Axel Rudi Pell – “Sign Of The Times”

(2020 – Nacional)

 

Steamhammer / Shinigami Records

 

Nesta segunda década de 2000, só de álbuns completos, Axel Rudi Pell lançou meia dúzia de trabalhos. Prolífico, o ex-guitarrista do Steeler não poupa quando o negócio é trabalhar, melhor ainda, sempre mantendo uma boa regularidade. Lembrando ainda que neste período, outros formatos como álbuns ao vivo, singles, box sets, vídeo e compilações também deram as caras no mercado.

 

Mas, não há dúvidas que, ao menos entre os discos de estúdio, nenhum supera “Sign Of The Times”. Impressionante como este novo trabalho, 19º ‘full’ da banda, atinge o equilíbrio, possui qualidade constante em seu repertório e já atinge o ouvinte de imediato.

 

O mais legal é que tudo soa com naturalidade, fato aliás, que é corriqueiro na carreira do guitarrista. O músico foge do estereótipo de ‘guitar hero’, apesar de seu talento incomum, e presta todo seu esforço ás composições, mostrando um trabalho focado no conjunto da obra.

 

A mescla quase que perfeita entre Heavy Metal, Power Metal e Hard Rock aparece a esmo em “Sign Of The Times” e dá as caras já na trinca inicial. Gunfire abre o disco com um dinamismo contagiante, enquanto Bad Reputation traz o Hard à tona, com uma melodia contagiante e refrão pegajoso (o clipe dessa música é sensacional), enquanto a faixa título é aquela ‘power ballad’ um pouco mais sombria.

 

O ouvinte pensa que para por aí, mas as seis faixas a seguir praticamente possuem o mesmo ímpeto, a mesma força nos refrãos e cada uma com seu DNA. Mas vamos mencionar a Hard ‘n’ Heavy The End of the Line, Living in a Dream e sua introdução ‘Reggae’ (isso mesmo!) e a outra sombria e cadenciada Into The Fire, que fecha o disco.

 

Preste atenção ainda na produção do próprio Axel, que conseguiu trazer o aspecto oitentista para o ar moderno atual, com timbres clássicos, e para a grandeza de Johnny Gioeli, que é um vocalista que não possui um timbre tão privilegiado assim, mas consegue extrair cada vez mais o seu melhor. Ainda completam o time, o fiel escudeiro de Axel, o baixista Volker Krawczak, Ferdy Doernberg (teclado, Rough Silk) e a lenda da bateria Bobby Rondinelli (ex-Warlock, Black Sabbath, Rainbow, entre outros).

 

https://www.axel-rudi-pell.de/

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9,5

 

Vitor Franceschini