Por Vitor Franceschini
Biff
Byford tem se dedicado à música pesada há praticamente 50
anos. A maior parte desse tempo à frente do Saxon, um dos pilares da New Wave Of Bristish Heavy Metal (NWOBHM)
e um dos maiores nomes do Heavy Metal de todos os tempos. Incrivelmente, seu
primeiro álbum solo só saiu no ano passado, em fevereiro, sob o título de “School of Hard Knocks”. Eis que a
pandemia estourou e o tardio e ótimo disco não pôde ser divulgado com shows. No
entanto, como tudo tem seu lado bom, o cantor britânico se uniu ao seu filho, Seb Byford, e, depois de algumas
apresentações online, resolveu compor e lançar as músicas. Sob a alcunha de Heavy Water, pai e filho lançarão “Red Brick City” (inclusive no Brail
pela Heavy Metal Rock). O ARTE METAL conversou
com os dois que, além de outras coisas, falaram um pouco sobre o que está por
vir!
Biff,
primeiramente gostaria de saber como você está e como tem passado durante este
momento difícil de pandemia?
Biff
Byford: Eu estou bem. Tem sido difícil, não ser capaz de
fazer uma turnê e tudo, mas me mantive ocupado escrevendo e gravando.
E
só pra gente se atualizar, seu primeiro e único disco solo até então, “School
of Hard Knocks” saiu um pouco antes da pandemia ‘estourar’. Como foi a
repercussão deste trabalho, seu sentimento e você tinha planos de shows para
promove-lo?
Biff:
O
álbum foi muito bem, muitas pessoas e críticos parece que gostaram. Eu estava
planejando fazer uma turnê em abril / maio de 2020, mas infelizmente tivemos
que cancelar.
Com
certeza o Heavy Water, ao lado de seu filho Seb Byford é ‘fruto’ dessa
pandemia. O projeto surgiu exclusivamente neste período ou já havia planos, que
foram adiantados devido a este período, anteriormente?
Seb
Byford: Fizemos alguns eventos de streaming via StageIt, os fãs gostaram do que viram e
ouviram, então a ideia surgiu de gravar parte do material e acabamos fazendo um
álbum juntos
Essa
pergunta é clichê. Mas como é trabalhar com seu filho? O que você pôde ensinar
e o que aprendeu?
Biff:
Nós trabalhamos juntos uma vez ou outra por um tempo, Seb também gravou os
vocais para meu álbum solo. Conhecemos os pontos fortes e as técnicas uns dos
outros, e há muita confiança, o que é fundamental.
Falando
da sonoridade, na primeira faixa divulgada, Red
Brick City, dá pra notar uma pegada Heavy/Rock que, mesmo soando clássica,
soa bem atual. Certo?
Seb: Eu
diria que há uma mistura de Sleeze dos anos 70 com alguns Grunge dos anos 90
jogados lá.
E
por que escolheram exatamente a faixa título como primeiro trabalho de
apresentação, além de clipe?
Seb:
É provavelmente o mais representativo dos tempos atuais: trata-se de ficar
preso em uma cidade, durante o bloqueio, não ser capaz de fazer muito mais além
de estrelar entre as paredes, mentalmente tem sido um momento muito desafiador.
Aliás,
a sonoridade apresentada na faixa título é um bom resumo do álbum ou ele irá
abranger mais do que isso? Pergunto, pois no release diz que o som se baseia no
Rock Clássico, reunindo ainda referências de blues primitivo através de riffs
de guitarra certeiros e arranjos de vozes bastante atrevidos.
Seb:
Existem
diferentes sons e influências. Em termos de tom de guitarra, geralmente,
queríamos que o álbum soasse muito cru e difuso, uma espécie de vibração de White Stripes / Black Key Vibes.
Além
de Biff e Seb, o Heavy Water é completado pelo baterista Tom Witts e o
tecladista/saxofonista Dave Kemp. Por que a escolha desses músicos? Também,
sobre a sonoridade do Heavy Water, desperta curiosidade o fato de contarem com
um saxofonista. Gostaria que falasse sobre isso também.
Seb:
Eu
toco com o Tom há muito tempo, trabalhamos bem juntos, o Tom é um ótimo
baterista e foi uma escolha óbvia para mim. Dave é ótimo, ele ouve a música e
lá vai ele faz o que quer e o resultado é simplesmente perfeito
Já
de cara, “Red Brick City” terá um lançamento exclusivo no Brasil pelo selo
Heavy Metal Rock. O disco solo, “School of Hard Knocks” também foi lançado por
aqui e Biff tem uma base forte de fãs no Brasil com o Saxon. Gostaria que
falasse sobre essa relação com o fã brasileiro.
Biff:
O
Brasil sempre foi um lugar fantástico para o Saxon, estamos ansiosos para voltar e tocar assim que todo o caos
pandêmico estiver sob controle. Seb nunca foi ao Brasil, ele ficaria feliz em
poder ir.
Por
fim, Biff, são 50 anos de carreira e você ainda produz música com ímpeto e
garra, sem se acomodar, inclusive transitando por vários estilos do Heavy e do
Rock. Como é lançar um álbum inédito nos dias de hoje e ver uma galera que nem
era nascida quando começou sua carreira consumir sua música?
Biff:
Você
avista alguém na multidão e eles trouxeram seus filhos e às vezes até seus
netos. É uma sensação ótima.
Nenhum comentário:
Postar um comentário