(2017
– Nacional)
Independente
O Rock, por mais que os
leigos (e radicais) se neguem, é um estilo aberto a experimentos e intervenções
de outros gêneros. Isto faz com que o estilo possa se mesclar com qualquer
outro tipo de música, o que não é exclusividade do Rock, afinal, bons músicos
podem fazer isso com qualquer gênero.
Neste seu debut, os
são-carlenses do Stranhos Azuis são um bom exemplo disso. A princípio, a banda
parece fazer um Classic/Hard Rock comum, mas é só ouvir com atenção o disco e
verá (ouvirá) que se trata de algo mais abrangente e que bebe em diversas
fontes.
A primeira delas é com
o Rock Nacional (sim, aquele mais acessível surgido na década de 80), que fica
evidente na faixa de abertura Acorda Pra
Vida, que já chega mostrando-se um hit e a boa coesão da banda. Logo em
seguida, em Senhor da Razão, um
sensacional flerte com música oriental e brasileira se faz presente no ritmo da
canção, mostrando a ousadia do trio.
No decorrer do disco
ainda poderás ouvir flertes com Country em Bagagem
de Mão, o Hard Rock em sua melhor forma na Oh Ana Rebordosa, o Rockão quase Metal em Colarinho Branco e, por fim, Cara
Comum, a faixa mais versátil do disco e que mostra a assinatura da banda.
Com letras cotidianas,
que versam o amor de diversas formas, problemas sócio-políticos comuns e a vida
Rock and Roll, a banda consegue agradar neste debut que demorou 11 anos pra ser
assado – tempo este que valeu à pena esperar, diga se de passagem. A produção a
cargo do baterista Luciano Matuck só aumenta a qualidade do disco, assim como a
belíssima arte da capa. Por fim, um disco que merece atenção do cenário
‘rocker’ brasileiro. Completam o time: Danilo Zanite (guitarra/vocal) e Daniel
Dellelo (baixo).
9,0
Vitor Franceschini
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