(2017 – Importado)
Symbol
of Domination Prod.
O Disorder é,
atualmente, um duo de El Salvador. O trabalho nos remete à primeira geração do
Thrash/Death/Black Metal. Agressividade em arranjos mais simples, porém não
menos poderosos para quem gosta e conhece o estilo. Em alguns momentos, lembram
a ‘thrasheira’ do Vio-lence (excelente banda da Bay Area! altamente
recomendável para quem não conhece!) e o Death Metal do Possessed, entre
outros. Os vocais são característicos de bandas extremas, porém não tão
guturais.
O resultado final do
“Fuego Negro” ficou interessante, pois a criatividade do grupo está bem
distribuída na clássica ‘tríplice aliança’ do Thrash, do Death e o do Black
Metal. Liricamente, há uma vertente narrativa da situação política do país de
origem. Impossível, mesmo se alienando da vida real, desassociar a arte de
acontecimentos políticos e históricos perversos.
Isso não quer dizer
‘tomar partido de A ou B’, mas sim narrar as atrocidades de governos totalitários
e/ou fascistas. Escrever sobre dragões, castelos, fadas e afins é interessantíssimo
e tem lugar ‘sagrado’ na temática de várias bandas de Metal, mas a realidade do
terceiro (quarto, quinto, sexto... risos) mundo é bem outra...
A concepção da banda começou
a ser criada em 1993 por Jorge Montesino com as demos caseiras. Ele segue como
o ‘mentor’ do projeto, agregando músicos em formações diferentes.
Discografia: “Voces de la tumba” (2002)
, “En el río del olvido” (2014 )
“Fuego negro” (2017). Nota mais que positiva: cantam em castelhano!
O inglês é a língua do
Metal/Rock em geral (nada contra, muito pelo contrário, profissionalmente e
musicalmente está presente praticamente o dia todo na minha vida), mas é muito
bom ver a preocupação em ser entendido primeiramente pelos ‘pares’! ‘By the
way’. (risos)
Apesar de falarmos
português, o “exemplo do país tropical abençoado por Deus e bonito por
natureza’, somos tão latinos quanto os outros países das Américas do Sul e
Central. A latinidade não é tão latente como nos países colonizados (invadidos,
na verdade) pelos espanhóis, em especial.
No entanto, somos e
temos de ter orgulho (não confundir com nacionalismo barato!) da nossa condição
e identidade culturais. Quantas bandas latinas – de Metal, especificamente – as
pessoas conhecem? Por que não há um intercâmbio maior? Para as bandas brasileiras,
que querem expandir o território, há um terreno fértil para se conquistar na
América Latina, antes da travessia do Atlântico (risos) e viva os ‘hermanos’!
não o Los... aff (risos).
8,0
Adalberto
Belgamo
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