terça-feira, 21 de agosto de 2018

Moonspell – “1755”


(2018 – Nacional)

Hellion Records

Décimo segundo disco do Moonspell, “1755” é um marco na carreira da banda por vários fatores. É o primeiro disco do grupo português cantado em sua língua pátria integralmente e conceitual, em um tema baseado em fatos reais, na ocasião o grande terremoto de Lisboa em 1755, que causou uma mudança total no povo de Portugal e em toda a Europa.

Musicalmente o disco traz toda a pompa da banda acumulada em 26 anos de carreira, isto é, uma gama de estilos abrangendo principalmente o Gothic Metal que foi moldado a forma dp Moonspell. Mas temos aqui no bom emaranhado, influências da música de seu país, principalmente no ritmo e uma forte e relevante veia sinfônica e erudita nos arranjos.

Fato é que “1755” é um disco riquíssimo, que traz desde um trabalho de guitarras portentoso, diversificado como todo o disco, mas que sabe exatamente equilibrar o peso através dos riffs. Tudo com uma sessão rítmica magistral, com linhas de baixo que até soam dependentes, mas que somam e acompanham uma bateria responsável por manter precisa a variação rítmica encontrada nas composições.

Desde a rearranjada Em Nome do Medo (lançada originalmente em “Alpha Noir” de 2012), passando por composições como In Tremor Dei (com participação do cantor Paulo Bragança), Abanão, Evento e Todos Os Santos, a gente consegue captar um drama, onde as pessoas em meio a desgraça dialogam com divindades buscando respostas...

Fernando Ribeiro, se apegando a um forte e inteligível vocal gutural, soa expansivo e consegue dar a interpretação necessária às músicas, inclusive a versão para Lanterna do Afogados, dos Paralamas do Sucesso que se saiu maravilhosamente bem em meio ao tracklist. O lançamento nacional ainda conta com uma versão espanhola de Desastre. “1755” é um primor em vários os sentidos.


9,0

Vitor Franceschini

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