(2016 – Importado)
Ripple Music
Pesado, hein? Stoner de
primeira linha. Lembra, o agora saudoso (penso eu), Soundgarden. Há ‘backing
vocals’ e riffs bem na linha da banda de Seattle. Percebi influências, também,
de Kyuss, Fu Manchu e Queens of The Stone Age que, brincando com a linha temporal
(risos), fazem parte da primeira geração de Stoner, influenciada diretamente
pelos anos 60 e 70, que tiveram (ou tem) reconhecimento tanto no undergorund
e/ou no alternativo ou no mainstream. O Fire Down Below, além das mesmas
referências, apoia-se nas bandas mais contemporâneas citadas acima.
As afinações ‘dropadas’
(mais graves) são muito interessantes e dão uma dinâmica distinta às
composições. Normalmente, bandas de Stoner e Doom usam tal recurso. Fica
‘pesadão’, pois não há a necessidade de extrapolar o ganho dos ‘amplis’ (o
volume sim!). O Fire Down Below está bem nessa linha.
Outro traço marcante é
a evolução das harmonias, da tempestade para a calmaria. Universe Crumble, quarta faixa do álbum, demonstra claramente tal
intenção. Não sou músico profissional, mas a experiência ensina que achar o
ponto certo para as transições é primordial em bandas que desaceleram as
músicas. Os caras entenderam bem tal conceito e o aplicam às composições.
As partes acústicas,
além de inspiradas, dialogam coerentemente com o peso da cozinha e guitarras
distorcidas. O ‘slide’, que aparece na introdução acústica, ficou perfeito! Os
vocais são característicos ao estilo e narram momentos introspectivos, que
chamam a atenção.
Gravado na Bélgica e
masterizado em Portland (talvez, por isso, a forte ligação com o som do Stoner
norte-americano, quem sabe...), “Viper Vixen Goddess Saint” é um debut de uma
banda que promete muito para o futuro. Os criadores são Sam Nuytens (bateria),
Jeroen Van Troye (vocais e guitarras), Kevin Gernaey (guitarra) e Bert Wynsberghe (baixo).
8,5
Adalberto Belgamo
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