(2024 – Nacional)
Voice
Music
A primeira coisa que tem
que se dita sobre este mais novo trabalho do Angra é que não oportunista. Isso mesmo. A fórmula do acústico,
principalmente dentro do Rock/Metal, já deixou de ser onda e quem aposta nisso
aposta por vontade própria e sem maiores pretensões, ao menos no momento.
Ainda mais se levarmos em
conta que o Angra lançou ano passado
um disco inédito de estúdio, o bom “Cycles
of Pain”, do qual eles incluem apenas 3 músicas no vasto repertório, que
conta no total com 15 canções. Mais uma vez, não há nada de pretensioso aqui.
Saindo como CD duplo e
DVD (o que apreciamos foi o digital, logo não tivemos acesso ao show em vídeo),
o trabalho é primoroso. Gravado ao vivo no teatro Ópera de Arame, eu Curitiba/PR, conta com arranjos de arrancar
lágrimas, uma coesão incrível, além de participações especiais pontuais.
Incrível como um trabalho
moldado ao Heavy, Power e Prog Metal se tornou algo ainda mais musical e abrangente
com os novos arranjos e uma performance magistral do Angra, uma das maiores bandas de Heavy Metal do Brasil em todos os
tempos e uma das principais do Metal melódico no mundo.
Algumas composições
soaram óbvias em suas versões, pois já era de se imaginar como se encaixariam
bem ao formato. Casos de “Make Believe”, “Holy Land” (sim, isso
mesmo) e “Reaching Horizons”, uma das que mostra que Rafael Bittencourt
se sai bem como vocalista. Aliás, ele faz um trabalho fundamental como
‘backing’.
“Nova Era”,
abrindo o trabalho de forma estonteante, e “Carry On”, surpreendem, mas fica
claro que a última entrou mais no repertório por ser um clássico absoluto. Não
porque tenha ficado ruim, mas não é a mais apropriada pro estilo e, por ser um
hit intocável, aumenta o grau de exigência.
O disco prima por trazer
diversas participações especiais, das quais algumas seriam de esperar alta
qualidade, como de Vanessa Moreno,
em “Here
In The Now”, afinal, ela participa da versão original, no último disco,
“Cycles of Pain”. E que música
maravilhosa, que prova de maturidade do Angra e que rearranjo magistral. Aliás,
Fabio Lione caiu como uma luva na
banda e é um dos grandes motes dessa maturação.
Amanda
Somerville também chega segura na erudita em “Tears
Of Blood”, do qual ela também participa na versão original. A faixa é
outra que se encaixa muito bem ao formato acústico e Amanda dispensa
apresentações. Já, Toni Garrido, em
“Late
Rendemption”, sem ser ‘rabugentice de metaleiro’, parece meio perdido e
fora de esquadro, até porque não estamos diante de um cantor tão técnico,
apesar de sua carreira ser bem legal. Pena que “Wuthering Heights”,
também com Amanda Somerville, só
saiu no Youtube e não entrou nem para o CD e nem para o DVD (mas
disponibilizamos o link abaixo).
O balanço final é que “Acoustic – Live at Opera de Arame” é
um disco que transcende o Heavy Metal, prova o valor do Angra (que nem precisa de tal) e é um trabalho primoroso, bem
produzido, executado e de arranjos magistrais, além de dar uma reformulada em
um formato um tanto quanto que desgastado.
Por
Vitor Franceschini
Ouça
algumas músicas:
https://www.youtube.com/watch?v=K2K2OGQ1HFA
https://www.youtube.com/watch?v=h2sG5Yx_K50
https://www.youtube.com/watch?v=ONrNpFT5urM
Links:
https://www.instagram.com/AngraOfficial
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