Por Adalberto Belgamo
Um dia desses,
conversando com um amigo guitarrista chegamos à conclusão que, ultimamente, a
maioria dos condutores das seis (sete, oito, nove, dez... risos) cordas, em
especial no Metal, estão mais preocupados em tocar e fazer música para
“músicos”. Qual a razão de tal atitude?
Entre as inúmeras
hipóteses, a primeira que veio à cabeça foi é a relativa ao “símbolo fálico”.
Para quem não conhece, refere-se ao “falo”, ou seja, ao “passarinho”, “bilau”,
à “terceira perna”, ao pinto mesmo (risos). A “cuecada” sempre teve a
preocupação com o tamanho do “predileto”. Até hoje há alguns que dão aquela
olhadinha de lado (sem intenção alguma...ou não - risos) para conferir os
“mijadores” da concorrência nos banheiros.
Transportaram o mesmo
conceito para a guitarra. Quem sola mais rápido, tem mais técnica, o cabelo
mais bonito e sedoso e as calças que apertam de maneira desumana os bagos
(risos). É a eterna competição para ver quem é melhor. Não demora muito e
começam a ver para que lado o “jeca” está inclinado para introduzir (opa!) a
política no assunto. “Ainn, seu peru está mais para a esquerda! Comunista!
Satanista!”.
Outra hipótese plausível
é a de conseguir alunos. A situação econômica está difícil e, portanto, todas
as tentativas são válidas para arranjar um cascalho a mais. Obtenção,
manutenção de instrumentos e equipamentos musicais não saem nada barato. Vale
para aquele monte de quinquilharia, que só usou uma vez na vida. Vender depois
é pior que negociar um automóvel. Aquela Ferrari seminova não vale um Chevette
78, equipado com toca-fitas e capas nos bancos.
A terceira hipótese é a
famosa: “Queria fazer um som instrumental, influenciado pelo Jazz brasileiro,
pela música da Mongólia, usar todos os Modos Gregos (Hindus, Judaicos, Cristãos
e Pagãos - risos) e ainda adicionar um tempero do Caribe.” O máximo que alguém
consegue é irritar o resto da banda, enfiando “trocentos” solos, até com o
amplificador desligado.
A seguinte vem em forma
de sonho tripartido: glamour, fama e mulheres. A realidade, porém, é carregar o
equipamento nas costas, levar choque em cima do palco, ficar com fama de chato
- que não respeita o técnico de som - e terminar a noite rodeado de “peludos”.
A coisa anda tão bizarra,
que antigamente a música tinha um solo; mas, hoje em dia, a coitada pede pelo
amor de Deus (Big Bang, Casco Rachado ou Odin, dependendo da crença religiosa,
se tiver alguma) para participar do trabalho.
O texto é uma
brincadeira. Cada um na sua, tocando o que quiser, da maneira que achar melhor
e mais confortável com ou sem técnica apurada (ou abusiva), contanto que não
saia fora do tempo, do tom e, principalmente, com os instrumentos afinados!
Meu amigo é músico mesmo.
Já quem vos escreve, é apenas um “guitarreiro” de quarto, que faz música
estranha para gente esquisita e imaginária que mora... no quarto! (risos)
Inté!
*Adalberto Belgamo é
professor, atuando no museu (sem ser peça... ainda - risos), colaborador do
Arte Metal, além de ser Parmerista, devorador de música boa, livros, filmes e
seriados. Um verdadeiro anarquista fanfarrão.
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