Os franceses do Karne
lançaram em 2014 seu primeiro álbum. Intitulado “Faith in Flesh”, o disco
surpreende pela agressividade e melodia, resultando num trabalho de Black Metal
de extremo bom gosto. Fruto de mais uma parceria entre o selo alemão Quality
Steel Records e a gravadora brasileira Shinigami Records, o disco foi lançado
em nossas terras. Conversei com o baterista Bael que, ao lado de Eingeweide
(vocal), R e H.K.A (guitarras), Hraesvelg (baixo), busca ainda mais espaço no
underground mundial.
Como
foi compor o primeiro álbum “Faith In Flesh” (2014)? Se sentiram pressionados
por ser o debut?
Bael:
"Faith in Flesh" é resultado de um longo trabalho. Algumas músicas
estão sendo tocadas há três anos. R. e H.K.A as rearranjaram para fazer um
disco homogêneo. A maioria do processo de composição não foi muito difícil.
Sabíamos o que queríamos e R. fez um trabalho realmente bom para atingir o
nosso objetivo.
O
disco traz um Black Metal com características primitivas, mas com certa
melodia. Essa foi a intenção da banda ou fluiu naturalmente?
Bael:
Ambas as respostas estão certas. O fluxo natural tornou-se nossa intenção. O
Karne começou fazendo um Black Metal agressivo sem compromisso. Hoje é
praticamente a mesma coisa, mas surgiram as melodias para fazer uma mescla
perfeita entre brutalidade e melodia/beleza.
Aliás,
apesar dessa sonoridade primitiva vocês optaram por uma produção de qualidade.
Como foi este processo.
Bael:
Queríamos uma grande produção, mas também uma grandiosa produção Black Metal. Pensei
em nomes como Deafheaven, e os últimos álbuns do Abigail Williams e Woods of
Desolation.
A
produção ficou a cargo de Grind-Vince (que também mixou e masterizou o
trabalho). Como foi trabalhar com ele?
Bael:
Foi ótimo! Vince é um grande amigo nosso. Já conhecíamos o seu trabalho e ele
foi nossa primeira opção para gravar o álbum. Outro cara começou a mixar as
faixas, mas ficou ruim, então voltamos naturalmente a trabalhar com Vince. Ele
fez exatamente o que queríamos.
Apesar
de haver um foco maior em músicas velozes, a banda ainda varia um pouco o
ritmo. Qual a importância você vê nesse tipo de variação?
Bael:
Como eu disse a essência do Karne é a brutalidade, velocidade, melodia/beleza.
Queremos que nossa música permaneça na sua cabeça e bata em seu estômago.
E
voltando a falar da melodia, apesar de soar um pouco melódicas, vocês dispensam
arranjos sinfônicos de teclados. Isso foi uma opção ou vocês não gostam mesmo
disso? Enfim, não houve necessidade?
Bael:
Teclados? Sem chances! Acho que mataria o que fazemos. Guitarra, baixo, bateria
e vocal, nada mais.
Ouvindo
o álbum jamais imaginei que as linhas vocais fossem feitas por uma mulher. Só
percebi isso olhando o encarte...
Bael:
Ela faz o seu trabalho como cada um de nós.
O
disco foi lançado pela Quality Steel Records que, em parceria com a Shinigami
Records, foi lançado no Brasil. Como é ter o trabalho lançado por aqui?
Bael:
A Quality Steel Records tem feito um grande trabalho. Recebemos vários comentários!
Acho que não se trata de países, são pessoas. Em todos os países há pessoas que
gostam ou não do som que o Karne faz. Falam sobre nós na Alemanha, Indonésia,
Reino Unido, Polônia, França, e claro, no Brasil. Algumas pessoas o mencionaram
como ‘melhor álbum de estreia do ano’, isso é incrível e motivador. Temos bons
comentários vindo de vocês, Metal Samsara e Mondo Metal, citando os do Brasil.
E
quais os planos para 2015?
Bael:
Tocar e trabalhar no segundo álbum. Composições estão a caminho.
Pode
deixar uma mensagem aos fãs brasileiros.
Bael:
Se realmente existem fãs no Brasil, isso é realmente incrível. Eu amo a ideia
de ser ouvido de tão longe. Quero agradecer a todos caras e garotas que nos
apoiam no Brasil. Vou tomar uma bebida – ou duas – por vocês todos!
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