(2017 – Nacional)
Heavy Metal Rock
“Lucifer Prometheus” é
apenas o quarto álbum da banda potiguar Lord Blasphemate, que está na cena
desde 1992. Mesmo em outros formatos, são poucos lançamentos do grupo,
totalizando nove, com destaque para a auto-intitulada terceira demo de 1994 e o
debut “The Sun That Never Dies...”, lançado em 1997.
De qualquer forma, a
banda conseguiu consolidar seu nome entre os mais conhecidos do Black Metal
nacional e por isso este novo disco foi muito aguardado. E, podemos dizer que
esta espera valeu à pena, afinal temos aqui um trabalho digno do status da
banda e que honra com louvor o estilo a que sempre apostaram.
Levando a dissecação do
trabalho de uma forma diferente, esquecendo os seus antecessores, o novo disco
do trio consegue transitar praticamente por todas as facetas que constroem o
Black Metal, de forma natural e com que o ouvinte possa compreender isso de
imediato. E tudo isso mantendo suas características, enfatizadas nos timbres
secos de guitarras e na variação de andamentos, apostando em temas não muito
rápidos.
De qualquer forma,
temos aqui músicas violentas, com a faixa de abertura Lucifer Prometheus Sun in Aries 0°0’0″ – Equinox, que mesmo cheia
de quebradas e viradas, externa um sentimento raivoso. Heptarchia Mystica – The Enochians Slaves Angelicae traz aquela
angústia única do Black Metal e em seus longos dez minutos e meio, consegue
passar por diversas atmosferas.
Aliás, há faixas longas
aqui, mas muito bem versáteis e arranjadas, o que sempre foi característica da
banda. Mencionando outras, The Magician
Hierophant of Hadit in Equinox traz uma levada interessante e influência do
Black Metal grego, enquanto Draco Estelar
Ophidian Ignea traz uma veia Dark Metal e Le Messe Noir – Le Psychodrame Original mostra a banda de volta à
fúria e imponente.
Com uma melodia bem
definida e nada exagerada, o Lord Blasphemate consegue soar ao mesmo tempo
típico e inovador dentro do estilo, o que lhe dá uma identidade bem própria e
sólida. A produção orgânica é outro ponto crucial, caindo bem à proposta,
enquanto os temas continuam seguindo o lado místico e oculto que sempre permeou
as letras da banda. A capa é belíssima e digna do trabalho, que vem em uma
embalagem digipack.
8,5
Vitor
Franceschini
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