Por Vitor Franceschini
Encerrando nossa série
sobre as bandas que pararam nas demos e nunca lançaram um trabalho oficial, ou
seja, um álbum completo, temos agora o Disharmonical Tempest. Tenho uma
lembrança afetiva com esta demo da banda sul-mato-grossense, afinal, foi uma
das primeiras que recebi e a ouvi demasiadamente. Aliás, mais que muito
clássico do Heavy Metal que tenho em minhas prateleiras de CD’s e vinis.
“Diatessaron” foi lançada
em 1998 e é o único registro físico do sexteto de Campo Grande, formado a época
por Fernando Louveira (vocal), Anders D’Freita e Bruno Queiroz (guitarras),
Roger Abrego (baixo) Denis Subtil (teclados) e Nory Uheara (bateria). Não há
dúvidas que o Disharmonical Tempest foi um dos primeiros nomes brasileiros a
flertar com o Melodic Death Metal.
Digo ‘flertar’, pois a
banda não fechava o leque de sua abrangência e trazia elementos do Doom e
Gothic Metal talvez na mesma dose. Fato é que a sonoridade dos caras soava bem
à frente de seu tempo, inclusive mostrando um ótimo senso de melodia e ricos
arranjos. A demo também é bem produzida, claramente em se tratando de seu tempo
e dos recursos disponíveis na época. E também conta com um encarte bacana. A
que tenho ainda tem uma bônus ao vivo no lado B.
Interessante, que no auge
da minha inocência e pouco conhecimento no meio naqueles tempos (tinha 15
anos), não sabia que a banda tinha orientação cristã, ou seja, era tachada por
muitos como White Metal. No entanto, recentemente descobri isso, mas
absolutamente nada mudou no meu conceito deste grande trabalho, que, se
notarmos pelos títulos das composições, possuem letras inteligentes e não
pregações baratas. Sem dúvidas, mais uma baixa prematura para o Metal nacional.
*Vitor
Franceschini é editor do ARTE METAL, jornalista graduado, palmeirense e
headbanger que ama música em geral, principalmente a boa. Não é cristão, mas
respeita os cristão que sabe respeitar a fé alheia.
Nenhum comentário:
Postar um comentário