(2020
– Nacional)
Kaotic
Records
Aasverus é um personagem
mítico, um judeu andante. Diz a lenda que Aasverus foi contemporâneo de Jesus e
trabalhava num curtume ou oficina de sapateiro, em Jerusalém, numa das ruas por
onde passavam os condenados à morte por crucificação, carregando suas cruzes.
Seria ele então, uma das pessoas que proferiram ofensas a Jesus durante o
calvário.
A sonoridade destes
mineiros serve bastante como inspiração para tal ato, pois traz a maleficência
em forma de sabedoria, com climas sombrios típicos das bandas ocultas
brasileiras dos anos 90. Aquela mescla perfeita do Doom e do Black Metal, com
timbres e vociferações só vistas em terras tupiniquins.
E o Aasverus não
economiza em sua empreitada. Aposta em sons arrastados, longos (são quatro
faixas em mais de 77 minutos), que mostram que são das avessas e buscam o tom
mais profundo e nada comercial do underground. No entanto, sabem o território
que pisam.
As guitarras entoam
acordes agoniantes em timbres nem tão vigorosos, um pouco ríspidos, enquanto a
cozinha dá o grave para melodias sombrias, que em alguns momentos parecem que
pararão por ali. Enquanto isso, vocais rasgados, um tanto quanto caricatos,
destilam os temas.
Como o título do álbum
propõe, as letras trazem temas filosóficos que exigem reflexão. Aliás, a banda
opta por cantar na língua pátria, o que permite compreendermos e pensarmos
melhor enquanto ouvimos. Se aprecia o extremo (não em termos de peso e
velocidade, mas de essência) do Funeral Doom e Black Metal, vá sem medo.
8,0
Vitor
Franceschini
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