segunda-feira, 23 de abril de 2007

Os clássicos não clássicos


No cenário do heavy metal, costumamos com uma certa freqüência nos deparar com álbuns que geram muitas polêmicas entre os fãs e, por conseqüência, soam controversos. Estamos falando de álbuns que, muitas vezes, acabam por decretar o fim de uma carreira honesta e de sucesso de certa banda. Temos como maior exemplo disso o álbum Load do Metallica.
Existem inúmeras bandas, que, como qualquer ser humano no mundo, acabam por amadurecer e, muitas vezes, mudar de identidade com o tempo. Por conseqüência desse amadurecimento, muitas bandas acabam não apenas mudando sua identidade, mas também perdendo-a completamente. Porém, convenhamos que muitas bandas, apesar de mudarem de direcionamento, continuam excelentes, mesmo com novas características em seu som. Mas, infelizmente, algumas soam completamente desonestas com seus fãs e com sua música. O Metallica, novamente e definitivamente, “chutou o balde” com seu mais recente lançamento, o horrendo disco St. Anger.
Entretanto, vamos concordar que há muitos discos de excelente qualidade que poderiam se tornar verdadeiros clássicos do rock/heavy metal, desde que não fossem lançados por tal banda. Na verdade, o radicalismo posto de lado e a mente aberta podem ser sinais de que tudo que venha seja lucro.

Discos injustiçados:
Metallica- “Load”- Podem falar o que for, mas se esse álbum, não tivesse sido lançado pelo Metallica, seria no mínimo um bom disco. Faixas como “Until It Sleep” e “Hero of the Day” são excelentes hits, porém longe de se rotularem clássicos do thrash metal como a banda fazia nos anos 80.

Helloween- “Chameleon”- Outro caso de disco lançado pela banda errada. “I don´t wanna cry no more” cairia como uma luva para uma banda de hard rock, mas não para uma de metal melódico. Várias músicas são ótimas nesse disco, mas não interpretadas pelo Helloween.

Dark Tranquillity- “Projector”- Esse disco deu um verdadeiro susto nos fãs da banda. Por se tratar de uma banda de metal extremo, o Dark, como é carinhosamente chamado, ousou nesse disco, mas não deixou sua identidade de lado. A banda incorporou vocais limpos e toques eletrônicos em algumas músicas, e até ganhou um Grammy sueco com a belíssima faixa “Auctioned”. Sons como “There in” e “Day to end” são verdadeiros clássicos. Contudo, trata-se de um disco injustiçado, pois esse sim foi lançado pela banda certa.

Tiamat- “Skeleton Skeletron”- A mudança de andamento do grupo sueco Tiamat não surgiu de uma hora pra outra. A banda, que começou fazendo uma mescla de black/doom metal, aos poucos incorporou elementos góticos em seu som e hoje soa como tal. Neste álbum, onde as críticas oscilaram muito, a banda definitivamente encontrou seu estilo, e músicas como “To have and have not” e “Best friend money can buy” demonstram muito bem isso. Porém, do Tiamat pode se esperar de tudo.

Black Sabbath- Muitos álbuns do Black Sabbath, principalmente os pós-Dio, não soam totalmente como a banda, embora tenham a cara do Tony Iommi. Tanto é que um dia, o rei dos riffs declarou que a partir do álbum “Seventh Stars” o objetivo era lançar esses álbuns como sendo de sua carreira solo, mas que não foi permitido pela gravadora. No entanto, discos como o já citado “Seventh Stars”, que conta com Glen Hughes nos vocais e os excelentes “Headless Cross”, “The Eternal Idol” e “Forbidden”, todos com Tony Martin como vocalista, são verdadeiros clássicos do heavy metal.

Vitor Hugo Franceschini

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