Inicialmente
o Winter Deluge era chamado de Desecrate e desde 2005 atende pela atual
alcunha. Da improvável Nova Zelândia, Nekasarof (vocal) Exastheras e Arzryth
(guitarras), Orias (Bass) e Autumus (bateria) investem no Black Metal gélido e
ríspido eternizado por nomes nórdicos, mas abordando temáticas naturais. A
banda lançou seu primeiro álbum, “As the Earth Fades into Obscurity”, em 2012
que foi lançado em vinil este ano pela Frozen Blood Industries. Falamos com Arzryth,
que comentou sobre o relançamento, os aspectos do álbum, trabalhos futuros e
muito mais.
Já se foram dois anos desde o
lançamento de “As the Earth Fades into Obscurity”. Como vocês vêem o álbum hoje
em dia?
Arzryth:
Bem, para mim ele tem crescido durante os anos, inicialmente não estávamos
completamente felizes com a produção final. Ainda sinto falta dos vocais de Nekasarof
para dar a agressividade que estávamos seguindo na época, mas infelizmente ele
estava ausente das gravações naquele período.
Como surgiu a ideia de lançar o
trabalho em vinil em parceria com a Frozen Blood Industries?
Arzryth:
Não muito tempo depois de Thomas (proprietário da Frozen Blood Industries)
mudar-se para Nova Zelândia. Ele entrou em contato conosco sobre fazer alguns
comércios com sua banda Daemonolith (Escócia), que eu estava ansioso para
fazer. Eu gostava de sua banda e ele deve ter gostado de nós, porque poucos
meses depois, ele entrou em contato comigo e depois de ter visto uma menção de
nós sobre o desejo de lançar o trabalho em vinil e me disse que ele estava pensando
em entrar com o selo em conjunto e que ele gostaria de lançar o álbum. Ele
mencionou que ele tinha contatos de sua terra natal na Alemanha e em outros
lugares, e estávamos convencidos de que ele seria o homem certo para trabalhar.
Tivemos o privilégio de nos unir, quando ele veio para um show que fizemos em
Wellington no início deste ano e depois de muitos risos, cervejas e falar da
Frozen Blood Industries, nós nos acertamos.
Foto; Chris Plein |
Falando da sonoridade do disco,
vocês apresentam um Black Metal influenciado pela cena nórdica e com um clima
até depressivo. O que podem nos falar a respeito?
Arzryth:
Posso dizer que ouvimos diversas bandas nórdicas e somos influenciadas por elas
até hoje. Realmente nunca vi nossa música tendo uma atmosfera ‘deprimida’, mas
acredito que, as faixas que você se refere, são mais ‘frias’.
Mesmo mostrando uma sonoridade
agressiva, as composições são variadas e algumas intercaladas com interlúdios
mais ‘viajantes’. Essa variação foi planejada ou surgiu naturalmente?
Arzryth:
Acho que surgiu naturalmente, nunca tentei planejar nosso som. Obviamente,
existem algumas influências que se recusam a não aparecer ou que devemos deixar
transparecer, mas no final do dia o que vale é o que sentimos ou não.
Há uma dose de melodia também nas
composições.
Arzryth:
Isso se resume à influência de várias bandas tradicionais de Metal e uma
apreciação natural pela música clássica.
Natureza, extinção, pureza e anti-humanismo
são temas abordados nas letras. Que mensagem vocês tentam passar?
Arzryth:
Quando iniciamos a banda, Nekasarof era muito específico sobre o que gostaria
de escrever e sempre conversávamos muito olho por olho. Sem religião, sem
política. Nós temos uma natural intolerância contra a sociedade e pessoas
jovens, portanto, a ideia de natureza foi inevitável em um imaginário mais realista.
No álbum, há algumas canções que Hildolfr (ex-vocalista) reescreveu e manteve a
mesma fórmula, mas acredito que ele queria falar sobre mitologia nórdica, mas
não somos da Noruega e não faria muito sentido falarmos sobre isso.
Como foi e está a repercussão de
“As the Earth Fades into Obscurity”? Qual países tem dado mais retorno ao
trabalho?
Arzryth:
É difícil dizer, nesta fase, mas tenho notado um pequeno interesse na
Europa
Oriental e isso deve ser por causa da fita que lançamos através da Werewolf
Productions da Polônia. Não iremos saber exatamente isso enquanto não tocarmos
no exterior e vemos apenas interesses através da internet. Thomas está nos
ajudando agora, mas além da Nova Zelândia, não tivemos muitas vendas do CD no
exterior quando o lançamos de forma independente.
No Brasil a cena da Nova Zelândia
não é muito conhecida. Como é a cena Metal em seu país?
Arzryth:
É o mesmo que em qualquer lugar, há muitas boas bandas, como há bandas de
merda, assim como poucos bangers verdadeiros e um monte de falsos. Simples
assim (risos).
Aliás, vocês conhecem algo da cena
Metal brasileira?
Arzryth:
Tem uma história forte com bandas como Sepultura e Sarcófago, além de bandas
‘cabeceira’ como Mystifier... Bandas sólidas!
Provavelmente a banda jê tem
composições novas para um novo trabalho. O que podem adiantar sobre isso?
Arzryth:
Não quero dar muitos detalhes no momento, mas estamos fortes a caminho do
segundo full-lenght.
E como está a agenda de shows?
Arzryth:
Estamos devagar no momento e nos dedicando a compor e ao próximo álbum, mas não
haverá mais shows, pois estamos nos dedicando ao novo álbum.
Muito obrigado. Podem deixar uma
mensagem aos brasileiros.
Arzryth: Temos
a intenção de divulgar a nossa música e o Brasil é um dos muitos lugares que
planejamos fazer isso.
N.E.: O vinil já está disponível no
seguinte link:
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