Lembro-me perfeitamente quando recebi este CD em minhas mãos, quando o comprei do próprio Dilpho Castro (guitarrista/vocalista, líder e mentor da banda), e o quanto escutei esse álbum seguidos meses.
Enquanto nomes internacionais como Theatre of Tragedy, The Sins Of Thy Beloved e Lacuna Coil beiravam o topo do estilo, o Silent Cry surgia depois de duas demos (Tanatofilo, Opulente Pleniluneo de 1994 e Tears of Srenity de 1997) com seu debut álbum, este maravilhoso Remembrance.
Apesar de se assemelhar a sons das bandas citadas no início do parágrafo acima, o Silent Cry mostrou neste álbum suas particularidades que uniam tristeza e melancolia nas letras a um Gothic/Doom Metal com passagens Atmospheric e até pitadas de Black Metal sinfônico, criando um som, no mínimo, maravilhoso.
Depois de uma bela introdução com “Forgotten Dreams” a belíssima “Tragic Memory” dá as caras com uma pegada ótima de guitarras e um som com quebradas de arrepiar e teclados perfeitamente bem encaixados a cargo de Bruno Selmer (que infelizmente se suicidou em 2004), isso sem falar dos contrastes vocais de Suely Ribeiro e Dilpho Castro, que unia lirismo feminino a urros/rasgados masculinos.
Em seguida “Celestial Tears” surge com todo seu clima atmosférico e um ar completamente deprimente, com uma bela cama de teclado e solos de guitarra pra deixar qualquer um pra baixo (no bom sentindo). A faixa também conta um refrão pegajoso. “Ages” vem pra enterrar de vez o bom humor com uma introdução puxada por um maravilhoso solo do guitarrista Cássio Brandi. Logo depois os vocais de Dilpho entram mais agonizantes do que nunca caindo mais uma vez em um clima atmosférico perpetrado pelos teclados e as belas vocalizações de Suely.
“My Last Pain”, apesar de iniciar com um piano, vem para mostrar que a agressividade também compunha o som da banda, soando praticamente um Black Metal sinfônico com vocais rasgados e um backing vocal limpo de arrepiar. Em seguida “The Death Invites To Dance” prova porque é a melhor faixa do disco com seu ar desesperador, melancólico e depressivo, como o próprio nome entrega. Letra e música realmente parecem uma valsa para a morte.
Complementando o álbum duas faixas para fechar com chave de ouro e mostrar que Bruno Selmer ter partido foi uma grande perda, pois além do trabalho belíssimos da cozinha (formada na época por Ricardo Meirelles na bateria e Jefferson Brito no baixo) as incursões de teclado em “Innocence” são maravilhosas e a faixa título, “Remebrance”, tem um final apoteótico.
Simplesmente um disco maravilhoso com uma produção ‘ok’ (digo isso, porque hoje pode não soar das melhores, mas naquele tempo ainda era complicado gravar um disco) e um belíssimo trabalho gráfico.
Após esse álbum a banda lançou mais três álbuns, um EP e um DVD, sendo que o último trabalho foi lançado em 2007, mas a banda continua na ativa.
Uma grande Banda, um ótimo comentário, parabéns! Sou fã de toda discografia do Silent Cry!
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