(2019
– Nacional)
Hellion
Records
O guitarrista sueco
Yngwie Malmsteen não tem vivido bons momentos, musicalmente falando, nestes
anos 2000. Dos oito discos lançados, talvez “Attack!”, lançado há 17 anos, seja
o mais interessante desta década, sendo que os outros trabalhos soam bem
medíocres e com a criatividade bem morna.
Não bastasse isso,
Malmsteen, um dos maiores guitarristas da história, tem uma personalidade
complicada, tanto que desatou relações com diversos músicos renomados com quem
trabalhou e isso reflete também na execução das composições. Tanto que nos
últimos três discos, o músico conta apenas com participações de bateristas
(aqui quem comanda as baquetas é Lawrence Lannerbach).
Em “Blue Lightning”, Malmsteen
revisita uma formula que utilizou em 1996, quando lançou o disco “Inspiration”.
O trabalho então era composto todo por versões de bandas que o inspiraram, com
o diferencial de contar com diversos músicos e vocalistas convidados, sendo que
aqui Yngwie toca tudo (exceto bateria) e canta, além do trabalho contar com
sons autorais também.
Algumas versões manjadas,
como de Foxy Lady e Purple Haze de Jimmy Hendrix, Demon's Eye e Smoke On The Water do Deep Purple perdem com o excesso de solos
incluídos pelo guitarrista. Faixas que poderiam ficar perfeitas não fosse o
excesso de exibicionismo, coisa que todo mundo já conhece em Malmsteen.
Porém, há ótimas versões
e curiosas, como de Blue Jeans Blues
do ZZ Top, While My Guitar Gently Weeps
dos Beatles e Paint It Black dos
Rolling Stones, que também quase se tornam maçantes pelo excesso de estilo
imposto do músico, mas ainda salvam a colheita.
Porém, bacana é ver as
faixas inéditas de Malmsteen darem resultado, curiosamente num álbum que
deveria ser de cover. Tanto que a faixa título, que abre o trabalho, é um
petardo que há muito o sueco não mostrava e Sun's
Up Top's Down mostra toda sua veia Blues. Uma justiça a ser feita: tudo bem
que o trabalho em estúdio conta com diversos macetes, mas Yngwie canta muito
bem em “Blue Lightning” e deveria até apostar mais no conjunto da obra, do que
essa masturbação ‘guitarrística’.
7,5
Vitor
Franceschini
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