(2017 – Importado)
F200 Records
Se você acha Nirvana,
Dinosaur Jr, Mudhoney, Screaming Trees e demais bandas do final dos anos 80 (e
começo dos 90) um bando de ‘posers’, que se venderam (principalmente o primeiro
exemplo) para mídia sem, no mínimo, buscar entender a história da música do
final do século passado, não perca seu tempo lendo esta resenha, ou ouvindo o
Rescue Rangers. No entanto, se você é do tipo que ouve (e entende) música sem
preconceitos, com o coração – principalmente – conhecerá uma banda sensacional!
O som do grupo é
característico da cena de Seattle e/ou alternativa, que existia muito antes da
explosão na mídia. Fazendo um paralelo, na década de 80, a NWOBHM invadiu a
terra do ‘Nazitrump’, inclusive tocavam em veículos comerciais. Era comum ouvir
Iron e Saxon nas rádios.
As bandas traíram o
movimento (oh pergunta tosca, mas necessária – risos)? Não. Ao contrário,
estabeleceram uma grande base de fãs para o futuro, sem dependência alguma da
tal ‘mídia maisnstream’. Na música Ocidental, principalmente no que se refere
ao Rock & Roll e derivados, os movimentos eclodem, ficam no topo, se
afastam dele, sobrando apenas as bandas de qualidade.
Aconteceu o mesmo nos
anos 90, ficando as bandas importantes. As ‘satélites’, criadas pelo ‘hype’ e
gravadoras desapareceram. Desde que não seja a intenção mudar o som para atrair
grandes audiências, não há problema algum em ter o trabalho apreciado pelo
maior número possível de pessoas, do nicho ou não.
Os franceses do Rescue
Rangers resgatam uma das características mais importantes (não apenas nas
bandas de Rock e afins) na concepção e criação de quaisquer formas artísticas:
coração. A maior referência do grupo (sem saber se eles concordam – risos) é o
Nirvana, em especial do álbum Bleach.
Não são uma mera cópia,
pois injetam criatividade e, talvez, tenham as mesmas influências que permearam
as bandas e gravadoras independentes no final dos anos 80, principalmente em
Seattle. O Grunge (outra palavra tosca, mas, no momento, é a única que cabe –
risos) nada mais é que a fusão do Hard Rock (setentista), Heavy Metal, Stoner e
o (Proto) Punk/Hardcore, sem muitas firulas musicais em gravações e produções
‘lo-fi’, ou pelo baixo orçamento, ou pela textura e ‘honestidade’ que elas
oferecem.
O álbum “Join Hate”
(terceiro full) apresenta doze canções. Complicado escolher as melhores, pois o
trabalho é coeso. Destaque, também, para a produção (a cargo de Page Hamilton do
Helmet), que soube entender o ‘espírito da coisa’, deixando as músicas pesadas
e viscerais. Música direta para ouvir com a alma, não com ‘cérebro’.
9,5
Adalberto
Belgamo
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