(2017
– Nacional)
Shinigami
Records
Em tempos em que o
Death Metal tem recebido doses cavalares de artificialidade em suas produções e
a técnica exacerbada tomou o lugar da brutalidade/pegada típicas do estilo,
sobra para os ‘velhos de guerra’ mostrar qual é a essência do Metal da morte.
Com quase trinta anos
de carreira e chegando ao seu décimo disco de estúdio, o Immolation pode dar
exemplos de como se fazer isso, já que se trata de uma das principais formações
do estilo em atividade. E, para a alegria dos admiradores mais conservadores,
“Atonement” traz todas essas características e mais um pouco.
O novo trabalho é uma
aula de como injetar brutalidade, ‘feeling’ e peso em um estilo onde o clima
fúnebre e apocalíptico são essenciais. E a banda consegue fazer isso sem soar
datada, pelo contrário, pois se mostra atual sem se perder nos artifícios da
tecnologia e conseguindo manter uma tênue linha entre o passado e o presente.
O trabalho de guitarras
destilado por Robert Vigna e Alex Bouks há muito tempo não se ouvia. Uma massa
sonora em forma de riffs potentes, variados e caóticos que só dão espaços a
solos não tão melodiosos em momentos oportunos. A cozinha do líder Ross Dolan
(baixo/vocal) e Steve Shalaty (bateria) dita os ritmos cheios de quebradas e
viradas insanas que viraram características do grupo.
São onze grandes
exemplos de como o Death Metal deve soar, sem mais nem menos, só colocando um
adendo que a banda ousou em variar mais suas levadas e incluir algumas
passagens (meteóricas) mais brandas. A produção natural, porém moderna enfatiza
a qualidade da obra e ajuda ainda mais a resgatar a essência do gênero. Death
Metal de verdade.
8,5
Vitor
Franceschini
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