quarta-feira, 5 de junho de 2019

Yngwie Malmsteen – “Blue Lightning”


(2019 – Nacional)

Hellion Records

O guitarrista sueco Yngwie Malmsteen não tem vivido bons momentos, musicalmente falando, nestes anos 2000. Dos oito discos lançados, talvez “Attack!”, lançado há 17 anos, seja o mais interessante desta década, sendo que os outros trabalhos soam bem medíocres e com a criatividade bem morna.

Não bastasse isso, Malmsteen, um dos maiores guitarristas da história, tem uma personalidade complicada, tanto que desatou relações com diversos músicos renomados com quem trabalhou e isso reflete também na execução das composições. Tanto que nos últimos três discos, o músico conta apenas com participações de bateristas (aqui quem comanda as baquetas é Lawrence Lannerbach).

Em “Blue Lightning”, Malmsteen revisita uma formula que utilizou em 1996, quando lançou o disco “Inspiration”. O trabalho então era composto todo por versões de bandas que o inspiraram, com o diferencial de contar com diversos músicos e vocalistas convidados, sendo que aqui Yngwie toca tudo (exceto bateria) e canta, além do trabalho contar com sons autorais também.

Algumas versões manjadas, como de Foxy Lady e Purple Haze de Jimmy Hendrix, Demon's Eye e Smoke On The Water do Deep Purple perdem com o excesso de solos incluídos pelo guitarrista. Faixas que poderiam ficar perfeitas não fosse o excesso de exibicionismo, coisa que todo mundo já conhece em Malmsteen.

Porém, há ótimas versões e curiosas, como de Blue Jeans Blues do ZZ Top, While My Guitar Gently Weeps dos Beatles e Paint It Black dos Rolling Stones, que também quase se tornam maçantes pelo excesso de estilo imposto do músico, mas ainda salvam a colheita.

Porém, bacana é ver as faixas inéditas de Malmsteen darem resultado, curiosamente num álbum que deveria ser de cover. Tanto que a faixa título, que abre o trabalho, é um petardo que há muito o sueco não mostrava e Sun's Up Top's Down mostra toda sua veia Blues. Uma justiça a ser feita: tudo bem que o trabalho em estúdio conta com diversos macetes, mas Yngwie canta muito bem em “Blue Lightning” e deveria até apostar mais no conjunto da obra, do que essa masturbação ‘guitarrística’.


7,5

Vitor Franceschini



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