Phil Anselmo (Down, ex-Pantera), que sempre se envolve em confusão com suas opiniões polêmicas e contraditórias |
Por
Vitor
Franceschini
Na
mídia especializada em música, mais precisamente no meio Metal, costuma-se
dizer que o crítico (jornalista) é um músico frustrado. Concordo em partes,
afinal de contas, tem muito músico neste nicho, porém nem todos frustrados se
formos falarmos de talento. E há também aqueles que mal se arriscaram na música
(há aqueles que nem se arriscaram), mas nunca deixaram de apreciá-la e
resolveram virar críticos. Eu sou um desses (só sei tocar A Pulga e o Percevejo no violão) e não me acho menos digno de ser
crítico musical.
Afinal
de contas, com o tempo, além de apreciar música (Rock e Metal em especial),
aprendi a observar e analisar vários quesitos dentro de um álbum, EP, DVD e por
aí vai. Costumo dizer, que quando faço uma resenha vejo pelo lado do fã (e quer
algo mais importante que isso?) e não somente o técnico / didático onde são
analisadas apenas estruturas, notas musicais, técnicas e afins. Por fim, é
analisado o que cativa da forma mais direta o ouvinte, o ‘feeling’, a energia,
a melodia, entre outros aspectos mais naturais na música.
Esse
lado do fã tem muito a ver com a proximidade que o mesmo tem com seus ídolos e
não há maior proximidade entre público e artista do que dentro do Rock e do
Metal, vai por mim. Por isso, não tenha dúvidas de que a posição, opinião e
atitudes de um músico influencia e muito no sentimento que ele irá passar em
sua música. Isso é algo simples e óbvio, mas onde há vários adendos.
Por
isso, vou falar como um fã (e citar até algumas particularidades) a respeito
disso. Em tempos de total exposição e redes sociais, é muito importante que
músicos e artistas (até nós jornalistas, diga-se de passagem) tenham cuidado ao
expressar sua opinião em relação a diversos assuntos, mas principalmente
políticos, religiosos, étnicos e sobre música mesmo.
Violator: banda expôs sua forma de pensar conjunta (contra o deputado Jair Bolsonaro) e foi hostilizada por muitos 'headbangers'. Até então o fato que mais repercutiu no cenário nacional. |
Isso
porque o fã nem sempre pensa igual ao seu ídolo (totalmente nunca) e isso pode
gerar um desgaste nessa relação (mesmo que virtual), que pode atrapalhar
principalmente a divulgação e crescimento de seu trabalho. Não que tenha que
haver uma hipocrisia e pensar conforme a maioria do público pensa, mas evitar
extremismos com discursos de ódio, que generalizam e / ou repetidos a esmo, por
exemplo.
Quando
um músico (seja de uma banda iniciante, consolidada, do ‘mainstream’ ou não)
insiste em provar que está certo, ou vive repetindo um discurso de certa
posição política, ou vive atacando certa religião e por aí vai, pode ter
certeza que mais perde do que ganha, e muitas vezes de forma natural. Este que
vos escreve, por exemplo, costuma perder o interesse numa banda naturalmente,
sem fazer esforço, quando ela fere alguns de seus gostos, enfim, quando um lado
ruim de algum integrante é exposto de forma escancarada (mais de um então vem vontade própria de se distanciar de tal banda
/ artista).
Outro
fator é a ética! É muito triste ver músicos (de bandas pequenas, médias ou
grandes, até mega-bandas) falando o tempo todo do trabalho alheio e
principalmente criticando, fazendo questão de expor só o lado negativo da
música dos outros. Isso, como eu já repeti várias vezes (pra quem me conhece) é
um verdadeiro atestado de frustração e nada acrescenta em seu próprio trabalho.
Vale
também alertar os fãs e apreciadores da música pesada, que na maioria das vezes
a opinião de um integrante não é exatamente a opinião de uma banda, portanto a
intolerância pode fazer com que ambos saiam perdendo nesse ínterim. Mais um
alerta às bandas em relação às decisões conjuntas, a troca de ideias internas e
aos posicionamentos, pois após a ‘merda’ feita é difícil se posicionar e o
silêncio omite e / ou gera consenso.
Por
fim essa não é uma verdade absoluta, assim como nenhum texto desta seção será,
mas apenas uma apuração de fatos, de várias conversas que temos com os amantes
da música pesada e os que fazem a própria. Isso serve apenas como alerta aos
músicos e artistas que procuram pelo bom senso antes do sucesso.
OBS.: NÃO SERÃO PUBLICADOS
COMENTÁRIOS ANÔNIMOS
*Vitor Franceschini é editor do
ARTE METAL, jornalista graduado, palmeirense e headbanger que ama música em
geral, principalmente a boa. Não liga para o que você faz entre quatro paredes.
Muito bom. O que acho principal é o lance de parar de tentar engrandecer o próprio trabalho criticando negativamente os outros. Pra mim prova mais que "dor de cotovelo", pra mim é uma prova de caráter baixo, daquele sensacionalismo besta ao qual muita gente se rende, de fazer treta simplesmente pra tentar se provar melhor que o outro.
ResponderExcluirFalou tudo, redbengui!
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