(2018
– Nacional)
Hellion
Records
“Deep Calleth Upon Deep”
é o nono álbum do duo norueguês Satyricon, um dos pilares do Black Metal
escandinavo e que nunca se satisfez em manter a mesmice. Tanto que sempre
causou torcidas de nariz em seus fãs. Mesmo não sendo uma banda totalmente
experimental, o Satyricon é ousado.
Neste novo trabalho, a
sutileza na execução dos instrumentos e as levadas brandas (não confunda com
cadência), trazem um disco intenso, obscuro e com uma veia bem espiritual explanada
em suas letras. “Deep Calleth Upon Deep” é acima de tudo um trabalho versátil.
A variação nos riffs de
guitarras comandadas por Satyr é a primeira coisa que chama atenção, com
melodias bem encaixadas e uma base sólida nas seis cordas. Enquanto isso, Frost
comanda as levadas, também variadas e não tão velozes, com uma bateria que
explora bem as viradas.
Tudo com uma produção límpida,
porém orgânica, o que deu ainda mais cara de Black ‘n’ Roll ao disco. Destaque
para faixas como Midnight Serpent,
que é intensa e ótima abertura, Blood
Cracks Open the Ground e seu ar maléfico com ótimo trabalho de guitarras, The Ghost of Rome que flerta até com o
Occult Rock e a inusitada Dissonant,
que conta inclusive com saxofone (muito bem encaixado, por sinal).
Anders Odden, da banda
Cadaver, gravou o baixo e algumas guitarras rítmicas, e o trabalho contou com
outros músicos convidados. A capa, inicialmente simples, passa a ser bela
depois de bem observada e é uma arte centenária feita em 1899 pelo artista
norueguês Edvard Munch.
9,0
Vitor
Franceschini
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