Por Vitor Franceschini
O Chaos Synopsis é hoje
um dos principais nomes do Thrash/Death Metal paulista. Seguindo a fórmula do
álbum “Art of Killing” (2013), a banda vem desde então lançando álbuns com
temáticas direcionadas e atualmente divulga “Gods of Chaos” (2017). O quarto
full do grupo são-joseense, traz um estudo das velhas mitologias, onde o homem
criava deuses para explicar o desconhecido, além da sonoridade típica da banda,
que atinge os extremos entre a linha tênue do Thrash e do Death Metal. Para
falar sobre o atual momento da banda, conversamos com o baixista e vocalista
Jairo Vaz, que atualmente tem ao seu lado a dupla de guitarristas Luiz Ferrari
e Diego Sanctus, além do co-fundador, o baterista Friggi MadBeats
Lá
se vai mais de um ano desde o lançamento de “Gods of Chaos” (2017), quarto
álbum completo do Chaos Synopsis. Como vocês veem o disco atualmente, qual o
principal diferencial do trabalho em relação aos anteriores e quais os
principais destaques do disco?
Jairo
Vaz:
É interessante como com o passar do tempo, o sentimento com o disco muda. Após
a gravação, sempre ocorre de eu ouvir o disco sem parar, sempre pensando se
está tudo certo ou não. Hoje já ouço “Gods of Chaos” como um ouvinte comum, sem
críticas e penso que criamos um puta álbum. Acho que o principal destaque desse
disco foi trabalharmos mais melodias em contraponto a brutalidade e velocidade
a qual já estamos acostumados. Minhas músicas preferidas são Serpent in Flames e Sixteen Scourges.
O
disco traz uma temática conceitual sobre deuses do caos, guerras e destruição.
Aliás, desde “Art of Killing” (2013) vocês vêm trabalhando em discos
conceituais. Na verdade trabalhos que falam sobre personagens em comum, não
exatamente uma história conectada. Como começaram a compor em cima disso e de
onde vem as inspirações?
Jairo:
A
ideia surgiu em “Art of Killing” e o resultado com ouvintes e imprensa foi
sensacional, todos gostaram muito da ideia do disco ter um conceito único,
embora cada música fale de um personagem distinto e sem ligação um com o outro.
Após essa resposta por parte de todos, decidi que a partir dali todos os nossos
álbuns seguiriam essa fórmula. Então, assim que terminamos um álbum, eu já
começo a pesquisar temas e já escolho o tema do próximo.
O
Thrash/Death Metal do grupo está conciso no disco, sendo que a pegada do
primeiro estilo voltou mais à tona, principalmente no trabalho das guitarras.
Aliás, há uma variação rítmica interessante em “Gods of Chaos”. Gostaria que
falasse um pouco mais sobre isso.
Jairo:
As coisas fluem um pouco naturais, acho que a composição vem diretamente das
coisas que estamos ouvindo à época da criação. Lembro que ano passado eu estava
ouvindo bastante Death Metal, além disso, o Diego é um cara que ouve muita
banda e muita coisa diferente, o que ajudou a trazer bastante coisa nova, além
de um pouco mais de variação à nossa criação.
Duas
faixas foram escolhidas para ganhar videoclipe. São elas Storm of Chaos e Serpent In
Flames. Por que optaram por estas composições e como foi trabalhar nos
vídeos?
Jairo:
Escolhemos Storm of Chaos justamente
por ser uma música totalmente com a cara do Chaos Synopsis, velocidade,
melodias e brutalidade. Já Serpent in
Flames é o oposto, sendo uma música mais lenta e pesada e que acho ser uma
das músicas mais fortes do álbum.
Aliás,
qual a importância a banda vê atualmente em trabalhar com clipes, já que a
exposição dos mesmos hoje é facilitada pelas redes sociais?
Jairo:
Acho importantíssimo trabalhar clipes, eles dão vida nova a música. Me inspiro
muito em bandas que fazem muitos clipes, a exemplo do Behemoth ou do Metallica,
que lançou um vídeo para cada música do último álbum.
“Gods
of Chaos” foi o disco onde o guitarrista Diego Sanctus estreou em estúdio. Até
que ponto ele contribuiu nas composições, o que ele trouxe para a sonoridade da
banda e como é trabalhar com ele?
Jairo:
O
Diego é um cara que conhece muito de Metal, já tocou em algumas bandas antes,
toca muito e tem um fator de criação muito rápido e que somou muito ao nosso
jeito de criar. Muitas das composições nós já tínhamos as ideias principais e
jogávamos na mão dele pra complementar, com melodias ou alterações nos riffs.
Tenho certeza que a formação atual da banda está muito forte com a entrada dele
e o clima da banda na estrada está sensacional, somos grandes amigos. Acredito
que isso deu uma força extra à banda.
O
disco foi lançado na Europa e México, além do Brasil, claro. Como se deu a
oportunidade de lançar o trabalho no exterior?
Jairo:
Com a Concreto Records nós já havíamos lançado “Seasons of Red” (2015), que
teve uma boa repercussão por lá, então foi algo natural de acontecer. Algo
parecido aconteceu com a polonesa Defense Records, a banda principal deles é o
Terrordome, e em 2016 nosso split “Intoxicunts” com eles já havia saído pelo
selo, além disso, na tour europeia de 2017 o Piotr, dono do selo, estava junto
em nossa tour com o Terrordome e o Dira Mortis, ali, regado a muitas cervejas e
vodcas, fechamos contrato pro lançamento de “Gods of Chaos”.
E
em quais lugares ele obteve a melhor repercussão?
Jairo:
Ainda não sei dizer como estão os números por lá, porque os álbuns foram
lançados faz pouco tempo no México e na Europa, mas com certeza depois do
Brasil, nosso melhor mercado sempre foi a Polônia. Temos muitos fãs por lá e
sempre vendemos bastante material em nossos shows no país.
Turnês
pela Europa, shows pelo Brasil, incluindo festivais e diversos outros lugares,
quatro álbuns de estúdio e nove trabalhos lançados no total. Hoje você diria
que o Chaos Synopsis tem um nome a zelar?
Jairo:
Pessoalmente,
desde que a banda não tinha nada, já tratávamos o nome como algo grande. Hoje,
com toda nossa história, todos os rolês, amigos e fãs que conseguimos, com
certeza o nome pesa em qualquer decisão, criação ou qualquer coisa relacionada
a banda. São 13 anos de muito trabalho e que não devem cessar tão cedo.
Por
fim, o que a banda pode adiantar sobre um futuro lançamento? Qual o formato,
virá na linha Chaos Synopsis, pretendem lançar mais um disco com temáticas
direcionada... enfim?
Jairo:
Estamos pra lançar um EP bastante especial chamado “Unforgotten Shadows” para
comemorar os 12 anos de lançamento de nossa demo “Garden of Forgotten Shadows”.
Acho importante esse lançamento, pois traremos um pouco da história do começo
da banda, músicas que muitos fãs novos não conhecem, além da alegria de poder
ouvir aquelas músicas com uma produção mais parruda. Quanto a mais um álbum com
temática direcionada, já escolhi o tema e já estamos trabalhando nas ideias,
mas isso é algo para um papo futuro.
Muito
obrigado por falar conosco mais uma vez. Este espaço é de vocês.
Jairo:
Eu que agradeço pelo espaço sempre aberto e pela amizade de anos já. Como
sempre, agradeço aos fãs e amigos que temos na estrada, nossa diversão é estar
com todos, antes, durante e depois do show. Estamos nessa por toda a diversão
que o Rock 'N Roll nos proporciona.
\o/
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