25 anos de carreira, três
álbuns lançados totalizando sete trabalhos, shows com grandes nomes do Metal
mundial e um nome consolidado no cenário fluminense. Tudo dedicado ao Thrash
Metal e sem interrupções, apesar dos problemas comuns que toda banda enfrenta.
Hoje com Marco Anvito (vocal/baixo), Marcelo Ledd (bateria), Celso Rossatto
(guitarra) e o recém chegado guitarrista Alexandre Carreiro (As Dramatic
Hoamge), a banda colhe seus frutos de muito esforço e prepara um lançamento de
comemoração. Sobre estes e outros assuntos, eis as palavras dos membros mais
antigos da banda.
São
25 anos de carreira praticamente ininterruptos. O que a banda Hicsos tem a
comemorar neste ano que completa essa marca memorável?
Anvito:
Pô
mano, muita coisa. Amizade dos integrantes (mesmo os ex ainda são amigos), lugares
que conhecemos tocando, shows maravilhosos, reconhecimento, amor pelo Metal e
acima de tudo ainda ter saúde para estar na estrada. (risos)
Marcelo
Ledd: Primeiro acho que podemos dizer que realizamos
muitas coisas nesses vinte e cinco anos, vi muita banda parar e voltar e parar
de novo, mas o Hicsos tem orgulho de estar aí por todo esse tempo sem tirar de
dentro e sem tirar o pé do peso e da violência musical que sempre caracterizou
a nossa música. Tudo de bom e ruim valeu à pena.
É
uma vida praticamente e metade da vida do Heavy Metal em si. Como a banda via o
cenário no início, meio e atual do Metal, principalmente aqui no Brasil?
Anvito:
Acho que na década de 80 e 90 as coisas eram muito mais difíceis, mas também
muito mais passionais, tínhamos que mandar carta, enviar fita demo era difícil
mesmo. Hoje tem a internet que estreitou muito as distâncias, você quer escutar
uma banda nova já tem um MP3 pra download, tudo muito rápido. Por um lado bom para divulgar e por outro
ruim porque a venda de CDs físicos diminuiu demais.
Marcelo
Ledd: É uma vida mesmo, lembro dos anos oitenta e tinha
todo esse tesão e ao mesmo tempo a inexperiência também, isso foi mudando, as
bandas foram aprendendo na estrada, fazendo... E com a gente não foi diferente,
a década de noventa já começou a mostrar o caminho que seria tomado e hoje acho
que as facilidades encontradas tornam as bandas niveladas, mas não sei se por
baixo ou por cima. Ninguém pensa mais em ter uma demo, todo mundo quer ter um
álbum, mesmo que seja virtual. Antigamente ter uma demo era a meta de toda
banda que estava começando, o resto é isso que o Anvito falou , somando o roubo
de música com os downloads ilegais. Mas vejo uma enorme melhora em termos de
estrutura.
Hicsos 2004 |
E
quais os momentos mais marcantes na carreira de vocês, além dos mais difíceis?
Anvito:
Ter tocado com grandes bandas, os grandes festivais e a tour pela Europa foram
pra mim os momentos mais marcantes.
Aprendemos muito e foi muito prazeroso. Os mais difíceis... Bem sempre
tem aquelas furadas de shows mal produzidos com pouquíssimo público e som
horrível, mas prefiro não citar. (risos)
Marcelo
Ledd: Os shows com as bandas que sempre curti desde bem
jovem, os festivais, a tour europeia, a primeira entrevista para uma revista e
a longa vida da banda são momentos marcantes. Os momentos ruins acho que troca
de integrantes e projetos que não saíram como desejávamos .
Mesmo
com 25 anos de carreira o Hicsos possui apenas três álbuns de estúdio. Acredito
que vocês já tentaram produzir mais material, mas por que a banda não chegou a
lançar mais material completo?
Anvito:
Grana, conciliar trabalho com banda e troca de formação foram nossos grandes
vilões.
Marcelo
Ledd: É falta de grana e troca de formação atrapalha
bastante, mas hoje em dia as gravadoras não investem tanto quanto foi no
passado, isso também inibe os projetos.
Aliás,
foram 14 anos até lançar o debut. Por que essa demora?
Marcelo
Ledd: Exatamente por causa de custos, as gravadoras
começaram a ter uma queda em suas vendas do meio dos anos noventa pra cá, isso
foi só o reflexo do que viria.
D.R.I.,
Mercyful Fate, Anthrax, Ratos de Porão, Korzus, Destruction, Obituary, Napalm
Death são apenas alguns nomes dos quais vocês já dividiram o palco. Olhando pra
trás e vendo isso, qual o sentimento? E como foi se apresentar com esses
ícones?
Anvito:
Sentimento de sonho realizado. Dividir palco com aquelas bandas que ouvimos
muito e somos fãs é uma sensação indescritível.
Com esses shows nós adquirimos mais experiência e crescemos muito
musicalmente.
Marcelo Ledd: Como o
Anvito disse, sonhos de conhecer os caras que sempre estiveram na minha
vitrola. O ganho de experiência é sempre maior quando estamos fazendo shows com
bandas de porte, mas às vezes também vem as decepções com alguns produtores
sobre o tratamento com as bandas de abertura.
Hicsos 1990 |
A
banda é adepta do Thrash Metal, provavelmente influenciada pelo ‘boom’ da cena
na década de 80. Ou seja, vocês também passaram pela baixa do estilo e viveram
o ‘revival’ que há uns
5, 6 anos o estilo vem vivendo. Como enxergam esse novo ‘boom’ e como vocês
vêem essas novas bandas surgindo?
Marcelo
Ledd: É, os anos oitenta foram fonte de inspiração mesmo,
fizemos o som que ouvíamos na época. Mas só vimos a baixa no mainstream, o
nosso cotidiano continuou o mesmo, a única coisa que realmente mudou foi que as
gravadoras desistiram do Thrash e hoje querem as bandas novas que fazem o som
velho. É bom ver bandas de Metal surgirem, em qualquer estilo que seja, isso é
que mantém uma cena viva.
Aliás,
vocês indicariam alguma banda de Thrash Metal da nova geração?
Anvito:
Eu tenho amigos pessoais de bandas de Thrash que curto demais o som deles. O No
Remorse é um ótimo exemplo de banda de Thrash da nova geração.
Marcelo
Ledd: Acho que o No Remorse e o Vox Morten aqui do Rio.
Gostaria
que vocês comentassem sobre cada um de seus discos na resposta seguinte: “Eatin'
Concrete” (2004), “Technologic Pain” (2007) e “Circle of Violence” (2013).
Anvito:
O “Eatin’ Concrete” foi nosso debut, com ele aprendemos muito sobre gravação
profissional. No “O Technologic Pain” ficamos morando por 15 dias no estúdio
Mr. Som em SP e demos uma atenção mais profunda nas gravações além de termos
algumas participações de músicos renomados como Pompeu e Heros do Korzus e
Regis e Edu do Scars. “O Circle of Violence” nós gravamos em nosso estúdio e
mandamos o material para mixagem e masterização no Mr. Som. Foi um trabalho muito mais cuidadoso desde o
material sonoro até a arte do CD.
Marcelo
Ledd: “Eatin’ Concrete” - primeiro disco que tem seus bons
e maus momentos, mas serviu de aprendizagem.
“Technologic Pain” - Esse
foi bem mais trabalhado, fizemos as músicas com mais calma, pensando na
gravação. A produção foi muito melhor e as músicas representaram o que é o
Hicsos em sua essência .
“Circle of Violence”:
Em termos de produção foi o melhor de todos, mas acho que musicalmente não
representou o que somos como banda, o trabalho é muito bom, mas as composições
ficaram na mão de uma só pessoa e isso não me agradou, sempre fomos uma
unidade. Esse disco teve uma ótima resposta assim como o “Technologic Pain” e
ainda esta nas lojas.
Falando
dos dias de hoje, no que vocês vêm trabalhando? O que podem nos adiantar sobre
um novo lançamento?
Anvito:
Hoje estamos entrosando a nova formação, fazendo novas composições e
trabalhando no projeto de filmagem e edição de nosso DVD de comemoração dos 25
anos.
Marcelo
Ledd: Aguardem que teremos várias participações nesse DVD
que reproduzirá em imagens a nossa história.
Enfim,
qual a fórmula para tanta persistência e se manter na ativa dentro do Metal que
é um estilo não tão aceito por aqui?
Anvito:
Amor
pelo Metal. E acima de tudo amizade entre nós. Gostamos de estar juntos tocando
e gostamos demais do Metal!
Marcelo
Ledd: Tesão por essa música chamada Thrash Metal,
enquanto aguentarmos estaremos fazendo esse som.
Parabéns!
Fica este espaço pra vocês deixarem uma mensagem aos fãs que os acompanham
ontem, hoje e sempre.
Anvito:
Obrigado
a todos vocês do Blog Arte Metal. Queria agradecer também a todos os nossos fãs
e amigos que nos dão força e motivação para seguir em frente. Visitem nossa
página no Facebook (https://www.facebook.com/officialhicsos)
e site (www.hicsos.com.br).Abraço
a todos. Stay Heavy!
Marcelo Ledd: Obrigado
pelo espaço e apoio. Todos os fãs podem esperar pelo DVD que será muito bacana
de assistir, sempre teremos mais alguma coisa pra mostrar, não deixem de ver a
nova formação que está muito bem entrosada.
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