Falou
em Jairo Vaz, falou em Chaos Synopsis. A relação do baixista e vocalista com a
banda nos remete a Kreator + Mille Petrozza, Annihilator + Jeff Waters e
afins... Sempre tendo ao seu lado o escudeiro Friggi MadBeats, hoje baterista,
que o ajudou a fundar a banda. São quase quinze anos de carreira dedicados ao
Metal extremo, tudo distribuído em nove lançamentos de diversos formatos. Jairo
comenta os principais e é nosso convidado da seção especial Killing Yourself.
“Kvlt ov Dementia” (2009): Embora já
tenhamos gravado uma demo e um EP anteriormente, a gravação do debut é algo que
fica forte na memória. As músicas já vinham sendo tocadas a cerca de 2 anos em
shows e estávamos bem entrosados, mas ainda meio inseguros. No meio da gravação o Marloni saiu da banda, então o Friggi
regravou todas as guitarras (o JP entrou na banda logo após o término das
gravações). Com os vocais teve algo parecido, gravei com um timbre mais rasgado
e achamos uma bosta (risos), aí resolvi utilizar os vocais mais graves, o que
acabou encaixando bem no som da banda. Foi
uma parada muito divertida, era gravação o dia todo e sair pra tomar cerveja de
noite, eu, Friggi e o Fabio Zperandio (Gorgoroth, Ophiolatry), que foi quem
produziu o álbum e gravou os solos de todas as músicas exceto da Spiritual Cancer, gravada pelo Friggi. Quanto à temática do álbum, embora
muitas das músicas sejam ligadas a loucura, ele não foi pensado dessa forma,
até porque já tínhamos as músicas prontas antes de pensar na ideia do álbum. Além de aprendermos muito com uma
gravação mais séria, digamos, ouvimos muitas histórias do Fábio, o que nos
animou demais naquela época a ir pra Europa e pegar muita estrada também no Brasil. O álbum foi lançado no Brasil pela
Freemind Records e na Europa pela Widawnictwo Muziczny Psycho. De “Kvlt ov Dementia” lançamos o clipe
da música Sarcastic Devotion (https://www.youtube.com/watch?v=ZzpCUyKALpY)
“Live Dementia” (Ao vivo – 2010):
O último show da Tour ov Dementia tinha acontecido no começo de 2010, no
Carioca Club abrindo pro Deicide, e gravamos de maneira bem simples o show,
provavelmente nem usaríamos a gravação pra algo. Um pouco depois fechei nossa
primeira tour fora do país, seis shows na Polônia. Como só tínhamos o “Kvlt ov
Dementia” na época, pensamos que não podíamos ir só com esse material pra tour
e lembramos desse show do Deicide. Decidimos então lançá-lo com apenas 33
cópias, pra ser um material a mais pros fãs de lá comprarem, esgotou num piscar
de olhos. 2100 A.D. ao vivo, da
gravação de “Live Dementia” (https://www.youtube.com/watch?v=fbCS9RIXSqM).
“Art of Killing” (2013): Art
of Killing foi um divisor em nossa carreira, posso dizer assim. Na época o
Friggi tocava no Attomica e ele queria fazer um disco mais Thrash, mais limpo
que o “Kvlt ov Dementia” e eu briguei pra que não fosse tanto, acabou ficando
num meio termo. Embora não seja um disco de Rock clássico, acabamos usando
muitas ideias do estilo nos padrões de músicas, nas criações e tal. Na época eu
torci um pouco o nariz, mas o Friggi bateu o pé, no fim das contas, eu curti
bastante o resultado e o público pirou. Até hoje muita gente comenta que “Art
of Killing” é o álbum preferido em nossa discografia. O primeiro som que escrevi
a letra nesse álbum foi a Bay Harbour
Butcher, que fala do serial killer Dexter, do programa de TV homônimo. Com isso,
surgiu a ideia de escrever apenas sobre serial killers. Acho que foi muito
acertado isso e bem recepcionado por fãs e imprensa, o que me animou de manter
esse formato de escolher apenas um tema por álbum. O álbum foi lançado no
Brasil pela Lab6 Records e na Europa novamente pela Wydawnictwo Muziczny
Psycho. De “Art of Killing” lançamos um vídeo para Son of Light (https://www.youtube.com/watch?v=_vRYIV_P5co)
e uma lyric vídeo para Rostov Ripper (https://www.youtube.com/watch?v=QIkECcc3P1M).
Making of de “Art of
Killing”. (https://www.youtube.com/watch?v=rky6qtNHHdA&list=PL5XuXkDmM7pQrCCNWevUSnfcVqV50nx6s)
“Seasons of Red” (2015): Vínhamos
de uma boa sequência de shows no Brasil e uma tour mais extensa na Europa, foi
quando decidimos que teríamos que gravar mais um álbum e de cara já agendamos
outra tour na Europa. “Seasons of Red” foi composto e gravado em cerca de 5
meses. Tínhamos um prazo curto para finalizá-lo, pois a tour já estava toda
agendada. Nessa época, o Friggi já estava trabalhando como produtor musical, o
que durante a composição nos ajudou muito, pois podíamos testar muitas coisas
nas músicas. Nessas brincadeiras no estúdio, começaram a surgir as ideias de
encaixar algumas melodias nas músicas, pra testar um direcionamento diferente
para o álbum. Lembro que eu e o JP discutimos muito sobre qual tema seguir
neste álbum, surgiram várias ideias e acabamos decidindo falar sobre temporadas
sangrentas de várias eras, as temporadas de vermelho. É um tema forte, com
muita informação disponível e que pudemos trabalhar a parte musical de acordo
com o local onde aconteceram tais fatos. Gosto muito desse álbum e dessa
aproximação musical com inclusões de musicalidade regional. O álbum foi lançado
no Brasil em uma parceria entre Lab6 Records e Black Legion Prod. E no México
pelo selo Concreto Records. De “Seasons of Red” lançamos um vídeo para Gods Upon Mankind (https://www.youtube.com/watch?v=PhAkPmyGvMk)
e uma lyric vídeo para The Scourge of God
(https://www.youtube.com/watch?v=KNXWxAHuMZs)
“Intoxicunts” (Split - 2016):
Em todas nossas incursões pela Europa, sempre tocamos juntos e acabamos ficando
muito amigos do pessoal do Terrordome. Logo após termos voltado da Europa em
2015, eles nos mandaram o convite pra lançar um split, porém, teríamos dois
meses pra compor e gravar doze minutos de músicas, sendo que era necessário também
um cover e seria lançado pelo selo polonês Defense Records. Como adoramos os
caras e também adoramos gravar, aceitamos a ideia. As músicas saíram em duas
semanas, foi um negócio absurdo. Já para as letras, em uma das músicas utilizei
o mesmo tema de “Seasons of Red”. A parte engraçada é que a ideia de escrever
sobre a Babilônia veio de um reggae que rolava direto na van durante a tour de
2015, chamado Fogo na Babilônia. Já a
música Serpent of the Nile, a ideia
de um deus egípcio surgiu da própria música, que continha umas ideias musicais
daquela região. Quanto ao cover do Metallica, bem, é uma das maiores bandas do
planeta e uma das que mais influenciaram o Friggi, que acabou escolhendo Damage Inc (https://www.youtube.com/watch?v=iFcKuNhMDQk),
Serpent of the Nile durante a tour
polonesa “Morbid Intoxicunts Tour”, 9 shows junto com os Terrordome (https://www.youtube.com/watch?v=IeaGUmPfqfw).
“Gods of Chaos” (2017):
O nome “Gods of Chaos” surgiu logo que escrevi a letra de Serpent of the Nile para o split “Intoxicunts”. Ora, o nome combina
completamente com a banda e é um tema que gosto bastante. Como se tornou comum
pra gente, botamos um prazo para que o álbum ficasse pronto e a partir daí,
corremos pra compor as músicas e letras. Em “Gods of Chaos”, assim como no
“Seasons of Red”, tínhamos o prazo curto (era novembro e não tínhamos nada
concreto ainda) e em abril faríamos mais uma tour europeia e o CD tinha que
ficar pronto. Nos enfiamos no estúdio para compor e dessa vez me senti como o
Black Sabbath, pois o álbum em grande parte foi composto após boas doses de
bebidas e tal. No final de fevereiro o álbum estava gravado e foi pra fábrica,
ficando pronto coisa de cinco dias antes da viagem, um stress desgraçado. Musicalmente,
houve a inclusão de muita melodia por parte do Diego, que acredito ter agregado
muito à banda e acho que conseguimos fazer mais coisas diferentes, trabalhamos
músicas lentas e também algumas das músicas mais rápidas da discografia da
banda. Estamos divulgando ainda o álbum, que saiu no Brasil pela Black Legion
Prod. e Dunna Records, na Europa pela Defense Records e no México pela Concreto Records. De
“Gods of Chaos” lançamos o vídeo para Storm
of Chaos (https://www.youtube.com/watch?v=9kGcDDEzPjw)
e logo mais sai mais um para Serpent in
Flames. Making of de
“Gods of Chaos” (https://www.youtube.com/watch?v=5N2jHHzQBrI&list=PL5XuXkDmM7pRkmdQ-SGP-ZVy8cybnHBfM).
Gigantes aqui do Vale do Paraiba, em se tratando de música extrema são sinônimos de qualidade tanto liricamente, quanto na estrutura musical! O underground agradece 🤘🤘🤘
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