(2017 – Nacional)
Warner Music
O Mastodon é a típica
banda de Heavy Metal (mesmo que o guitarrista Brent Hinds pense o contrário)
que ultrapassou as fronteiras do estilo e atingiu fãs de outros segmentos.
Muito se deve a acuidade dos músicos. Apesar de o ouvinte comum, muitas vezes,
não se preocupar em entender separadamente as peripécias dos tempos e
harmonias, não influencia de modo algum gostar ou não da banda. Isso é o mais
importante.
Prog Metal? Rotular
arte é meio estranho, mas no caso da banda, poderíamos situá-los no fogo
cruzando entre o Metal, o Stoner e o Prog. Mas não é só isso, pois tem uma
identidade própria. A abundância de riffs muito bem elaborados e a condução da
bateria colocam a banda um passo à frente das ‘coirmãs’ atuais.
Conseguem complicar (no
bom sentido) as estruturas das músicas, mesmo quando optam pela simplicidade. A
comparação que muitos (inclusive eu) faz com os canadenses do Rush - não no
direcionamento do trabalho, mas na exposição da técnica – ganha força com
“Emperor of Sand”. Não é a ostentação da técnica, mas o uso das habilidades
individuais em prol da criatividade. Assim como a banda canadense, o Mastodon
não se importa em buscar e mostrar caminhos, algumas vezes, alheios ao senso
comum.
E no meio de toda a
técnica, tem peso? Muito! Os timbres das guitarras – mesmo quando cheia de modulações
– e o peso da bateria comprovam o lado Metal da banda. Liricamente, é um álbum
introspectivo, triste às vezes. Um clima de aridez. São 11 faixas, produzidas
com perfeição por Brendan O’Brien, que, entre outros artistas, já trabalhou com
Stone Temple Pilots, Neil Young e Pearl Jam. É um produtor de respeito, que soube entender
o conceito musical da banda. Difícil escolher as canções favoritas. É um disco
que tem de ser ouvido como um todo e várias vezes. Muitas texturas sobrepostas!
Muitas peculiaridades!
Voltando ao início do
‘convercê’ (risos), o Mastodon, com “Emperor of Sand”, não só agrada aos fãs da
banda, mas atinge outras audiências também. Levando a questão para os dois
extremos, podem tocar no Wacken (festival nitidamente de e para fãs de Heavy
Metal) e, tranquilamente, ir para o outro lado (odiado por muitos, não por quem
vos escreve), o Lollapalooza. Não serão hostilizados em nenhuma das duas aglomerações
de pessoas (risos). Ainda estamos no meio do ano, mas arrisco em dizer que será
um dos melhores lançamentos de 2017!
9,0
Adalberto Belgamo
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