(2020 – Nacional)
Nuclear
Blast / Shinigami Records
Vamos esquecer um pouco essa era de ouro que foi a segunda década dos anos 2000 para o Testament, depois de dois álbuns magistrais como “Dark Roots of Earth” (2012) e “Brotherhood of the Snake” (2016), sem contar os shows matadores, sejam apresentações próprias ou festivais.
Vamos então raciocinar se
uma formação que conta com Chuck Billy (vocal), Eric Peterson e Alex Skolnick
(guitarras), Steve DiGiorgio (baixo) e Gene Hoglan (bateria) conseguiria gravar
algo abaixo da média. Pensou, aí? Não conseguiu imaginar, né? Pois então, essa
foi uma conclusão que não se consegue chegar.
“Titans Of Creation”
(título que pode servir de trocadilho para esse ‘dream team’ do Thrash Metal)
prova a impossibilidade disso e vira a mente de ponta cabeça quando se faz tal
raciocínio. Afinal, temos um disco que, principalmente no quesito individual
dos instrumentos, soa quase perfeito. Quase porque se fosse perfeito perderia a
graça.
É incrível o nível que
Peterson e Skolnick chegaram nas guitarras, com riffs tão versáteis e sólidos
que conseguem transitar pela carreira do Testament inteira, que é o que eles
plantaram. Nem se comenta os solos, que traz influências inclusive de gêneros
fora do Metal. Ainda assim, sendo produto original da terra, as linhas vocais
de Chuck Billy, que aqui impõe toda sua versatilidade, inclusive apresentando
com mais ênfase linhas rasgadas bem agressivas.
Falemos então da dupla
‘cozinheira’ DiGiorgio e Hoglan. Nem importa que passaram por nomes como Death,
Dark Angel e afins. O que estes caras tocam é fora do normal. Enquanto o
baixista se desprende dos riffs das guitarras criando linhas independentes
intensas, Hoglan parece hoje em dia o baterista mais preciso do mundo.
Pois então onde está a
imperfeição de “Titans of Creation”? Nem todas as músicas empolgam por
completo, mesmo o tracklist tendo um bom equilíbrio. O fato é que temos músicas
que se tornarão clássicos (Children of
the Next Level, WWIII, Dream Deceiver), as excelentes The Healers e Code of
Hammurabi e algumas que passarão em branco. Mas que é uma aula, é.
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9,0
Vitor
Franceschini
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