Vários selos e
gravadoras, além de 21 bandas do Metal extremo brasileiro se juntaram para
homenagear essa instituição do Grind/Death Metal mundial. Sim meu caro, ao
menos o Grindcore, os ingleses do Napalm Death poderiam até patentear, pois não
teria problema nenhum. Afinal, desde 1981 a banda vem maltratando os ouvidos
mais sensíveis.
Como todo tributo e
compilação, este trabalho possui seus altos e baixos. Não. espera aí! Este
tributo não possui baixos, sério! Possui momentos de bons pra cima e o mais interessante
de tudo é que a maioria das bandas impôs suas características nas músicas,
prestando assim uma sincera homenagem.
Nenhuma das 21 bandas
pode ser tachada de ruim ou fez uma produção de péssima qualidade. Nota-se um
interesse mútuo e intenso por parte de todas, ou seja, a coisa aqui foi feita
com prazer mesmo.
O primeiro acerto foi
escolher a banda Into The End para abrir o disco. Chocante o som dos caras que
contam com uma mulher no vocal (!). A execução do medley Multinational Corporations/Instinct of Survival/Your Suffer – todas
do debut “Scum” (1987) é tão intensa que parece puxar o ouvinte pra dentro do
aparelho para que ele possa ouvir o CD de acordo!
Mantendo a chama, a
banda falecida Prey Of Chaos, executa The
Kill de forma odiosa, mostrando um baita conhecimento de causa. O Social
Chaos não deixa por menos em Social
Sterility, do “From Enslavement to Obliteration” (1988), mantendo a fúria
da original, acrescentando ainda mais podridão.
Mais um destaque, a
Subcut rasga tudo com seu Grindcore em Dementia
Acces, do ótimo “Utopia Banished” (1992). O Forbidden Ideas dá uma cara
Death/Grind e até Thrash para Antibody,
enquanto o Homicide dignifica ainda mais Right
You Are de “The Code Is Red... Long Live the Code” (2006). Ainda destaco as
versões de Expurgo, Expose Your Hate (ótima versão de Suffer The Children) e Ressonância Mórfica, que também ficaram
magníficas.
Não soando pejorativo,
algumas versões ficaram bem diferentes como o Reiketsu em Inside The Torn Apart, que mostrou uma versão Thrash/Harcore, na
linha do Pro-Pain. Além dos paulistas da O Mito da Caverna que fizeram uma ode
macabra para Envolved As One.
Sem exageros, “Siege Of
Grind” é um dos tributos mais equilibrados que já ouvi. O fato de ser
totalmente nacional, sem dúvidas, nos enche de orgulho. O melhor mesmo é
comprovar a capacidade que o Metal extremo brasileiro possui. Duas palavras
resumem este trabalho: merecido e digno.
8,5
Vitor
Franceschini
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