Por Vitor Franceschini
Que o profissionalismo
não é o forte das bandas nacionais independente, isso todo mundo já sabe. Mas,
antes de qualquer coisa, não estamos aqui para tecer críticas, mas sim para
alertar, dar exemplos do que pode ser bom ou ruim para uma banda.
Longe de ser ‘babação de
ovo’ para gringo, para quem trabalha há 10 anos nessa cena, é nítida a
diferença na hora de se divulgar um material. Enquanto as bandas gringas
possuem uma forma mais profissional de abordagem (presskit com release,
informações do disco, qualidade na produção em geral), as bandas brasileiras
levam muita coisa na camaradagem ou no amadorismo mesmo.
É uma enxurrada de
material (principalmente online) fora de ordem, release incompleto, e às vezes,
até os dias atuais com tanto recurso, produção ruim. A abordagem então nem se
fala, muitos mandam e-mail ou até mesmo em chats, com a seguinte mensagem:
“esse é meu som, saca aí e se puder divulgar...”. Sim, dessa forma.
Pois bem, resumindo como
funciona mal o nosso underground partirmos para outra forma de divulgação, as
entrevistas. Incrível como as bandas não gostam de respondê-las, e isso já
deixei claro muitas vezes em meu perfil pessoal do Facebook. Há quem justifique
falta de tempo, pois muitas vezes (no caso do ARTE METAL a maioria), é feita
por escrito via e-mail.
Porém, ainda não fico
convencido com tal descaso. Vejo muita gente postando e interagindo o tempo
todo nas redes sociais, muitos integrantes de bandas, aliás. Isso não toma
tempo? Entrevista é a pauta mais complicada de se elaborar, por sair da mesmice
e ser bem característico, afinal cada fonte (artista, banda, o trabalho) tem
suas particularidades e é o que toma mais tempo do entrevistador (também). E,
pasmem, pelo menos 30% (inventei esse dado) não é respondida.
Pior ainda, há muitas
bandas e/ou assessorias dessas bandas que solicitam entrevistas e não
respondem. Não dá pra entender. E fica a dica, as entrevistas costumam ter um
bom acesso de leitores que inclusive gostam de comentar e interagir sobre o
assunto, o que pode elevar o status de divulgação de uma banda.
E não se esqueçam, tem
muita banda que ignora veículos pequenos, no qual o ARTE METAL se encaixa,
achando que a divulgação através deles não compensa. Fica a dica, um veículo
que é levado a sério por quem o edita (que é o nosso caso), sempre está em
ascensão e um dia pode ser um veículo grande. Portanto, bandas e artistas,
levem mais a sério as entrevistas e saibam que há todo um trabalho envolvido
por trás delas.
*Vitor Franceschini é editor do ARTE Metal, jornalista graduado,
palmeirense e headbanger que ama música em geral, principalmente a boa. Adora
dar entrevistas, mais do que fazê-las.
Nenhum comentário:
Postar um comentário