Por Rodrigo Costa
Teria tudo pra ter sido apenas mais um show de
bandas de Heavy Metal na noite carioca, mas o que se viu no Rock Experience –
ótima casa de shows, diga-se de passagem - foi uma avalanche de petardos
destilados por Endless e Melyra.
Mas vamos por partes.
Após a abertura da casa, a DJ Cammy Marino deu um
clima super especial ao evento com um playlist de deixar até os mais céticos de
cabelo em pé. Muito Metal, Hard Rock e clássicos pra preparar o público pros
shows.
Às 22h40, a banda Melyra subiu ao palco para fazer a
abertura do evento. Com um set list nervoso, muita presença de palco, técnica
acima da média e um carisma poucas vezes visto em bandas com tão pouco tempo de
existência – Melyra foi formada em 2012 -, a banda feminina liderada pela
virtuosa vocalista Mariana "Elbereth" Figueiredo, tocou músicas de
seu primeiro CD, além de All We Are,
do Warlock.
O show da Melyra me tirou sorrisos sinceros do
rosto, mas eu não tinha ideia do que estava por testemunhar...
Por volta da meia noite, o Endless sobe ao palco.
Sinceramente, apesar de ter assistido alguns shows da banda na década de 90 e
início dos anos 2000, não sabia muito que esperar do sexteto carioca depois de tantos
anos fora da estrada. Ainda mais com a formação quase original, tendo como
única baixa o guitarrista Gustavo Di Pádua (Almah e Aquaria) que foi
substituído pelo tão virtuoso quanto, Luciano de Souza.
Mas vamos ao show lá, com um set list que mesclou
músicas dos dois primeiros álbuns da banda – “Eternal Winds” (1995) e “A Dream
at the Sun” (2008) – a sensação que tive foi que o tempo não passou para o
Endless. Após uma introdução primorosa, Running
to be Ffree e Playwright foram
executadas de forma a deixar muita banda gringa no chinelo. Nesse momento tive
a nítida sensação de que o Endless tinha voltado muito mais maduro e
performático. Em seguida, vieram Vision
Of Tomorrow e Holy Ground, ambas
do primeiro álbum.
Músicas como Shades
Of Night, Memories I´Ve Saved e Laments Of The Sky Of Winds não deixaram
as cerca de 180 pessoas presentes – lotação 200 – paradas.
Para minha surpresa, tocaram uma nova música chamada
Save Me From Myself, uma porrada ao
melhor estilo Stratovarius que sairá no novo álbum da banda, programado para
Janeiro de 2016.
Ponto negativo: o som da casa poderia estar um pouco
mais definido. Em alguns momentos quase não se ouvia a voz ou as guitarras. Na
metade do show, o vocalista Vitor Veiga fez um breve set acústico, provando por
que é tão admirado no Japão e Europa.
Outra grata surpresa foi a execução de I Want It All, do Queen, seguida do Power
Metal I Don´T Want To Surrender,
música do segundo álbum. Após cerca de uma hora e quinze, o Endless fechou o
show com as clássicas Wasting My Time
e Eternal Winds, ambas do primeiro
álbum, com o público cantando em uníssono.
Resumo da ópera: o que vi foi um dos melhores shows
de Heavy Metal desse ano. Que o Endless ainda tenha muitos anos de estrada e a
Melyra continue nos presenteando com seu som nervoso e carismático.
E pra você que não foi e você vive reclamando que
não tem show de qualidade na cidade que mora, pois o cenário é fraco, tá ai!
Endless, de volta... E que os ventos sejam eternos.
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