terça-feira, 10 de julho de 2018

Tenebrario: Alma Intacta




Por Vitor Franceschini

São mais de 20 anos dedicados ao Meta tradicional trazendo em seu som uma particularidade incomum nas bandas atuais. Até porque o Tenebrario consegue manter suas características no novo EP “The Silence of the Ancient Souls”, que lançaram em 2018 após um hiato de onze anos. Para falar sobre o novo disco, este tempo sem lançar nada inédito e outros assuntos que circundam a banda, o vocalista e baixista Alexdog conversou com ARTE METAL. Completam o time Eduardo Borrego e Kaue Assis nas guitarras, além de Waine na bateria.

São anos sem lançar um trabalho somente da banda, desde a demo “Second Act: Pain” de 2007. Por que este tempo?
Alexdog - Nesse período tivemos algumas baixas na banda, o guitarrista Roberto Bressan (Morcrof) saiu por motivos pessoais, tínhamos alguns shows para fazer e começamos a ensaiar e adaptar algumas músicas do “Second act: Pain” (2007) para power trio, logo após comecei a montar o KW Home Studio para começar a fazer as nossas próprias produções. Levamos um bom período sem material novo, mas continuávamos compondo, foi quando o Kaue Assis assumiu a segunda guitarra, em seguida o Claudio deixa o posto de baterista e Waine Assis assume as baquetas. Isso nos levou realmente a um longo período sem material.

E como foi compor o EP “The Silence of the Ancient Souls”? As duas novas composições foram escritas recentemente ou a banda já as tinha há algum tempo?
Alexdog - Quando estávamos em power trio chegamos a gravar um material inteiro inédito, mas as coisas não estavam muito bem entre nós, tínhamos virado uma banda cover de nós mesmos e por sinal muito ruim. Assim que o Claudio desistiu da banda, eu e o Eduardo Borrego deletamos todo o projeto gravado e com os meus filhos Kaue e Waine assumindo, começamos um novo ciclo e readaptamos as duas músicas novas do EP.

E por que vocês optaram por regravar a clássica The Castle (do debut “Lighting Up Tenebrario” de 2001) e God Symphony (da já mencionada demo “Second Act: Pain” 2007)?
Alexdog - Com o relançamento do “Second act: pain” pela gravadora Erinnys Productions, tínhamos também um acordo para entregar um EP e o próprio diretor da gravadora sugeriu colocar duas músicas de cada álbum para agilizar o processo de lançamento do mesmo. Ele mesmo fez a escolha das músicas.

Aliás, as novas composições soam bem características e transformam o trabalho em algo homogêneo em relação às regravações. Enfim, as músicas se completam mesmo tendo sido criadas em épocas diferentes. O que podem falar a respeito?
Alexdog - Isso pode soar um pouco arrogante, mas a alma do Tenebrario continua intacta após essas duas décadas. Eu e o Eduardo sabemos muito bem o que o Tenebrario representa pra nós e o EP fala por si só.

O peso e o ritmo cadenciado são a principal característica do Heavy Metal tradicional da banda. Isso é algo que vocês focam ou flui naturalmente?
Alexdog - Tudo acontece naturalmente. Cada um aparece com suas ideias e vamos lapidando até chegar a algo que todos falam: Caralho... PQP... Ficou foda.(risos).



A banda se apresentou no mesmo palco do lendário grupo Grim Reaper em junho. Como foi poder vivenciar isso?
Alexdog - Apesar de ter tido problemas em relação à documentação da casa e ter adiado o show do Girm Reaper que subiria logo após da gente, para o dia seguinte 02/06, o Tenebrario conseguiu fazer sua apresentação, o lugar estava abarrotado de bangers, tem alguns vídeos em nossa página do Facebook que confirmam isso. Quando chegou a hora de mostrar o nosso som, subimos e foi muito foda a recepção do público com direito a ÔÔÔ, ÔÔÔ, ÔÔÔ e tudo (risos), realmente a energia do som e do público foi muito gratificante.

Além dessa recepção nos shows, como as novas músicas tem sido recebida?
Alexdog - Tanto o público como a mídia especializada estão elogiando os nossos trabalhos, a recepção está sendo ótima e isso está sendo muito gratificante pra nós.

E como o EP “The Silence of the Ancient Souls” foi recebido pela crítica e pelo público?
Alexdog - Assim que abri o KW Home Studio e comecei a produzir bandas da cena underground como: Evil Sense, Lord Satanaquia, Endless Carnage e Morcrof e todas começaram com ótimas resenhas em zines e mídias especializadas sobre os trabalhos gravados aqui. Tive a total confiança que o nosso EP seria bem recebido, é o que está acontecendo e estamos muito gratos por isso.

O Tenebrario está há mais de 20 anos na ativa fazendo Heavy Metal tradicional. Atualmente o estilo parece ter recuperado seu espaço. O que vocês podem falar disso em comparação ao passado não tão distante de quando a banda iniciou as atividades?
Alexdog – Antigamente, no meu modo de ver, alguns shows viraram históricos justamente por não existir excessos de eventos no mesmo dia ou mesmo mês e o público em peso comparecia, sem contar que o Black Metal, Death Metal e Heavy Metal compartilhavam do mesmo evento, isso criou alianças e respeito dentro do METAL e isso era do caralho, hoje há espaços demais, eventos demais e público de menos.

No mais, vocês possuem dois full-lenghts, que é o já mencionado “Lighting Up Tenebrario” e “Second Act: Pain”. Vocês pretendem lançar mais um álbum completo? O que podem nos adiantar sobre isso?
Alexdog - Sim, estamos compondo um novo material, que acredito sair mais precisamente no início do próximo ano. Em breve vamos divulgar a sua capa.

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