(2018
– Nacional)
Hellion
Records
Décimo segundo disco do
Moonspell, “1755” é um marco na carreira da banda por vários fatores. É o
primeiro disco do grupo português cantado em sua língua pátria integralmente e
conceitual, em um tema baseado em fatos reais, na ocasião o grande terremoto de
Lisboa em 1755, que causou uma mudança total no povo de Portugal e em toda a
Europa.
Musicalmente o disco traz
toda a pompa da banda acumulada em 26 anos de carreira, isto é, uma gama de
estilos abrangendo principalmente o Gothic Metal que foi moldado a forma dp
Moonspell. Mas temos aqui no bom emaranhado, influências da música de seu país,
principalmente no ritmo e uma forte e relevante veia sinfônica e erudita nos
arranjos.
Fato é que “1755” é um
disco riquíssimo, que traz desde um trabalho de guitarras portentoso,
diversificado como todo o disco, mas que sabe exatamente equilibrar o peso
através dos riffs. Tudo com uma sessão rítmica magistral, com linhas de baixo
que até soam dependentes, mas que somam e acompanham uma bateria responsável
por manter precisa a variação rítmica encontrada nas composições.
Desde a rearranjada Em Nome do Medo (lançada originalmente
em “Alpha Noir” de 2012), passando por composições como In Tremor Dei (com participação do cantor Paulo Bragança), Abanão, Evento e Todos Os Santos, a gente consegue captar um drama, onde as pessoas
em meio a desgraça dialogam com divindades buscando respostas...
Fernando Ribeiro, se
apegando a um forte e inteligível vocal gutural, soa expansivo e consegue dar a
interpretação necessária às músicas, inclusive a versão para Lanterna do Afogados, dos Paralamas do
Sucesso que se saiu maravilhosamente bem em meio ao tracklist. O lançamento nacional
ainda conta com uma versão espanhola de Desastre.
“1755” é um primor em vários os sentidos.
9,0
Vitor
Franceschini
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