quinta-feira, 30 de junho de 2016

Entrevista: Rising



Por Gleison Junior (Roadie Metal)

O baixista e fundador da banda "Rising" concedeu uma entrevista ao apresentador do programa Roadie Metal, Gleison Junior. Na entrevista, o músico comenta sobre a mudança de direcionamento da música executada pela banda, o time de estrelas que ele conseguiu reunir e sobre os planejamentos para o futuro da banda. Confira.

Primeiramente, gostaria que contasse como surgiu a ideia de formar a banda Rising?
ZÉLÃO BAAL: Em 2013, na cidade de Itaí, interior de São Paulo, eu vinha de diversas tentativas de montar uma banda séria, com proposta de música autoral em primeiro lugar, e tínhamos conseguido isso com uma banda de Heavy tradicional. Chegamos a nos apresentar em alguns festivais da região. Paralelamente, comecei a ouvir muitas bandas da dita cena "Stoner" da Europa. Bandas como Graveyard, Kadavar, Rival Sons, que fazem um resgate da sonoridade setentista do Rock, e comecei a sentir vontade de criar um projeto semelhante. Foi assim, como uma banda autoral de sonoridade "vintage", que a Rising nasceu.

O que foi determinante, na sua opinião, para escolha do estilo que a banda executa?
ZÉLÃO BAAL: 
Hoje, a Rising é uma banda de Heavy Metal tradicional. O que foi determinante para isso foi, com toda a certeza, a paixão que cada um dos membros da banda tem por esse estilo, e o quanto ele molda o que fazemos e gostamos, e o quanto está presente nas nossas vidas!

A banda lançou ainda com a formação antiga uma música que se chama “Hexencraft”. Nela percebemos uma linha mais voltada ao Classic Rock com fortes influências de Rock Progressivo. Recentemente, a banda lançou a música “Road of Metal” com uma roupagem totalmente diferente, mais limpa e um Hard/Heavy bem mais envolvente. Qual o motivo dessa mudança?
ZÉLÃO BAAL: 
A “Hexencraft” tem uma história própria. Ela foi composta por mim em 2011 para a banda Speed/Heavy que tínhamos em Itaí. A primeira versão dela é bem Speed Metal, e chegamos a tocar muito ela naqueles anos naquela "cara" que ela. Quando passei ela para a Rising, nosso primeiro guitarrista, um goiano chamado Angelo Conceição - que também estava bastante envolvido na época com a sonoridade clássica da cena Stoner -, rearranjou ela comigo para o Classic, mantendo a mesma letra, e o vocalista Riq a interpretou de forma muito particular, muito boa. Então foi uma soma que terminou resultando naquele arranjo. Pois bem, passou-se o tempo e o Angelo retornou, por motivos particulares, para Goiás, e eu e o Riq nos reunimos e decidimos que faríamos Heavy Metal nesta nova fase da Rising. Foi algo que estava "gritando", brother! Estava na nossa vontade em comum! Recrutamos membros de São Paulo seguindo essa lógica de se fazer Heavy autoral, e a “Road of Metal” surgiu para mostrar a todos que acompanham a banda que estamos fazendo o que verdadeiramente gostamos e ansiamos fazer! Heavy puro! Tradicional! Oitentista!


A banda hoje é formada por um time de peso; muitos músicos que fazem parte da Rising possuem outras bandas e outros projetos. Como foi chegar até eles e como fez essa escolha?
ZÉLÃO BAAL: 
Eu segui alguns critérios. Primeiro: ser um verdadeiro headbanger do Underground, amar Heavy Metal de forma real e tradicional; Segundo: ser experiente, estar nessa busca já há algum tempo, forjado na cena e nas batalhas que consequentemente enfrentamos por fazer Heavy Metal; por fim: ser residentes de São Paulo, capital, pois depois de tanto tentar em Itaí sem alcançar os resultados que eu esperava, pois sempre quis solidificar uma banda de música autoral que conseguisse lançar nossos materiais. Levar o trabalho pra São Paulo foi algo lógico que fiz, pois aí tudo começou a andar. Entrei em contato com eles e compreenderam o que eu almejava, e juntaram forças comigo e com o Riq, que já vinha desde o ano passado trabalhando comigo na Rising. O Jean Praelli eu já conhecia, pois tocamos juntos num festival em Itaí em 2013. O Carlos Kippes e o Rodolfo fui conversar com eles depois de aceitarem a parada. Nisso, outro critério foi importante: o que eles fazem na banda que tocam. O trabalho deles! Eles são ótimos músicos, e me orgulho de tê-los nessa banda! Todos eles!



Por muitos dos músicos da Rising possuírem outras atividades com outras bandas, você acredita que isso pode atrapalhar o processo criativo da banda?
ZÉLÃO BAAL: 
Não atrapalha, pois sabemos concatenar bem as coisas! Eles tocam em bandas autorais também, mas cada qual tem sua "cara", seu jeito de fazer Rock e Metal. Outra, nosso trabalho tem um dinamismo muito bom, não sofremos pressão também de prazo ou coisa parecida. Tudo tem fluído muito bem!

Falando sobre o futuro, vocês têm alguma previsão para lançar o primeiro álbum?
ZÉLÃO BAAL: 
Estamos trabalhando dia após dia para que isso ocorra em breve. Mas vamos seguir passo a passo sem afobação, seguindo a lógica de todas as bandas independentes da cena verdadeira do Metal underground. Lançamos a single “Road of Metal”, e vamos lançar um EP até agosto, com cinco músicas. Elas já estão prontas, porém ocorreu um imprevisto com o Carlos: ele fraturou um dedo da mão direita dele, e estamos aguardando a recuperação dele. Depois, a gravação vai ocorrer com força total! O álbum, obviamente, se tornará inevitável. Mas acho que podemos pensar nisso lá pelo ano que vem! Queremos gravar esse EP e tocar! Tocar bastante, em eventos e festivais! O passo a passo tradicional de uma banda de Metal com pés no chão!

Qual a principal característica das letras da banda Rising? O que a banda quer passar ao público em suas letras??
ZÉLÃO BAAL:
 Neste momento temos abordado muito a luta que é o underground. A “Road of Metal” fala sobre isso, inspirada na sua própria história, Gleison, em frente ao programa Roadie Metal, e o quanto isso é importante para divulgarmos a cena que está ocorrendo! Chega a fomentar a cena! Tem outras que falam da vida urbana, da noite, e por aí vai. Quem está escrevendo as novas letras é o Riq. Ele tem sido neste momento o nosso letrista. A “Hexencraft” fala sobre a aparição de um ser evocado, e fui eu que escrevi... Enfim, não acho que ficaremos presos a algum assunto. Acho que seremos bem dinâmicos, mantendo sempre fiel aos temas do Metal.

O Hard Rock vem crescendo com várias bandas novas. Vivemos um dos melhores momentos em se tratando de criatividade e renovação do estilo. Qual o grande diferencial da banda Rising nesse meio que está tão em alta?
ZÉLÃO BAAL: 
Eu vejo a cena, principalmente a nacional, como um caldeirão fervilhando de coisas boas ocorrendo, de bandas boas, ótimos álbuns, e excelentes eventos. Claro, tem toda a dificuldade inerente, mas tem sido gratificante. A Rising nasceu no Hard mas evoluiu para o Heavy tradicional, e acho que nosso diferencial pode ser o quão fiel somos às raízes do que consideramos Heavy tradicional, principalmente tudo que ocorreu de bom nos anos 80, NWOBHM e semelhantes. Em nossa música, isto tudo está no nosso DNA! É sinceridade acima de tudo!

Para finalizar, deixe um recado ao leitor dessa entrevista em nome da banda Rising!
ZÉLÃO BAAL: Eu queria agradecer imensamente a vocês, leitores deste site, por tudo que fazem pela cena, pois antes de tudo somos e formamos uma irmandade pela música que curtimos! Todos nós que estamos envolvidos com o Metal temos que nos tratar como irmãos, sermos unidos, pois nossa realidade não é fácil, principalmente aqui no Brasil. Ninguém está nessa por dinheiro, e sim pela boa música e para enaltecer o Metal. Essa é nossa vida, e somos todos parte disso. Muito obrigado, e quero pedir que acompanhem a Rising, que sairá muita música nos próximos meses, e em breve nos vemos em algum fest fodido por aí! Vida longa ao Metal!!!


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