(2016 – Nacional)
Shinigami Records
Há males que nem sempre
vêm para o bem, mas tudo tem seu lado bom, nem que for o mínimo. A reformulação
que o Rage passou no ano passado, com a saída do exímio guitarrista Victor Smolski,
além do baterista André Hilgers, deixou os fãs um tanto quanto preocupados.
Mas, tudo corre bem e,
apesar de perder em criatividade e técnica, Peter “Peavy” Wagner (vocal/baixo)
– eterno líder do Rage – ganhou em qualidade e objetividade com as entradas de Vassilios
"Lucky" Maniatopoulos (bateria) e Marcos Rodríguez (guitarra), que
estrearam neste “The Devil Strikes Again”.
O lado mais
progressivo, além do flerte com a música clássica aqui estão praticamente nulos
e o Rage retorna a algo mais direto e visceral. Mais simples, as músicas ganham
em empolgação e trazem de volta a aura que permeou sua sonoridade durante a
década de 80. Lembrando que este é o 23º disco do grupo, desde que atendiam por
Avenger.
Guitarras mais diretas
com riffs potentes, além de poucos solos, são aliadas a uma cozinha já
conhecida pelo baixo simples e eficiente de Peavy, com uma bateria precisa do
novo integrante Maniatopoulos. Falando em ‘novo integrante’, Rodríguez pode não
possuir a classe de Smolski, mas sem dúvidas é um bom guitarrista.
O resultado é um disco
de composições fortes, com refrãos pegajosos e uma mescla de Metal tradicional
com Hard Rock que funciona muito bem. Destaque para músicas como The Devil Strikes Again, My Way e Back on Track que fazem uma trinca
inicial sensacional, além das ‘harders’ The
Final Curtain e War, lembrando
que a primeira metade do disco é avassaladora.
Ainda pode-se destacar Spirits of The Night e Dark Side of The Sun que traz uma
variação maior perante as demais. A versão nacional ainda conta com um CD bônus
que traz três covers: Slave to the Grind
do Skid Row, Bravado do RUSH e Open Fire do Y T, todos com a cara do
Rage, sendo que Bravado ficou muito
interessante. As outras composições são próprias e não destoam do disco
principal. Melhor álbum do Rage desde “Unity” (2002).
9,0
Vitor
Franceschini
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