Por Adalberto Belgamo
Apropriado para o momento
pelo qual estamos passando, a “The End Tour” (O Fim) pode ter sido uma das
últimas turnês com aglomeração maciça de pessoas. Até encontrarem uma vacina
e/ou um tratamento eficaz contra o Covid-19, as “lives”, o YouTube e DVDs serão
as únicas oportunidades para vermos nossos ídolos no palco. Fiquem em casa!
Não sou especialista em
saúde e pandemia. Portanto, prefiro confiar em médicos, pesquisadores,
farmacêuticos e epidemiologistas (sem viés político partidário) que em um
“lunático psicopata e mau caráter” e seus seguidores. Não quer ficar em casa
(sair sem necessidade ou obrigação) ou tomar medidas necessárias para enfrentar
a pandemia? Não espere solidariedade e empatia de quem vos escreve. Tais
sentimentos são uma via de mão dupla. Seguidores de um imbecil, assim como ele,
não os praticam. Que se virem, caso sejam acometidos pela doença. Façam ‘arminhas’,
gritem mito ou entreguem a cura a uma figura sobrenatural qualquer.
Voltando ao show. Excursãozinha
básica. Saíram três catalocos (risos) da minha cidade. Só gente bonita,
honesta, elegante e sincera! Ônibus devidamente e estrategicamente estacionados. Grupos se formam para chegar ao Morumba.
Tenho um carinho especial pelo estádio, pois foi nele que vi o Kiss (meu
primeiro show gringo!) em 1983! Sim. Sobrevivi ao meteoro, que acabou com os
dinossauros!
Eu e mais três amigos
começamos a subir a Rua (Avenida, Via Expressa... sei lá - risos), que dá
acesso ao estádio. Eis que, de repente, vejo o maior “capote” de alguém no meio
da rua. Superou os meus! “Ninja style”! Não citarei o nome próprio do “jovem”,
que se estatelou no chão. Para os curiosos o apelido e local de trabalho:
“Nerso; Sistema S.” (risos).
As pessoas normais imprimem
o ingresso e entram. Eu não. Acumulador de carteirinha sempre quer o original.
Resultado, uma hora e meia na fila. Mas até que foi divertido. Fiz amizade com
os cavalos dos “poliça” e fiquei brincando com eles. Demais!
Momento surreal. Depois
de tanto tempo na fila com o joelhinho maroto (e sem meniscos) doendo, a
mocinha do caixa me perguntou se era o do festival de março. Tolerância zero!
Viajar cinco horas, ficar mais uma hora e meia na fila para pegar um ingresso,
voltar para a minha cidade e ignorar o Tony ‘God’ Iommi. Se chover arreios,
faltarão carroças. (risos)
Entrei e avistei meus
amigos. Joelho matando (bate osso com osso - risos), resolvi comprar um refri
para tomar um analgésico de derrubar os meus amiguinhos equinos, que estavam do
lado de fora. Acumulador (sempre!), comprei a bebida junto com o “copo” alusivo
ao show. Mais um aborrecimento. O “manolo”, que estava servindo, disse que não
tinha mais o copo. Mas eu vi vários
lacrados ao lado do freezer.
O “bonito” teve a cara de
pau de me chamar de lado e dizer que seu eu desse mais trinta dinheiros, ele me
daria o copo. Fui direto à supervisora. Além do copo, ganhei uma breja, que dei
para alguém na fila. Tomar analgésico forte com álcool não seria a combinação
perfeita. Ah, a supervisora “sumiu” com o cara do atendimento.
Tentei achar meu
lugarzinho para ficar sentadinho. Já estava no fim do Rival Sons. Nem lugar, nem
show de abertura. Mais uma vez o “overbooking”. Havia mais pessoas que lugares.
A minha sorte é que um segurança, o qual estava cuidando da entrada dos
camarotes, percebeu que eu não conseguia ficar em pé o tempo todo e deixou o
“alecrim do campo” sentar em uma das cadeiras, que ficam na parte externa dos
camarotes.
Tranquilo. Finalmente,
Black Sabbath!
A minha banda preferida
de Heavy Metal é o Sabbath (em todas as fases). Tony Iommi é a minha referência
(entre diversos estilos e músicos) para tentar fazer um “baruiu” com a
guitarra. Tive de me segurar para não chorar! Tinha visto outros três shows da
banda, mas aquele - talvez por ser o último - foi muito especial.
Como não se emocionar com
o setlist! Black Sabbath, Fairies Wear Boots, After Forever, Into
the Void, Snowblind, War Pigs, Behind The Wall Of Sleep, N.I.B., Rat Salad,
Iron Man, Dirty Women, Children Of The Grave e Paranoid.
Praticamente
o mesmo do show anterior no Campo de Marte. Indecente! Pior espaço de shows que
conheci. Mas fica para outra oportunidade.
Há várias teorias, mas
quem (independente do gênero, inclusive alienígena - risos) não concordar que
eles - principalmente o Tony Iommi - são os pais do Metal. De boa, vai beijar o
Carluxo na boca e pegar o coronga!
E o timbre da guitarra! O
peso da cozinha baixo e bateria! As maluquices do Ozzy! Sem mais comentários!
HISTÓRICO! Depois da aula de Heavy Metal, esperar o público sair para não
piorar o joelhinho e atrasar o ônibus para a volta. No entanto, lembrei-me do
“manolo” do atendimento. “E se ele estiver me esperando para quebrar o outro
joelho do X9?”
Encontrei o Fafa -
brother de Jaboticabal - e um amigo dele, estilo porta de dois metros. Lógico
que “colei” neles para achar o meu ônibus. Sobrou voltar para Araraquara,
ciente de ter feito parte da história da música pesada. Ah, com o copo
devidamente escondido no bolso da bermuda!
Inté!
*Adalberto Belgamo é
professor, atuando no museu (sem ser peça... ainda - risos), colaborador do
Arte Metal, além de ser Parmerista, devorador de música boa, livros, filmes e
seriados. Um verdadeiro anarquista fanfarrão.
Maior capote do Morumbi!!! Kkkkkkj
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