Não há dúvidas que o Bywar é uma das principais bandas do cenário Thrash Metal nacional. Este status vem da experiência de seus músicos que estão na ativa bem antes do ‘revival’ do Thrash no Brasil e no mundo. Após 4 anos, a banda solta seu mais novo petardo, intitulado “Abducition”, trabalho que prova que o Thrash Metal nacional, não vive na sombra de nenhuma outra cena no globo terrestre. Conversamos com os responsáveis pela ‘cozinha’ da banda, Enrico Ozio (bateria) e Hélio Patrizzi (baixo) sobre tudo que envolve este novo disco e um pouco mais.
Por que demoraram quatro anos para soltar um novo full lenght?
Enrico Ozio (bateria): Resposta simples. Porque no Brasil é foda e as coisas nem sempre acontecem da forma que queremos. Logo que lançamos o ‘Twelve’ (N.R.:“Twelve Devil's Graveyards” – 2007) já começamos a desenvolver os novos sons, nesse meio tempo tivemos alguns problemas com o antigo selo e até arrumar alguém que fosse e estivesse afim de fazer um trabalho descente demorou um pouco, até chegarmos a Mutilation Records. Depois disso foi o tempo de fazermos uma pré-produção e fecharmos com o Norcal Studios.
Hélio Patrizzi (baixo): Como o Enrico disse as coisas são sempre um pouco mais difíceis por aqui. Para o próximo álbum não queremos um hiato tão grande. Já estamos compondo material e contamos com a Mutilation Records nos apoiando para que não demore tanto tempo para termos um novo registro de estúdio.
Como foi o processo de composição e produção de “Abduction”?
Ozio: Da mesma forma que sempre fizemos, cada um traz uma ideia, vamos discutindo e juntando o material. A maior parte das composições (melodia) são feitas pelo Adriano Perfetto (Vocal/Guitarra) e Renan Roveran (guitarra), depois que eles criam o “esqueleto” gravamos em mp3 e cada um, em sua casa, vai alimentando com ideias até os ensaios quando discutimos e fechamos o som.
Patrizzi: Costumamos trabalhar dessa forma. Partimos de uma ideia central criada por algum dos integrantes e terminamos por desenvolvê-la durante os ensaios. Quanto à produção tivemos várias pessoas envolvidas no decorrer do processo. Temos a Mutilation Rec. responsável pelo lançamento. A capa ficou a cargo de Marcelo Vasco que desenvolveu um ótimo trabalho que nos deixou orgulhosos e levou nossas capas a outro nível. O encarte ficou por conta de Marcos Cerutti. Ele desenvolveu todos os encartes de nossos lançamentos e é um grande amigo. As músicas foram gravadas no estúdio Norcal em São Paulo e teve a nossa produção aliada a Brendan Duffey (Engenheiro de Som Norte-Americano) e Adriano Daga (Produtor). O resultado que obtivemos foi espantoso. Estamos muito contentes em termos chegado até o Norcal, Brendan e Daga.
Em “Abduction” a banda faz um som que nos remete aos grandes álbuns de Thrash Metal da década de 80. Mas, em momento algum as composições soam datadas. Como você explicaria isso?
Ozio: Não sei se existe uma explicação. Nunca fizemos as musicas pensando, em isso tem que soar dessa ou daquela forma. Acaba sendo natural, pois é o que curtimos ouvir e tocar.
Patrizzi: Temos essa época de ouro do Thrash Metal correndo em nossas veias. Impossível não sermos influenciados por ela. Esses álbuns fazem parte de nosso dia-a-dia. Mas o Bywar é uma banda contemporânea e nossas músicas são feitas e produzidas nos anos dois mil. Então acabamos nos inspirando também em temas e visões de mundo sobre esses temas de forma atual na hora de compor tanto letra quanto música. Na parte técnica da gravação também ter a disposição um estúdio legal é parte do processo.
Faixas como “Poltergeist Time”, “Another Crusade” e “Consciously Dead” são meus grandes destaques. Vocês possuem alguma composição favorita?
Ozio: Pô, não dá pra você falar que um “filho” é mais preferido que o outro... (risos), mas eu destaco “Abduction, Toward”, “Another...” como uma das mais completas.
Patrizzi: Estou totalmente satisfeito com “Abduction”. Seria injusto destacar uma ou duas faixas como minhas favoritas. Prefiro passar essa. (Risos)
A maioria das composições de “Abduction” possuem refrãos fortes e cativantes, o que não é muito comum no Thrash. Isso foi proposital? Vocês pretendem usar isso como uma das características da banda?
Ozio: Acho que sempre tivemos refrães nos nossos sons, como disse anteriormente, essa é a forma que compomos, sem direcionar para determinada coisa. Acredito que esse estilo já é a característica do Bywar.
Patrizzi: Concordo com o Enrico. Não forçamos a barra para que algo saia dessa ou daquela maneira. Deixamos as coisas fluírem naturalmente. Acredito também que desde Invincible War nós utilizamos refrões que por diversas vezes se utilizam de backing vocals para criar massa sonora. Mas nunca de forma intencional ou forçada isso acontece. O que pode ter acontecido é que talvez dessa vez tenhamos agradado mais do que nas anteriores. (Risos)
A capa do álbum ficou excelente. Fale-nos sobre como vocês chegaram a ela e qual foi o processo de produção.
Patrizzi: A arte da capa foi realizada por Marcelo Vasco (N.R.: Borknagar, Dimmu Borgir, Obituary). Sempre fomos grandes admiradores da arte produzida por ele. Suas capas sempre chamaram nossa atenção de forma muito positiva. Quando estávamos procurando alguém para fazer a arte tentamos fazer contato com ele mesmo sabendo de sua agenda sempre muito lotada. Tentamos a sorte. Porém, a receptividade dele foi enorme e mesmo com a agenda cheia ele achou tempo e criou três esboços para escolhermos baseado em ideias que previamente havíamos concebido. As três são muito boas. Mas em consenso optamos por essa que foi utilizada para ilustrar o álbum.
Como tem sido a repercussão de “Abduction” tanto por parte da crítica quanto pelos fãs?
Ozio: Até o momento tem sido das melhores. Só recebemos boas criticas quanto ao álbum, e acredito que 2012 colheremos ainda mais resultados.
Patrizzi: A arte da capa foi realizada por Marcelo Vasco (N.R.: Borknagar, Dimmu Borgir, Obituary). Sempre fomos grandes admiradores da arte produzida por ele. Suas capas sempre chamaram nossa atenção de forma muito positiva. Quando estávamos procurando alguém para fazer a arte tentamos fazer contato com ele mesmo sabendo de sua agenda sempre muito lotada. Tentamos a sorte. Porém, a receptividade dele foi enorme e mesmo com a agenda cheia ele achou tempo e criou três esboços para escolhermos baseado em ideias que previamente havíamos concebido. As três são muito boas. Mas em consenso optamos por essa que foi utilizada para ilustrar o álbum.
Como tem sido a repercussão de “Abduction” tanto por parte da crítica quanto pelos fãs?
Ozio: Até o momento tem sido das melhores. Só recebemos boas criticas quanto ao álbum, e acredito que 2012 colheremos ainda mais resultados.
Como tem sido a reação do público em relação às novas composições nos shows?
Ozio: Em relação ao CD sentimos que a galera também curtiu muito o trabalho, e quanto a tocá-las ao vivo, fizemos somente três shows em 2011 onde tocamos as músicas novas, ou seja, temos uma mostra muito pequena para confirmar, mas tendo como base esses shows, a recepção foi tão boa quanto todo o restante.
O Bywar possui uma formação estabilizada e teve somente uma mudança na formação desde 1996. Como manter uma formação tão coesa durante todo esse tempo?
Ozio: Simples... Camaradagem! É normal existir discussões e pontos de vista diferentes, mas o importante é o respeito e como disse a amizade acima de tudo.
Patrizzi: É esse espírito de quatro amigos que se uniram para fazer um som. Desde o início foi isso que nos motivou e que nos trouxe até aqui. Ainda somos os mesmos garotos de 15 anos atrás nos divertindo fazendo algo que gostamos muito.
Muitos pensam que o Bywar surgiu durante o revival do Thrash Metal no Brasil, mas há 15 anos vocês estão na ativa. Fale-nos sobre isso e quais as maiores dificuldades que vocês encontraram no início?
Ozio: Cara, quando começamos só tocávamos com bandas de Death e Heavy Metal Melódico, era difícil ter banda fazendo Thrash (ou impossível) talvez essa tenha sido a maior dificuldade, pois encaixar uma banda de Thrash em festivais de Melódico ou Death era complicadíssimo, mas felizmente fomos construindo nosso nome e conquistando nosso espaço.
Falando em revival do Thrash, o que vocês podem nos falar sobre isso?
Patrizzi: A cena Thrash se manteve estagnada durante quase todos os anos 1990. Nada de renovador ou instigante acontecia. Mas com essa nova ascensão trouxe muitos bangers e injetou sangue novo. Várias bandas surgiram de lá pra cá o que enriqueceu a cena. É claro que nem tudo é flor. Em meio a esse revival tem muito oportunista tentando levar vantagem do underground. Mas o tempo e sua seleção natural tomarão conta disso. (Risos)
Quais bandas nacionais atuais, de Thrash Metal, a banda indicaria para um fest?
Ozio: Torture Squad, Violator, Blasthrash, Anthares, Executer, Infected e mais um monte de bandas boas que existem em nosso pais.
Patrizzi: Acho que teríamos que fazer um festival aos moldes do Zombie Ritual de Santa Catarina com três dias. (Risos)
Podem deixar uma mensagem.
Ozio: Valeu pela força e oportunidade. Esperamos que todos curtam o “Abduction” e esperamos tocar em todos os lugares possíveis. Metal till Death!!!
Patrizzi: Agradeço em nome de todos da banda por essa oportunidade de divulgar o Bywar e nosso quarto álbum “Abduction” e aos bangers que sempre nos incentivaram nesses 15 anos de luta no underground. Nos encontramos por aí!
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