(2016
– Nacional)
Vinilkosmo
É muito bom ver bandas
buscando novos horizontes, além da identidade própria. Melhor ainda é saber que
muitas delas, ao invés de retratar temas de origens de outros territórios,
preferem focar na cultura brasileira e explorar a riqueza que a cultura indígena
possui. Ok, o Barok-Projekto não é o primeiro a fazer isso e nem o último.
Mas, o melhor de tudo é
que as bandas não se preocupam em focar apenas um estilo, cada uma soando da
sua forma e conforme suas influências, vide Arandu Arakuaa que investe na mescla
do Metal extremo com música caipira e indígena, o Tamuya Thrash Tribe que o
nome já denuncia e o Voodoopriest de Vítor Rodriguez (ex-Torture Squad) no
Death/Thrash Metal.
Voltando ao que
interessa, isto é, ao Barok-Projekto, temos aqui uma banda ousada, afinal, não
é qualquer grupo que se arrisca a cantar em esperanto e ainda encaixar muito
bem as linhas com a música proposta. Melhor ainda é que a vocalista Karliene
Araújo deixa seu timbre soar natural e o encaixa perfeitamente às composições.
O instrumental traz
fortes influências do Power Metal e do Neoclássico, com um leve flerte com o
Folk Metal, o que é até natural pela proposta. Variando nos ritmos, a banda
atinge um resultado final muito bom, pois a cada audição “Sovaĝa Animo” se
torna mais interessante. Vale lembrar que o disco é conceitual e fala sobre a
já mencionada mitologia indígena.
A única ressalva fica
por conta da produção. Não, não se trata de algo extremamente mal feito, mas o
abafamento contido tirou um pouco do peso das guitarras e deixou a bateria um
pouco baixa. Nada que atrapalhe a análise, mas que pode e deve ser melhorado
num disco futuro, afinal a sonoridade da banda exige mais. E que capa, hein?!
8,0
Vitor
Franceschini
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