamos vários anos aprimorando
nosso som e continuamos a acrescentar detalhes para melhorar o resultado. Por
exemplo, gravar a bateria no Fastbeat Studio com Rasmus Toftlund fez com que a
bateria soasse mais dinâmica e definida do que anteriormente. Pessoalmente,
tenho afinado o som do baixo adicionando um driver pré-amp para dar um som mais
grave e a agressividade triplicou. Então, sim, “Rise” consolida firmemente o
caminho que queremos seguir com nossa música.
E
vocês mudaram alguma coisa na forma de compor em “Rise”?
Jesper:
Assim como aconteceu nos álbuns anteriores, Henrik Engkjær foi o principal
compositor das músicas e das letras. No entanto, todos nós contribuímos com os
arranjos mantendo a linha inicial que Henrik previa. Além disso, escrevi parte
da letra de Vulture.
Qual
o principal diferencial entre o novo disco e os dois anteriores?
Jesper:
Estamos orgulhosos da nossa discografia, mas “Rise” realmente é um passo à
frente dos anteriores. Cada faixa do álbum é forte e tem sua própria
identidade. É um álbum mais coerente que “Murderer” (2010) e “Goddless” (2012),
no sentido de que não fica trás de nenhum desses. Basicamente nada em “Rise” é
coincidência, cada riff, cada palavra, cada estrutura da música foram
cuidadosamente pensadas.
Nota-se
uma latente evolução no trabalho das guitarras. Isso foi algo intencionado ou
fluiu naturalmente?
Jesper:
Todos
os aspectos do nosso som foram melhorados em “Rise”, incluindo as guitarras.
Mantemos o distintivo, som de guitarra crua que se conecta a velha escola do
Death Metal que nos influencia. Em termos de habilidades, temos guitarristas
sem paralelos no Deus Otiosus.
O
primeiro álbum mostrava uma sonoridade mais cadenciada, enquanto “Goddless”
(2012) é mais direto. Quase que retornando à primeira questão, nota-se que em
“Rise” a variação rítmica é maior. Fale-nos um pouco a respeito disso.
Jesper:
Em minha opinião “Rise” tem tanto passagens rítmicas quanto agressivas. Ouça Stand Up And Fight ou Vultures e você ouvirá estrondosos riffs
rolando com muito ritmo, considerando que em músicas como Iron Rule ou Walk The Shadows
você pode levar um chute na mandíbula desde o início. Esses toques
dinâmicos juntos com baixo grau de compreensão na masterização. Tudo isso
proporciona uma expressão mais dinâmica do que um Death Metal mais moderno.
E
como tem sido a repercussão do disco tanto por parte do público quanto por
parte da crítica?
Jesper:
Logo após algumas semanas do lançamento já vimos as primeiras dezenas de
comentários e as críticas têm sido muito positivas até o momento. Parece que as
pessoas têm notado que temos melhorado nosso produto desde “Godless” e quando
leio os comentários tenho ficado muito satisfeito que tantos tenham entendido o
que queríamos alcançar com este álbum. Uma coisa é ter pegado firme tentando
passar o que seu álbum representa, mas se isso não está chegando às pessoas é
porque não está tendo sucesso. Com “Rise” parece que tantos os críticos como o
público tem compreendido o álbum. De qualquer forma a boa reação dos fãs foi
esmagadora. Vivemos por esse apoio.
Vocês
tem tido algum retorno ou contato de fãs vindos do Brasil?
Jesper:
Nós tínhamos um contato com o Brasil e a América do Sul no passado. Tanto que
nosso primeiro disco, “Murderer” foi lançado via American Line Records em toda
América do Sul o que criou uma boa base de fãs por aí.
O
que a banda planeja como turnê? Tem se apresentado em vários lugares fora da
Dinamarca?
Jesper:
Acabamos
de concluir uma mini-turnê pela Dinamarca com outras três bandas de Death Metal
local. Isso culminou na participação no Copenhell Metal Festival em Copenhagen
onde lançamos o álbum “Rise” há três semanas. No entanto, no momento, não há
nenhuma turnê planejada ou shows agendados. Tocamos na Alemanha e Suécia antes
e esperamos voltar, bem como ir ainda mais longe.
Muito
obrigado pela entrevista. Deixem uma mensagem aos leitores.
Jesper:
O
prazer é todo meu! Nós não vemos a hora de invadir o Brasil um dia e levar os
horrores do nosso novo álbum! Vocês podem ouvir o novo disco em nosso bandcamp
(link abaixo). Hail!
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