Por Adalberto Belgamo
O Bad Religion é um dos
meus grupos preferidos! O estilo, que criaram, perpetuou-se e é “copiado” até
hoje. Começaram bem punks e, aos poucos, foram adicionando elementos do
Hardcore (velocidade, principalmente) e melodias sensacionais! O que são
aquelas dobras de vocais? Lindezas sem tamanho!
Outro aspecto importante
sobre a banda é a coerência lírica. Apesar de não ser regra (em arte elas não
existem!), o estilo pede letras mais ácidas, contestadoras e reflexivas. Críticas
construtivas à catástrofe que impera nas relações humanas movidas apenas pela
exploração, especulação financeira e moral na construção de uma sociedade
injusta. DIY nível “hard”, pois construíram a carreira sem se curvar ao
showbusiness, gerenciando a própria vida (e de outras bandas afins) com a
criação da própria gravadora. Sim. Dá para ser contestador e profissional ao
mesmo tempo sem se vender.
A banda já havia se
apresentado no Brasil diversas vezes, mas quem vos escreve nunca conseguia ir
por vários fatores, mas o brasileiro não desiste nunca! (a pior afirmação desde
1500 - não, “Brasil acima de tudo e Deus acima de todos” é mais bizarra! - risos). Enfim, finalmente poderia ver uma das
minhas bandas preferidas ao vivo.
Show durante a semana.
Sem chance de excursão. Solução? Ir de carro. Dirigindo? Não. Fui reprovado
seis vezes no exame! (risos). Melhor assim. Não confio nas minhas habilidades
motoras, de locomoção e de orientação nem a pé! (risos).
Chegamos ao Via Funchal,
depois de passar por uma “chuvinha” na Marginal Pinheiros. Parecia que o mundo
iria acabar e eu não veria a banda! Chuva na hora do rush em São Paulo é para
os fortes, mesmo para copiloto, que não presta atenção em coisa alguma (leia-se
sinalização)! (risos)
O “finado” Via Funchal
foi, com certeza, a melhor casa de espetáculos que conheci. Lugar perfeito. Um
tipo de Teatro de Arena coberto, que permitia ver shows de qualquer lugar
(longe, perto... perto do bar - risos) com conforto e segurança.
A banda entrou com Resist Stance! As pernas tremeram e o
coração disparou. O copo só não caiu da mão, porque quem vos escreve, com medo
da tragédia (risos), virou o danadinho praticamente de uma vez só. Ainda bem
que na outra mão havia mais um preenchido com cerveja geladinha (risos).
Setlist com 26 clássicos!
Difícil destacar algum em especial. No entanto, 21st Century (Digital Boy), Los Angeles Is Burning, Atomic Garden e
American Jesus fizeram a minha
válvula mitral com defeito de fábrica passar pelo teste! Banda afiadíssima,
empolgante e cruel (no bom sentido). Cada enxadada, uma minhoca saia pogando no
meio da pista! Quantos riso oh, quanta alegria, mais de 4 mil malucos no salão!
(risos)
Noite inesquecível!
Depois do massacre
“hardcorefônico”, fomos para a casa de um amigo (mais uma vez, obrigado Itcha
pela hospedagem!) para a recuperação pós-show. Ainda ficaríamos na sexta,
aproveitando a cidade cinza (e maravilhosa)!
Inté!
P.s.: acabaram de lançar “Age
of Unreason”, o novo álbum. Sensacional! Torcendo para que a turnê passe por
aqui!
*Adalberto Belgamo é
professor, atuando no museu (sem ser peça... ainda - risos), colaborador do
Arte Metal, além de ser Parmerista, devorador de música boa, livros, filmes e
seriados. Um verdadeiro anarquista fanfarrão.
Nenhum comentário:
Postar um comentário