Um soco na cara, é assim que começa a primeira faixa "Black Label", do disco "New American Gospel" da banda norte americana, Lamb Of God. Banda que ganhou destaque na cena com seu groove Metal bem feito e grande potencial do monstruoso baterista Chris Adler.
A primeira faixa do disco já coloca a cabeça pra balançar na levada groove e viradas majestosas no pedal duplo, sem contar no final contrastante da música que lembra muito aqueles finais de músicas de banda de Black Metal, onde a batera reduz drasticamente a levada junto com a guitarra e o vocal se perde em ecos.
A segunda faixa "A Warning" começa com Chris Adler tripudiando nos pedais, mas logo cai em uma pegada mais simples que chega a lembrar a levada HCNY (HardCore New York), porém repentinamente a banda se entrega em um riff rápido com um blast bits nervoso e logo volta na martelada habitual, porém mais rápida. Emendando com a segunda música chega "In the Absence of the Sacred", em uma sequencia frenética que cai em uma pegada mais tranquila com uma bela variação de rasgado e gutural do vocal único de Randy Blythe.
Na mesma onda de violência surgem "Letter to the Unborn" e “The Black Dahlia", os ânimos dão uma acalmada ao iniciar "Terror and Hubris is the House of Frank Pollard", que se abre em um ritmo arrastado com solos quentes gritando ao fundo, mas logo se entrega no groove peculiar da banda. "The Subtle Arts of Murder and Persuasion" começa com um riff solo e agudo onde a batera entra e se apóia em precisas pancadas do bumbo e logo sustenta a levada calma que surpreende em suas viradas cabulosas que dá velocidade em algumas partes da música.
Uma das melhores apresentações do rasgado de Randy Blythe aparece em "Pariah" que é cheia dos grooves lentíssimos que contrastam com a pancadaria, manobra característica das novas bandas de Metalcore e suas vertentes. Outro show de Randy Blythe, Chris Adler e companhia é "Confessional" que aparece com um pedal duplo assassino, sem contar nas fases blast bits da música, onde a 'instrumetaria' faz papel de Brutal Death Metal, mas sempre voltando pro seu balanço marcado. Para finalizar o disco, a banda apresenta "O.D.H.G.A.B.F.E." que mantém a linha do disco entre suas variações de velocidade e muito groove, sem contar o final que vai se arrastando para um vocal Grind e explosivo.
O disco também conta com as faixas remasterizadas "Nippon" (Japanese release track), "New Willenium" ("The Black Dahlia" demo version), "Half-Lid" ("A Warning" demo version) e "Flux" ("Pariah" demo version).
Em relação à produção, o disco não deixa nada a desejar ainda mais pelo fato de ter sido lançado em 2000 e (relançado em 2006 - distribuído pelo selo Heavy Metal Rock no Brasil) e foi apenas o segundo trabalho da banda e o primeiro com o nome Lamb Of God (a banda se chamava Burn The Priest).
Esse disco mostrou a real face e pretensões da banda em relação ao estilo do som que abraçariam. Talvez fosse possível um pouco mais de trabalho nas músicas para não haver levadas tão repetitivas, mas a própria banda se explica no encarte do disco e coloca a falta de tempo e o álcool como principais motivos.
No geral e com todos os pesares é um belo disco, um bom cartão de visitas, ainda mais com a arte do encarte que se torna uma espécie de padrão para a confecção dos encartes seguintes que se baseiam no estilo surreal e com poucas cores.
NOTA 7,5
Murilo Henrique J. http://amusicaria.wordpress.com/
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