quarta-feira, 10 de agosto de 2016

Rage – “The Devil Strikes Again”

(2016 – Nacional)
                                     
Shinigami Records

Há males que nem sempre vêm para o bem, mas tudo tem seu lado bom, nem que for o mínimo. A reformulação que o Rage passou no ano passado, com a saída do exímio guitarrista Victor Smolski, além do baterista André Hilgers, deixou os fãs um tanto quanto preocupados.

Mas, tudo corre bem e, apesar de perder em criatividade e técnica, Peter “Peavy” Wagner (vocal/baixo) – eterno líder do Rage – ganhou em qualidade e objetividade com as entradas de Vassilios "Lucky" Maniatopoulos (bateria) e Marcos Rodríguez (guitarra), que estrearam neste “The Devil Strikes Again”.

O lado mais progressivo, além do flerte com a música clássica aqui estão praticamente nulos e o Rage retorna a algo mais direto e visceral. Mais simples, as músicas ganham em empolgação e trazem de volta a aura que permeou sua sonoridade durante a década de 80. Lembrando que este é o 23º disco do grupo, desde que atendiam por Avenger.

Guitarras mais diretas com riffs potentes, além de poucos solos, são aliadas a uma cozinha já conhecida pelo baixo simples e eficiente de Peavy, com uma bateria precisa do novo integrante Maniatopoulos. Falando em ‘novo integrante’, Rodríguez pode não possuir a classe de Smolski, mas sem dúvidas é um bom guitarrista.

O resultado é um disco de composições fortes, com refrãos pegajosos e uma mescla de Metal tradicional com Hard Rock que funciona muito bem. Destaque para músicas como The Devil Strikes Again, My Way e Back on Track que fazem uma trinca inicial sensacional, além das ‘harders’ The Final Curtain e War, lembrando que a primeira metade do disco é avassaladora.

Ainda pode-se destacar Spirits of The Night e Dark Side of The Sun que traz uma variação maior perante as demais. A versão nacional ainda conta com um CD bônus que traz três covers: Slave to the Grind do Skid Row, Bravado do RUSH e Open Fire do Y T, todos com a cara do Rage, sendo que Bravado ficou muito interessante. As outras composições são próprias e não destoam do disco principal. Melhor álbum do Rage desde “Unity” (2002).


9,0

Vitor Franceschini


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