quarta-feira, 27 de junho de 2018

Fallen Idol: "Trabalhamos da única forma que conhecemos: deixando a música em primeiro plano"




Por Vitor Franceschini

O trio paulistano Fallen Idol chega ao seu terceiro disco esbanjando evolução e consolidando seu nome na cena Heavy/Doom nacional. Com o riquíssimo álbum “Mourn The Earth”, a banda define sua assinatura e vive seu melhor momento desde que surgiu para a cena em 2012. Agora, através do baixista Márcio Silva, o grupo fala em primeira mão ao ARTE METAL e comenta sua atual fase, o trabalho e suas perspectivas. Completam o time Rodrigo Sitta (vocal/guitarra) e Ulisses Campos (bateria)

Dizem que o terceiro disco é o que consolida a banda. No caso do Fallen Idol, “Mourn The Earth” é este disco?
Márcio Silva: Considere o fato de que o primeiro só saiu em formato digital, servindo mais como uma demo. Dessa forma ainda teríamos uma chance! Acho que o tempo e os fãs desses discos é que dirão isso com mais certeza.

E como foi trabalhar nele. O que vocês mudaram em relação aos discos anteriores?
Márcio: A primeira mudança foi a construção de uma sala de ensaios onde agora estão nossos instrumentos, com tudo controlado e regulado da forma que mais nos agrada, com total liberdade de horários e tudo mais. (Além do acesso ao cafezinho da minha mãe, pois esse lugar foi construído na casa dos meus pais). Dessa forma, trabalhamos nas músicas com muito mais calma, fomos dando mais atenção aos detalhes dos arranjos e testando várias possibilidades. Acho que devido a isso, eu diria que a banda soa bem mais à vontade que nos anteriores. O plano é que no futuro possamos gravar por lá também.  

Aliás, qual a principal diferença de “Mourn The Earth” para os trabalhos anteriores?
Márcio: Musicalmente esse disco é a evolução do que iniciamos lá no primeiro e continuamos em “Seasons of Grief” (201¨). Creio que a maior diferença é percebida na sonoridade mais orgânica, que se aproxima mais do que é a banda tocando junta, embora ele não tenha sido gravado ao vivo. A produção é mais equilibrada e na minha opinião soa mais profunda.

Witches of Lucifer e Shattered Mirror são as composições que vocês usaram como pré-divulgação do disco. Por que as escolheram e o que elas representam?
Márcio: Eram as músicas mais elogiadas por quem ouvia o CD nos ensaios ou na pré produção. Nem sempre é fácil escolher músicas pra divulgar o CD, mas sempre procuramos escolher as que tem elementos que representem o trabalho de forma mais abrangente. Pensamos em lançar outras como singles, como Time to Mourn the Earth ou até Lucidity, mas optamos por soltar logo o trabalho completo.

Deixo claro que Lucidity é minha preferida (como se isso valesse algo, risos). Acredito que sua melodia e levada a tornam mais emotiva. O que pode falar dessa música?
Márcio: Com certeza vale e é muito estimulante. O fato de que pessoas ouvem e gostam do nosso trabalho é muito gratificante. O Rodrigo trouxe essa música praticamente pronta, faltando apenas letra e alguns detalhes do arranjo que definimos com calma nos ensaios. Mesmo assim ela tomou forma rapidamente e em minha opinião ela mistura nosso som e as influências mais primordiais da banda: Black Sabbath, Iron Maiden e Judas Priest.



A característica da banda está no álbum (Heavy/Doom Tradicional), mas parece que desta vez de uma forma mais dividida, com cada faixa representando uma. Enfim, como vocês trabalham esse lado?
Márcio: Trabalhamos da única forma que conhecemos: deixando a música em primeiro plano, fluindo naturalmente e dando a ela o que ela precisa. Temos um vasto espectro de influências e nunca foi nossa preocupação soar mais assim ou mais assado. Naturalmente as coisas vão surgindo e sendo incorporadas, acho que vem dando certo assim.

Aliás, a sonoridade da banda, apesar das fortes referências Doom Metal, não soa melancólica, mas sim mais soturna e até maléfica, além de psicodélica. Isso tem a ver com a abordagem das letras? O que vocês procuram falar?
Márcio: Gostamos muito mais das coisas soturnas mesmo, mas nada que tenha sido decidido, é que as músicas saem assim. Em praticamente todas elas, as letras saem por último e elas podem reforçar ou mesmo alterar o clima da música. Os assuntos abordados não têm nenhuma regra pré-definida, pode ser basicamente sobre qualquer assunto, já falamos sobre muitas coisas nesses três CDs. 

E como foi o trabalho de produção do disco? Vocês trabalharam com dois produtores, Ivi Kardec, Felipe Stress, além do próprio Rod. Atingiram o resultado desejado?
Márcio: Parece muita gente, não? Mas acho que valeu a pena, queríamos um som mais profundo, mais orgânico e acho que ficou bem próximo do que queríamos. Inclusive, nós gravamos com o mesmo equipamento que usamos pra escrever e ensaiar as músicas. Só temos a agradecer a esses caras, eles trabalharam muito e superaram as expectativas mais otimistas.

Gostaria que falassem do trabalho de capa também, afinal esta é a que mais chamou atenção até então e pende para um lado mais triste do Doom Metal. Vocês ajudaram na concepção da mesma, ou deixaram Cesar Benatti trabalhar as ideias sozinho? Enfim, como foi trabalhar com ele?
Márcio: O Rodrigo também se envolveu bastante nisso e esteve próximo ao Cesar em todas as etapas, mas o Cesar é um artista fantástico, muito criativo, competente e perfeccionista, além de muito fácil de se lidar. Ficamos muito orgulhosos por toda a parte gráfica desse CD, até  mesmo as fontes usadas nele foram criadas exclusivamente. Só temos a agradecer!

E qual a repercussão do disco até então, tanto por parte de público, como por parte da mídia? Houve algum feedback do exterior? Aliás, pretendem lança-lo por lá?
Márcio: Até aqui parece que as pessoas estão curtindo bastante, quem gostava do anterior não parece ter se decepcionado e novos ouvintes estão aparecendo. Já percebemos algumas coisas do exterior, resenhas e a sempre “animadora” notícia de que seu CD foi pirateado e está disponível em sites russos e afins - coisa impossível de se controlar, diga-se. Sobre lançar no exterior, só depende de surgirem pessoas interessadas. Já tivemos alguns contatos, mas nada se concretizou até hoje.

E o que a banda planeja para a divulgação de “Mourn The Earth”? Podemos esperar por um videoclipe e, claro, shows neste segundo semestre?
Márcio: Um vídeo com certeza está nos planos, mas por enquanto são só planos e rascunhos de ideias sem nada de muito concreto, pois é algo que dá muito trabalho desde o planejamento até a execução e finalização. Os convites para shows estão surgindo e vem sendo bem legal, tocamos algumas vezes em São Paulo já promovendo o CD e nos próximos meses estamos esticando um pouco mais pro interior.

Este espaço é de vocês. Podem deixar uma mensagem aos leitores.
Márcio: Gostaríamos de agradecer ao Arte Metal pelo espaço e pela força de sempre! Muito obrigado também a todos os que vem adquirindo nosso trabalho, falando a respeito e comparecendo aos shows! Nos vemos por aí!

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