(2016
– Nacional)
Shinigami
Records
Um dos consolidadores
do chamado Progressive Death Metal, os suecos do Opeth hoje possuem só um terço
dos estilos que mesclavam, largando de vez o Metal extremo de lado. Claro que
alguns resquícios no peso ainda se fazem presente, mas a transição gradativa da
banda do extremo para o progressivo ganhou seu ápice neste novo disco.
O que era denunciado em
“Heritage” (2011) e “Pale Communion” (2014), aqui se enfatiza e ganha em
criatividade, pois, por mais que o ouvinte não aprecie a nova identidade do
grupo, o que temos em “Sorceress” é boa música pura, estruturas e arranjos
grandiosos, sem uso excessivo de instrumentos artificiais.
O Rock progressivo dá
as caras sem medo, porém a banda consegue soar objetiva, sem dar muitas voltas
e ainda apresentar flertes de estilos como o jazz, a música oriental e até
passagens semi-acústicas bem elaboradas. O peso (lembra dos resquícios do Metal
extremo mencionado acima?) fica por conta das guitarras densas, que aparece
mais que esporadicamente.
É claro que a música
aqui imposta irá afastar de vez os saudosistas admiradores de trabalhos como
“Blackwater Park” (2001) e até de “Ghost Reveries” (2005), mas sem dúvidas
angariará novos fãs de uma sonoridade mais suave e reflexiva. Isso pode ser
fatal no abandono de vez dos vocais guturais de Mikael Åkerfeldt, que aqui opta
ao todo por sua poderosa e intimidadora voz limpa, que ao mesmo tempo é sutil.
Porém, mesmo amando a
fase extrema destes suecos, é impossível não apreciar canções como a faixa
título, a ‘classuda’ The Wilde Flowers,
a semi-acústica Will o the Wisp e Strange Brew. Sem dúvidas, “Sorceress”
divide opiniões, porém é um trabalho que mescla ousadia e talento ímpares.
A versão nacional do
trabalho (embalada num belíssimo digipack, por sinal), traz um CD bônus que
contém duas faixas muito bacanas, mostrando um lado mais Folk, além de três
composições ao vivo (duas de “Pale Communion” e outra de “Blackwater Park”) ao
lado da Orquestra Filarmônica de Plovdiv. A boa música agradece.
8,0
Vitor
Franceschini
Acho que transição para o Progressivo já está pronta desde o Heritage, o Mikael já não executa vocais guturais desde esse lançamento por exemplo.
ResponderExcluirNa verdade eu senti que a guitarra desse ultimo lançamento ficou mais pesada que a dos ultimos 2 discos; olha os riffs da Sorceress! Não tem nada perto disso no Heritage e no Pale Communion.