Por Vitor Franceschini
A banda mineira
Aberratio lançou no final do ano passado seu primeiro e auto-intitulado
trabalho. Honrando o Metal extremo de Minas Gerais, o grupo mostrou uma
versatilidade dentro do Death Metal pouco vista nos dias atuais e vem colhendo
frutos dessa empreitada desde então. O baterista Yuri Almeida conta mais sobre
a banda e seu trabalho, que ele gravou ao lado de David Andrade (vocal), Julio
Cesar (guitarra) e Nathan Franco (baixo)
O
Aberratio surgiu em 2013 e em 2016 lançou seu primeiro registro auto-intitulado
já em formato de full-lenght. Vocês chegaram a lançar algo antes em outro
formato?
Yuri
Almeida: Lançamos direto um full.
E
como foi o processo de composição do debut? Enfim, como a banda trabalha na
hora de compor e produzir o disco?
Yuri:
A base das músicas é feita em sua maioria pelo guitarrista, Júlio. No estúdio
damos nossas pitadas. As linhas das baterias e baixos ficam por conta de cada
músico. Como gosto de escrever, a maior parte das letras e linhas dos vocais
são feitas por mim, mas o tapa final fica por conta mesmo do vocal David.
O
fato de a banda vir de um celeiro forte dentro do Metal extremo, que é Minas
Gerais, além deste ser o primeiro disco, fez com que houvesse uma pressão na
hora de compor e produzir o material?
Yuri:
Jamais nos sentimos pressionados porque não fazemos música para agradar as
massas ou ao mercado, fazemos Death Metal por amor ao estilo. Sobre Minas ser
um celeiro, isso está no passado. Vivemos uma crise por diversos motivos e não
é só em MG, infelizmente.
A
sonoridade da banda, apesar de investir no Death Metal, é bem diversificada
dentro do estilo. Essa é a intenção de vocês ou as influências das várias
facetas do Death Metal trazem isso naturalmente?
Yuri:
Tocamos
de forma natural. Cada músico tem sua influência. Eu ouço muito Autopsy e
talvez por isso sempre coloco partes mais Doom nas músicas enquanto o vocalista
tem influências do Brutal e Black Metal e acaba impulsionando as partes mais
porrada.
Outro
ponto chave em “Aberratio” é a maturidade da banda. Mesmos sendo um primeiro
disco, vocês mostram um conhecimento profundo no estilo. Fale um pouco a
respeito disso?
Yuri:
(risos) A banda é formada só por nego velho, a maioria já passou dos 30 anos a
um tempo. Isso significa que crescemos ouvindo música tradicional. Não tivemos
influências das porcariadas de hoje, como esses New Metal ou estilos que se
dizem melódicos, quando na verdade tocam um som muito distante do Metal.
O
trabalho também soa atual, mesmo carregando influências de nomes antigos do
estilo. Outro fator é a versatilidade e técnica da banda. Como equilibrar tudo
isso?
Yuri:
Para tocar Death Metal tem que conhecer um pouco de música, tem que ter alguma
técnica. Apesar do preconceito, o estilo tem suas peculiaridades. Tocamos com
guitarra de 7 cordas e baixo fretlles, o que precisa de alguma noção. As
baterias dentro do estilo são bem diversificadas. Um músico meia boca toca Raul
e até Guns, mas se aventurar no Death Metal fará porcaria.
Outro
trunfo da banda é o fato de as composições serem longas, mas não soarem
cansativas. Expliquem essa fórmula? (risos)
Yuri:
(risos) Toda banda que tem uma pegada mais arrastada precisa de tempo.
Assyrians e Satan Doom são exemplos disso. Temos que ter tempo para partes mais
Doom e partes mais brutais.
Isso
mostra uma leve influência de Doom Metal, confere? Também é um estilo que a banda
aprecia?
Yuri:
O baixista Nathan gosta de Doom. Eu sou tarado, ouço muito Solitude Aeturnus,
Trouble, Saint Vitus, My Dying Bride, etc.
E
como surgiu a oportunidade de lançar o disco com a Heavy Metal Rock? Aliás,
como e trabalhar com eles? A divulgação e repercussão do trabalho tem sido boa?
Yuri:
Sou cliente da loja Heavy Metal Rock há muitos anos e fiquei muito feliz do
Wilton Christiano ter apreciado nosso som. Ele é muito profissional e tem
lançado bandas com uma qualidade muito boa. O cara tem faro. Somos muito gratos
a Heavy Metal Rock por tudo que fez e tem feito pela banda. Sobre a
repercussão, estamos satisfeitos, pois somos uma banda underground.
Por
fim, quais os planos da banda para o segundo semestre, além de divulgar o
primeiro disco ainda mais?
Yuri:
Queremos mais oportunidades para tocar nosso som. Nas gravações tínhamos um
alvo: gravar como realmente tocamos. Assim sendo, não há surpresas em nosso
show, é o que está no CD. Valeu pela força Franceschini!
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