Por Vitor Franceschini
Não há melhor ingrediente
na música, além do talento claro, do que fazer o que ama. De tal forma, o
conhecimento de causa e a garra surgem naturalmente. É assim que a banda
paulista Disruption Path destila seu Death Metal. Amando o estilo e o
conhecendo de ponta a ponta. Isso pode ser conferido no primeiro EP do grupo, o
já bem repercutido “Warped Sanity” (2019). Para falar sobre esse pontapé
inicial e apresentar a banda ao público, o vocalista Helton Henrique e o
baterista Daniel conversaram com o ARTE METAL. A banda é completada por Adler
(baixo) e Fernando Alan (guitarra).
Primeiramente
gostaria que vocês falassem um pouco de como surgiu a ideia de unir a banda?
Afinal, a Disruption Path é a junção de uma geração mais velha do Metal com uma
mais jovem, mesmo todos integrantes possuindo experiência na cena.
Daniel: A
banda começou inicialmente comigo e o Adler, porém no início não tínhamos
vocalista. Já tínhamos amizade com Helton Henrique (ex-Maithungh e Setharus),
convidamos para ajudar a banda nessa fase e ele topou ensaiar com a banda pois
ele achou que se encaixava no estilo e gostava da nossa linha de som. E por um
tempo a banda se firmou comigo na bateria, Adler no baixo, Diego na guitarra e
Helton no vocal. E assim começou a evolução da coisa. Com as coisas começando a
ficar mais sérias e a banda começando a rodar, o Diego resolveu sair da banda
dando espaço para o Tony nas guitarras. Após uma breve conversa resolvemos
colocar um segundo guitarrista, de imediato o Helton lembrou do Fernando Alan, atual
guitarrista, que outrora já tinha tocado em um projeto anterior com ele.
Helton
Henrique: Eu imediatamente liguei para o Fernando que sem
piscar aceitou a proposta, e demos início a essa nova fase da banda. Fernando
de imediato veio a somar compondo e repaginando o som, essa formação
atual, ficou animal. Após um período ainda sem realizar shows, o Tony decide
deixar a banda. E por questões óbvias, resolvemos ficar com uma guitarra apenas
E
desde o intuito a proposta foi fazer Death Metal?
Daniel:
Sim, o intuito era fazer Death Metal desde o início e como os membros são
amantes do estilo surgiu de forma natural as composições da banda.
E
como foi compor o primeiro EP “Warped Sanity” (2019)? Qual a metodologia que a
banda usou e o processo?
Daniel: As
músicas já estavam prontas e com a chegada do Fernando ele deu seu toque
pessoal e as coisas saíram da forma mais natural possível, dando assim a forma
ao EP, que inicialmente seria uma demo.
O
trabalho foi produzido no Mob Dick Studio com Alexandre Machanocker e a própria
banda. Por que essa escolha e como foi o trabalho?
Helton: Primeiramente
por eu já ter tocado com o Lê e o mesmo ter produzido o álbum do Maithungh (“Lust
in the Kingdom of God” de 2009) e como ele já tinha metal no seu DNA, um estúdio
“fodástico”, além do entrosamento com os membros da banda, foi meio natural
essa escolha.
Vocês
atingiram o resultado desejado?
Helton:
Sim,
atingimos! O resultado foi melhor que o esperado e com críticas extremamente
positivas pelos bangers e mídias especializadas.
Além
disso, vocês conseguiram soltar o primeiro trabalho via Extreme Sounds Records,
que já lançou discos de nomes como Forceps, Funeratus, etc. Como optaram pelo
selo e como é trabalhar com ele?
Daniel: Na
verdade eu já tinha amizade com Caio (proprietário da Extreme Sound) e sempre
conversávamos, além de ele já conhecer o som da banda. E quando resolvemos
lançar o EP foi nossa primeira escolha o selo. E, após o Caio assistir algumas
apresentações da banda a coisa acabou acontecendo da melhor forma possível, com
convite para participar do Extreme Sound Fest, onde anunciamos a parceria.
Helton:
O selo dá muito suporte à banda em todos aspectos, tanto em marketing como em outras
situações além da distribuição. Somos extremamente agradecidos a essa parceria.
Agora
falando da sonoridade do trabalho, “Warped Sanity” é um EP que, mesmo com
apenas quatro faixas consegue transitar por todas as facetas do Death Metal.
Isto é, desde seus primórdios, passando pelo auge nos anos noventa e a polidez
atual do estilo. Isso foi algo que sempre almejaram ou fluiu naturalmente?
Helton: Fluiu
de forma natural, pois todos têm suas preferencias dentro do estilo, o que
acabou agregando à sonoridade e personalidade da banda.
Aliás,
a Disruption Path é formada por integrantes e ex-integrantes de bandas como
Maithung, Setharus, Apocalispe Nuclear, Inluminatti e Madness. Até que ponto
essas bandas, que são de estilos distintos, influenciaram na sonoridade?
Daniel: Dentro
da música extrema existem várias técnicas e estilos diferentes. Essas passagens
e influências somaram muito, além de amadurecer e agregar de forma positiva o
som do Disruption Path.
Voltando
ao EP, o disco traz também um contraste entre brutalidade e leves doses de
melodia. Como utilizar esse último recurso sem fazer com que o trabalho soe
‘acessível’ e como mesclar essas características?
Helton: Na
verdade não pensamos muito nisso, as composições saíram de forma natural que
partiram de bandas que ouvimos e a herança das bandas que tocamos.
A
técnica também aparece no trabalho, mas não se sobrepõe ao feeling e peso. Como
chegaram a esse resultado?
Helton: Daniel
é um baterista extremamente técnico e veloz, é um cara muito perfeccionista,
toca bateria todos dias por horas a fio
e estuda técnicas dos mestres do estilo. Fernando por sua vez é outro estudioso
e técnico, monta e desmonta seus instrumentos de forma a deixar com peso e
timbres que gosta de tocar. Acho que estes dois fazem a diferença neste
aspecto. Eu o Adler somamos apenas (gargalhadas).
E
o que vocês procuraram abordar nas letras de “Warped Sanity”? Enfim, qual
mensagem tentaram passar?
Helton: Nossos
temas abordados vão desde loucuras do cotidiano do ser humano e insanidades
cristãs provocadas pela religião. Loucura, ódio, terror, tormento, religião e caos!
Como
o EP tem sido recebido tanto pela crítica, quanto pelo público? Alguma sondagem
do interior?
Daniel: A
recepção tem sido acima da média, o resgate dentro do estilo nos deu uma
abertura muito foda! A cada show nossa satisfação aumenta e o tesão de tocar
este estilo doentio é algo indescritível, aproveitamos para agradecer os bangers
e a midia especializada pelo suporte.
Por
fim, além de divulgar “Warped Sanity”, quais os planos da banda para este 2019?
Helton: Tocar
o máximo possível em cada canto desse país e fora se rolar a oportunidade,
finalizar o ‘full’, esperamos ser bem recebidos nos shows.
No
mais é isso. Esse espaço é para vocês deixarem uma mensagem aos leitores.
Helton
e Daniel: Agradecemos a oportunidade de falar para os leitores
do Blog ARTE METAL. Valeu demais pelo espaço, aos bangers que nos acompanham em
cada show, vocês são fodas. À Extreme Sound Records pelo suporte e parceria. Às
bandas parceiras de estrada, valeu a energia trocada em shows. Valeu demais a
todos envolvidos na banda desde a arte da capa, foto, logo, merchandising,
gravação e apoio. Assessoria de imprensa da VHPress.
Enfim todos que diretamente ou indiretamente apoia a banda em todos aspectos.
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