(2016 – Nacional)
Abigail Records
Quando os incomparáveis
guitarristas Hank Shermann e Michael Denner (ambos do Mercyful Fate) anunciaram
essa parceria, os fãs da banda dinamarquesa e até mesmo de King Diamond ficaram
eufóricos. O anuncio de Snowy Shaw (bateria) enfatizou a euforia, afinal ali
estaria 70% do Mercyful Fate.
Completados pelos não
menos competentes Sean Peck (vocal, Cage) e pelo baixista Marc Grabowski
(ex-Corruption), a banda soltou o EP “Satan’s Tomb” (2015) que mostrava a
pegada inconfundível da dupla nas seis cordas, além de algumas particularidades
a mais.
“Masters of Evil” segue
a linha do EP, mas com estas mencionadas particularidades a mais, o que mostra
que o grupo se preocupou em soar como Denner/Shermann e não como suas
ex-bandas. Sim, há referências de Mercyful Fate, afinal os caras se tornaram o
que são na banda, mas ao mesmo tempo em que Peck trouxe suas influências, a
banda não tentou fugir e também não tentou ser igual às lendas da Escandinávia.
Fato é que temos um
ótimo disco de Heavy Metal, que traz um trabalho equilibrado nas guitarras, com
bases bem desenvolvidas e solos que soa como a identidade de Denner e Shermann,
isto é, inconfundíveis. A roupagem, no entanto, não soa enraizada e ganha um
tom moderno, fazendo com que a música aqui não soe datada.
Peck é um ótimo
vocalista com seu timbre versátil e só peca em não utilizar mais esse recurso,
já que pode variar ainda mais e não ficar tentando subir sempre os agudos. A
cozinha é a grande surpresa, não com Shaw que é um ótimo baterista e prova o
‘por quê’ disso, mas com o baixista Grabowski que cria linhas independentes e
que se destacam e meio a massa sonora.
“Masters of Evil” é um
disco que mantém a qualidade acima da média durante toda a sua audição, mas soa
como algo que poderia ser ainda melhor (pelos músicos envolvidos a exigência
sempre aumenta). Longe de ser ruim, mas a cada audição fica aquele gosto de
quero mais e sabemos que pode ter mais. De qualquer forma sacia a saudade de
ouvir essas ótimas guitarras e é um grande disco de Heavy Metal
8,0
Vitor
Franceschini
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