(2015
– Nacional)
Black
Hole Productions
Quem ouviu o primeiro
EP destes paulistanos do Jupiterian, “Archaic” (2014), sabia que o que estava
por vir teria grandes chances de ter muita qualidade e é isso que este debut
traz. Além de resgatar as características do tão hoje em dia mesclado Death/Doom
Metal, a banda consegue soar atemporal e impor climas variados em sua viagem
musical.
Em primeira instância,
peguemos as estruturas das composições. Mostrando conhecimento de causa, a
banda impõe guitarras sujas e com afinação baixa (oriundas das influências de
Sludge) que dão a tônica para o ritmo arrastado imposto por uma cozinha
orgânica e obscura. Tudo tendo a frente vocais urrados, quase monocórdios, mas
que ainda alternam alguns momentos com impostações rasgadas.
Com temáticas exóticas
que vão desde a mitologia, passando pela cosmologia ao ocultismo, o Jupiterian
não cai na aura melancólica tão comum no estilo. Mesmo com um clima negativo, e
de certa forma deprimente, a banda consegue ser versátil transmitindo diversos
sentimentos que levam o ouvinte a uma verdadeira viagem musical.
Todas as
características descritas acima fazem com que as cinco composições, mesmo sendo
longas, não soem cansativas e tornem o conjunto da obra algo esplêndido e de
extremo bom gosto. Fato que se confirma ainda mais com o bom nível da produção
que passa longe das ‘plastificações sonoras’ de hoje em dia.
É difícil destacar
apenas uma ou outra música no disco, afinal cada uma possui sua própria
característica, incluindo a bônus Drag Me
To My Grave que serviu como prévia do trabalho. O fato é que o Jupiterian
comprova a força do Doom Metal nacional e é mais um grande nome diferenciado
que merece atenção. Vale mencionar que o disco foi lançado em agosto pela
gravadora norte-americana Caligari Records e nacionalmente pela Black Hole
Productions com uma arte diferente. E a saga continua, afinal sempre aparece um
excelente álbum após a lista de melhores do ano e “Aphotic” entraria fácil
nela.
9,0
Vitor
Franceschini
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