quarta-feira, 8 de maio de 2019

Uganga – “Servus”


(2019 – Nacional)

Independente

O Uganga encontrou em “Opressor”, seu quarto álbum lançado em 2014, sua identidade definitiva. Uma sonoridade ‘irrotulável’, mas que conta com o peso do Metal, o ‘groove’ do Thrash noventista e o Hardcore, a banda segue sua trilha em “Servus”, seu mais novo disco.

Se alguém achava que a banda não traria inovações, se engana, pois o novo álbum traz elementos exclusivos que foram adicionados milimetricamente. À primeira vista, ou melhor, audição, o disco parece estranho e ousado demais, mesmo soando bem característico.

Da segunda audição adiante o disco é digerido facilmente e reconhece-se a sua proposta. Que trabalho bacana! Já na primeira faixa (após a introdução), Servus convida você a uma música enérgica e que já traz quebradas com vocalizações brandas, quase recitadas. O Abismo, a música mais rica do trabalho, traz um riff certeiro, mudanças de ritmo, uma espécie de som de catira (dança típica do folclore brasileiro), além de saxofone que ficou extremamente bem encaixado.

A quebrada Hienas traz mais ritmos brasileiros, principalmente na percussão, com uma temática filosófica e participação de Renato BT (John No Arms). 7 Dedos (Seu Fim) é um Hardcore sem escrúpulos e levada direta, com quebrada no refrão. Até na batida eletrônica com scratches da faixa E.L.A o Uganga consegue manter o pé firme e não destoar do trabalho, que traz conflitos ideológicos, ‘causos’ e temáticas sociais em suas letras.

“Servus” ainda traz uma produção de alto nível (musicalmente e no geral, com uma bela arte) e foi lançado com apoio da Wacken Foundation (fundação sem fins lucrativos do Wacken Open Air) e do Programa de Incentivo à Cultura da Prefeitura Municipal de Uberlândia/MG. Inicialmente tímido, o álbum torna-se viciante com o tempo.


9,0

Vitor Franceschini

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