Por Vitor Franceschini
São mais de 20 anos
dedicados ao Meta tradicional trazendo em seu som uma particularidade incomum
nas bandas atuais. Até porque o Tenebrario consegue manter suas características
no novo EP “The Silence of the Ancient Souls”, que lançaram em 2018 após um
hiato de onze anos. Para falar sobre o novo disco, este tempo sem lançar nada
inédito e outros assuntos que circundam a banda, o vocalista e baixista Alexdog
conversou com ARTE METAL. Completam o time Eduardo Borrego e Kaue Assis nas
guitarras, além de Waine na bateria.
São
anos sem lançar um trabalho somente da banda, desde a demo “Second Act: Pain”
de 2007. Por que este tempo?
Alexdog
-
Nesse período tivemos algumas baixas na banda, o guitarrista Roberto Bressan
(Morcrof) saiu por motivos pessoais, tínhamos alguns shows para fazer e
começamos a ensaiar e adaptar algumas músicas do “Second act: Pain” (2007) para
power trio, logo após comecei a montar o KW Home Studio para começar a fazer as
nossas próprias produções. Levamos um bom período sem material novo, mas
continuávamos compondo, foi quando o Kaue Assis assumiu a segunda guitarra, em
seguida o Claudio deixa o posto de baterista e Waine Assis assume as baquetas.
Isso nos levou realmente a um longo período sem material.
E
como foi compor o EP “The Silence of the Ancient Souls”? As duas novas
composições foram escritas recentemente ou a banda já as tinha há algum tempo?
Alexdog
-
Quando estávamos em power trio chegamos a gravar um material inteiro inédito,
mas as coisas não estavam muito bem entre nós, tínhamos virado uma banda cover
de nós mesmos e por sinal muito ruim. Assim que o Claudio desistiu da banda, eu
e o Eduardo Borrego deletamos todo o projeto gravado e com os meus filhos Kaue
e Waine assumindo, começamos um novo ciclo e readaptamos as duas músicas novas
do EP.
E
por que vocês optaram por regravar a clássica The Castle (do debut “Lighting Up Tenebrario” de 2001) e God Symphony (da já mencionada demo
“Second Act: Pain” 2007)?
Alexdog
-
Com o relançamento do “Second act: pain” pela gravadora Erinnys Productions,
tínhamos também um acordo para entregar um EP e o próprio diretor da gravadora
sugeriu colocar duas músicas de cada álbum para agilizar o processo de
lançamento do mesmo. Ele mesmo fez a escolha das músicas.
Aliás,
as novas composições soam bem características e transformam o trabalho em algo
homogêneo em relação às regravações. Enfim, as músicas se completam mesmo tendo
sido criadas em épocas diferentes. O que podem falar a respeito?
Alexdog
-
Isso pode soar um pouco arrogante, mas a alma do Tenebrario continua intacta
após essas duas décadas. Eu e o Eduardo sabemos muito bem o que o Tenebrario
representa pra nós e o EP fala por si só.
O
peso e o ritmo cadenciado são a principal característica do Heavy Metal
tradicional da banda. Isso é algo que vocês focam ou flui naturalmente?
Alexdog
-
Tudo acontece naturalmente. Cada um aparece com suas ideias e vamos lapidando
até chegar a algo que todos falam: Caralho... PQP... Ficou foda.(risos).
A
banda se apresentou no mesmo palco do lendário grupo Grim Reaper em junho. Como
foi poder vivenciar isso?
Alexdog
-
Apesar de ter tido problemas em relação à documentação da casa e ter adiado o
show do Girm Reaper que subiria logo após da gente, para o dia seguinte 02/06,
o Tenebrario conseguiu fazer sua apresentação, o lugar estava abarrotado de
bangers, tem alguns vídeos em nossa página do Facebook que confirmam isso.
Quando chegou a hora de mostrar o nosso som, subimos e foi muito foda a recepção
do público com direito a ÔÔÔ, ÔÔÔ, ÔÔÔ e tudo (risos), realmente a energia do
som e do público foi muito gratificante.
Além
dessa recepção nos shows, como as novas músicas tem sido recebida?
Alexdog
-
Tanto o público como a mídia especializada estão elogiando os nossos trabalhos,
a recepção está sendo ótima e isso está sendo muito gratificante pra nós.
E
como o EP “The Silence of the Ancient Souls” foi recebido pela crítica e pelo
público?
Alexdog
-
Assim que abri o KW Home Studio e comecei a produzir bandas da cena underground
como: Evil Sense, Lord Satanaquia, Endless Carnage e Morcrof e todas começaram
com ótimas resenhas em zines e mídias especializadas sobre os trabalhos
gravados aqui. Tive a total confiança que o nosso EP seria bem recebido, é o
que está acontecendo e estamos muito gratos por isso.
O
Tenebrario está há mais de 20 anos na ativa fazendo Heavy Metal tradicional.
Atualmente o estilo parece ter recuperado seu espaço. O que vocês podem falar
disso em comparação ao passado não tão distante de quando a banda iniciou as
atividades?
Alexdog
–
Antigamente, no meu modo de ver, alguns shows viraram históricos justamente por
não existir excessos de eventos no mesmo dia ou mesmo mês e o público em peso
comparecia, sem contar que o Black Metal, Death Metal e Heavy Metal
compartilhavam do mesmo evento, isso criou alianças e respeito dentro do METAL
e isso era do caralho, hoje há espaços demais, eventos demais e público de
menos.
No
mais, vocês possuem dois full-lenghts, que é o já mencionado “Lighting Up
Tenebrario” e “Second Act: Pain”. Vocês pretendem lançar mais um álbum
completo? O que podem nos adiantar sobre isso?
Alexdog
-
Sim, estamos compondo um novo material, que acredito sair mais precisamente no
início do próximo ano. Em breve vamos divulgar a sua capa.
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