sábado, 30 de outubro de 2021

Heavy Water: família Byford fala do projeto e novo álbum que será lançado no Brasil



Por Vitor Franceschini

 

Biff Byford tem se dedicado à música pesada há praticamente 50 anos. A maior parte desse tempo à frente do Saxon, um dos pilares da New Wave Of Bristish Heavy Metal (NWOBHM) e um dos maiores nomes do Heavy Metal de todos os tempos. Incrivelmente, seu primeiro álbum solo só saiu no ano passado, em fevereiro, sob o título de “School of Hard Knocks”. Eis que a pandemia estourou e o tardio e ótimo disco não pôde ser divulgado com shows. No entanto, como tudo tem seu lado bom, o cantor britânico se uniu ao seu filho, Seb Byford, e, depois de algumas apresentações online, resolveu compor e lançar as músicas. Sob a alcunha de Heavy Water, pai e filho lançarão “Red Brick City” (inclusive no Brail pela Heavy Metal Rock). O ARTE METAL conversou com os dois que, além de outras coisas, falaram um pouco sobre o que está por vir!

 

Biff, primeiramente gostaria de saber como você está e como tem passado durante este momento difícil de pandemia?

Biff Byford: Eu estou bem. Tem sido difícil, não ser capaz de fazer uma turnê e tudo, mas me mantive ocupado escrevendo e gravando.

 

E só pra gente se atualizar, seu primeiro e único disco solo até então, “School of Hard Knocks” saiu um pouco antes da pandemia ‘estourar’. Como foi a repercussão deste trabalho, seu sentimento e você tinha planos de shows para promove-lo?

Biff: O álbum foi muito bem, muitas pessoas e críticos parece que gostaram. Eu estava planejando fazer uma turnê em abril / maio de 2020, mas infelizmente tivemos que cancelar.

 

Com certeza o Heavy Water, ao lado de seu filho Seb Byford é ‘fruto’ dessa pandemia. O projeto surgiu exclusivamente neste período ou já havia planos, que foram adiantados devido a este período, anteriormente?

Seb Byford: Fizemos alguns eventos de streaming via StageIt, os fãs gostaram do que viram e ouviram, então a ideia surgiu de gravar parte do material e acabamos fazendo um álbum juntos

 


Essa pergunta é clichê. Mas como é trabalhar com seu filho? O que você pôde ensinar e o que aprendeu?

Biff: Nós trabalhamos juntos uma vez ou outra por um tempo, Seb também gravou os vocais para meu álbum solo. Conhecemos os pontos fortes e as técnicas uns dos outros, e há muita confiança, o que é fundamental.

 

Falando da sonoridade, na primeira faixa divulgada, Red Brick City, dá pra notar uma pegada Heavy/Rock que, mesmo soando clássica, soa bem atual. Certo?

Seb: Eu diria que há uma mistura de Sleeze dos anos 70 com alguns Grunge dos anos 90 jogados lá.

 

E por que escolheram exatamente a faixa título como primeiro trabalho de apresentação, além de clipe?

Seb: É provavelmente o mais representativo dos tempos atuais: trata-se de ficar preso em uma cidade, durante o bloqueio, não ser capaz de fazer muito mais além de estrelar entre as paredes, mentalmente tem sido um momento muito desafiador.

 

Aliás, a sonoridade apresentada na faixa título é um bom resumo do álbum ou ele irá abranger mais do que isso? Pergunto, pois no release diz que o som se baseia no Rock Clássico, reunindo ainda referências de blues primitivo através de riffs de guitarra certeiros e arranjos de vozes bastante atrevidos.

Seb: Existem diferentes sons e influências. Em termos de tom de guitarra, geralmente, queríamos que o álbum soasse muito cru e difuso, uma espécie de vibração de White Stripes / Black Key Vibes.

 

Além de Biff e Seb, o Heavy Water é completado pelo baterista Tom Witts e o tecladista/saxofonista Dave Kemp. Por que a escolha desses músicos? Também, sobre a sonoridade do Heavy Water, desperta curiosidade o fato de contarem com um saxofonista. Gostaria que falasse sobre isso também.

Seb: Eu toco com o Tom há muito tempo, trabalhamos bem juntos, o Tom é um ótimo baterista e foi uma escolha óbvia para mim. Dave é ótimo, ele ouve a música e lá vai ele faz o que quer e o resultado é simplesmente perfeito

 

Já de cara, “Red Brick City” terá um lançamento exclusivo no Brasil pelo selo Heavy Metal Rock. O disco solo, “School of Hard Knocks” também foi lançado por aqui e Biff tem uma base forte de fãs no Brasil com o Saxon. Gostaria que falasse sobre essa relação com o fã brasileiro.

Biff: O Brasil sempre foi um lugar fantástico para o Saxon, estamos ansiosos para voltar e tocar assim que todo o caos pandêmico estiver sob controle. Seb nunca foi ao Brasil, ele ficaria feliz em poder ir.

 

Por fim, Biff, são 50 anos de carreira e você ainda produz música com ímpeto e garra, sem se acomodar, inclusive transitando por vários estilos do Heavy e do Rock. Como é lançar um álbum inédito nos dias de hoje e ver uma galera que nem era nascida quando começou sua carreira consumir sua música?

Biff: Você avista alguém na multidão e eles trouxeram seus filhos e às vezes até seus netos. É uma sensação ótima.

 

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