Por Vitor Franceschini
Surgido por influência do
pai Daniel Dias (baixo) e suas composições engavetadas há 30 anos, o Devachan
ganhou forma através dos filhos Leandro (guitarra) e Gabriel Dias (vocal).
Completado por Michael Santos Verissimo (teclado) e Jeferson Oliveira
(bateria), o grupo de Iperó/SP, divulga seu primeiro trabalho, “Regeneração”
(2018), enquanto prepara seu novo passo. Daniel e Leandro conversaram com o
ARTE METAL e falaram um pouco mais sobre a banda.
Primeiro
quero perguntar ao Daniel, como é ter composições feitas há 30 anos e hoje
tê-las gravadas com seus filhos?
Daniel
Dias: É um sentimento muito bom saber que depois de 30 anos
as letras estão servindo para essa geração. O ciclo da vida continua o mesmo, o
sol, a noite, as plantas, só nós envelhecemos. A tecnologia renova, mas as
palavras nunca morrem, ficam para eternidade. Nunca imaginaria depois de tanto
tempo, estar com meus filhos nessa jornada da vida. Não existe palavras para
explicar isso.
E
como surgiu a ideia de retrabalhar essas músicas e finalmente registrá-las
profissionalmente? Aliás, como foi este trabalho?
Leandro
Dias: A ideia surgiu naturalmente, pois escutávamos essas
músicas desde pequenos (eu e meu irmão, Gabriel Dias). Para nós, registrá-las
tornou-se uma obrigação, pois as mesmas nos ajudaram e ajudam muito em nossa
reforma interior. E o trabalho foi uma experiência extremamente positiva,
crescemos muito, tanto musicalmente quanto pessoalmente.
E
como foi compor novas canções praticamente em família? A reestruturação das
composições já existente influenciou de alguma forma?
Leandro:
Compor
em família é um exercício que praticamos desde que me entendo por gente
(risos). Meu pai sempre nos incentivou e auxilio em nossas composições, isso
sempre nos ajudou a expor nossos sentimentos e emoções.
Falando
agora do debut “Regeneração”. O disco atingiu as expectativas da banda? O que
vocês destacariam no trabalho e qual o principal diferencial dele?
Leandro:
Sem
sombra de dúvidas, ficamos muito satisfeitos com o resultado. Acredito que o
principal destaque e diferencial seriam as letras cantadas em português e o
conteúdo de composição diferenciado, voltado a reforma interior.
A
sonoridade, apesar do foco no Heavy Metal, é ampla e impressiona como a banda
consegue caracterizar esta mescla. Há influências de outros estilos como Prog
Metal e Rock clássico, por exemplo. Vocês concordam com essa análise?
Leandro:
Concordamos
cem por cento. Acredito que isso ocorreu devido a cada integrante da banda
possuir um gosto musical diversificado. Colocamos todas essas ideias em um
liquidificador e isso culminou no álbum “Regeneração”.
Por
que optam e como é fazer Metal em português? Nota-se que a abordagem do Devachan
é um pouco diferente, já que adota linhas mais versáteis nos vocais...
Leandro:
Optamos
pela língua portuguesa principalmente pela disseminação em nosso território,
queríamos passar a mensagem primeiro em nossa casa e claro, trata-se de um
idioma muito rico e belo, expressando toda a delicadeza de uma bela poesia.
Obs: Antes de se tornarem harmonizadas as composições eram escritas em forma de
poesias.
Vocês
tiveram respostas do exterior ao álbum? Acreditam que cantar em português
atrapalha isso de alguma forma?
Leandro:
Obtivemos
uma repercussão extremamente positiva em relação ao álbum “Regeneração” e
também de nosso primeiro EP “Andarilho”. Ficamos até assustados, resenhas em
diversos países da Europa. Acredito que cantar em português não é uma barreira
hoje em dia, bandas cantando em português estão tendo seu destaque lá fora, as
pessoas apreciam a sonoridade tanto dos ritmos brasileiro quanto do idioma.
Aliás,
a abordagem lírica gira em torno da espiritualidade e conceitos filosóficos. O
que vocês passam nas músicas, de uma forma comum, nessas mensagens?
Leandro:
Basicamente
essas composições eram escritas em forma de poesias e expressavam toda a guerra
interior e batalha de meu pai em busca da sua reforma interior e acredito que
exteriorizado no papel as palavras tornaram-se muito significativas para meu
irmão (Gabriel Dias) e para mim.
Vocês
seguem, no dia a dia, esses conceitos?
Leandro:
Procuramos
seguir e colocar em prática todos os dias. Como na execução de um instrumento,
trabalhar na sua reforma interior exige treino e vigília constantes, até que se
torne comum e prazeroso trilhar o caminho da harmonia.
Em
janeiro de 2020 lá se vão dois anos do lançamento de “Regeneração”. Como vocês
veem o disco atualmente e qual foi a repercussão dele de uma forma geral?
Leandro:
Acredito
que o disco continua e continuará sempre atual, devido a seu conceito e
estrutura musical. A repercussão do álbum foi realmente muito boa, estamos
muito contentes com o impacto positivo que vem causando.
Provavelmente
vocês já estão trabalhando em algo... Podem nos adiantar algo sobre o que está
por vir com a Devachan?
Leandro:
Estamos
trabalhando em um novo single para lançar em 2020, estamos com um novo
integrante, o baterista Jeferson Oliveira, que está agregando muito, tanto musicalmente
quanto pessoalmente, e alguns shows já estão agendados para 2020.
No
mais, agradeço a entrevista. Podem deixar uma mensagem aos leitores.
Leandro
-
Eu que agradeço pelo espaço e atenção, um grande abraço para todos os leitores
e desejo para todos muita música e paz nas suas vidas.
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