sexta-feira, 18 de janeiro de 2019

Qual o problema das bandas (brasileiras) em responder entrevistas?




Por Vitor Franceschini

Que o profissionalismo não é o forte das bandas nacionais independente, isso todo mundo já sabe. Mas, antes de qualquer coisa, não estamos aqui para tecer críticas, mas sim para alertar, dar exemplos do que pode ser bom ou ruim para uma banda.

Longe de ser ‘babação de ovo’ para gringo, para quem trabalha há 10 anos nessa cena, é nítida a diferença na hora de se divulgar um material. Enquanto as bandas gringas possuem uma forma mais profissional de abordagem (presskit com release, informações do disco, qualidade na produção em geral), as bandas brasileiras levam muita coisa na camaradagem ou no amadorismo mesmo.

É uma enxurrada de material (principalmente online) fora de ordem, release incompleto, e às vezes, até os dias atuais com tanto recurso, produção ruim. A abordagem então nem se fala, muitos mandam e-mail ou até mesmo em chats, com a seguinte mensagem: “esse é meu som, saca aí e se puder divulgar...”. Sim, dessa forma.

Pois bem, resumindo como funciona mal o nosso underground partirmos para outra forma de divulgação, as entrevistas. Incrível como as bandas não gostam de respondê-las, e isso já deixei claro muitas vezes em meu perfil pessoal do Facebook. Há quem justifique falta de tempo, pois muitas vezes (no caso do ARTE METAL a maioria), é feita por escrito via e-mail.

Porém, ainda não fico convencido com tal descaso. Vejo muita gente postando e interagindo o tempo todo nas redes sociais, muitos integrantes de bandas, aliás. Isso não toma tempo? Entrevista é a pauta mais complicada de se elaborar, por sair da mesmice e ser bem característico, afinal cada fonte (artista, banda, o trabalho) tem suas particularidades e é o que toma mais tempo do entrevistador (também). E, pasmem, pelo menos 30% (inventei esse dado) não é respondida.

Pior ainda, há muitas bandas e/ou assessorias dessas bandas que solicitam entrevistas e não respondem. Não dá pra entender. E fica a dica, as entrevistas costumam ter um bom acesso de leitores que inclusive gostam de comentar e interagir sobre o assunto, o que pode elevar o status de divulgação de uma banda.

E não se esqueçam, tem muita banda que ignora veículos pequenos, no qual o ARTE METAL se encaixa, achando que a divulgação através deles não compensa. Fica a dica, um veículo que é levado a sério por quem o edita (que é o nosso caso), sempre está em ascensão e um dia pode ser um veículo grande. Portanto, bandas e artistas, levem mais a sério as entrevistas e saibam que há todo um trabalho envolvido por trás delas.

*Vitor Franceschini é editor do ARTE Metal, jornalista graduado, palmeirense e headbanger que ama música em geral, principalmente a boa. Adora dar entrevistas, mais do que fazê-las.  

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