(2017 – Nacional)
Eternal Hatred Records
Uma coisa é fato, a
banda The Cross já é uma vencedora. Afinal, além de ser pioneira dentro do
cenário Doom Metal nacional, passou por dois hiatos (com último retorno em
2014), além de ter perdido o guitarrista Elly Brandão no ano passado que
faleceu em decorrência de complicações de um câncer.
E 27 anos depois de sua
fundação, o grupo de Salvador/BA (praticamente reformulado) solta seu debut e
com a qualidade que sempre lhe foi peculiar. Para quem não conhece, a banda
investe no já mencionado Doom Metal, porém alia a sonoridade ao Black Metal e
isso gera algo pouco visto atualmente.
O clima de suas
composições foge daquela aura melancólica ou mística da maioria das bandas do
estilo, sendo que neste caso bebe na fonte da maleficência e opta por levadas
fúnebres, com riffs longos e cadência constante, com pouca variação rítmica,
além de peso na medida certa.
O vocal de Eduardo
Slayer, fundador da banda, segue uma linha rasgada monocórdia casa
perfeitamente com a proposta. Os timbres foram muito bem escolhidos, inclusive
a distorção proporcional das guitarras e a afinação da bateria que, apesar de
não ser muito exigida devido à proposta, faz seu papel muito bem.
Não podemos deixar de
mencionar as linhas diferenciadas de baixo de Mario Baqueiro, que aumentam a
densidade das composições e se mostram desprendidas do ‘comum’ em certos
momentos (ouça a faixa Garden Of Silence
e confirme isso). A cereja do bolo é a boa produção sonora e uma belíssima arte
da capa. Que o The Cross continue sua caminhada sem mais hiatos!
8,5
Vitor
Franceschini
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