quarta-feira, 13 de janeiro de 2016

Jupiterian – “Aphotic”

(2015 – Nacional)

Black Hole Productions


Quem ouviu o primeiro EP destes paulistanos do Jupiterian, “Archaic” (2014), sabia que o que estava por vir teria grandes chances de ter muita qualidade e é isso que este debut traz. Além de resgatar as características do tão hoje em dia mesclado Death/Doom Metal, a banda consegue soar atemporal e impor climas variados em sua viagem musical.

Em primeira instância, peguemos as estruturas das composições. Mostrando conhecimento de causa, a banda impõe guitarras sujas e com afinação baixa (oriundas das influências de Sludge) que dão a tônica para o ritmo arrastado imposto por uma cozinha orgânica e obscura. Tudo tendo a frente vocais urrados, quase monocórdios, mas que ainda alternam alguns momentos com impostações rasgadas.

Com temáticas exóticas que vão desde a mitologia, passando pela cosmologia ao ocultismo, o Jupiterian não cai na aura melancólica tão comum no estilo. Mesmo com um clima negativo, e de certa forma deprimente, a banda consegue ser versátil transmitindo diversos sentimentos que levam o ouvinte a uma verdadeira viagem musical.

Todas as características descritas acima fazem com que as cinco composições, mesmo sendo longas, não soem cansativas e tornem o conjunto da obra algo esplêndido e de extremo bom gosto. Fato que se confirma ainda mais com o bom nível da produção que passa longe das ‘plastificações sonoras’ de hoje em dia.

É difícil destacar apenas uma ou outra música no disco, afinal cada uma possui sua própria característica, incluindo a bônus Drag Me To My Grave que serviu como prévia do trabalho. O fato é que o Jupiterian comprova a força do Doom Metal nacional e é mais um grande nome diferenciado que merece atenção. Vale mencionar que o disco foi lançado em agosto pela gravadora norte-americana Caligari Records e nacionalmente pela Black Hole Productions com uma arte diferente. E a saga continua, afinal sempre aparece um excelente álbum após a lista de melhores do ano e “Aphotic” entraria fácil nela.


9,0

Vitor Franceschini


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