terça-feira, 24 de novembro de 2015

A Sorrowful Dream – “Passion” – 2015 – Independente (Nacional)

A banda A Sorrowful Dream está há quase 20 anos na ativa e lembro-me da época de demo-tapes (pela qual a banda obviamente passou) em que seus trabalhos eram, de certa forma, disputados no underground. Não só por isso, mas por sua qualidade, a banda sempre chamou atenção e hoje já é uma realidade.

“Passion” é o segundo álbum do grupo e foi muito aguardado, afinal seu antecessor foi lançado seis anos antes e agradou o público em cheio. Fato este que valeu à pena, afinal o novo trabalho é um disco de tirar o fôlego e mexer com o sentimento dos mais céticos ao gênero praticado pela banda, o Doom/Gothic Metal.

O início com Amálgama, primeira faixa após a introdução, é arrasador e traz uma música diferenciada, com um refrão potente e cheio de assonâncias e aliterações, soando realmente potente e que já prende a atenção do ouvinte. As influências de Fernando Ribeiro (Moonspell) nos vocais de Éder A. de Macedo ficam logo evidentes, mas “Passion” mostrará que o que o cantor brasileiro tem algo a mais.

Aliás, as linhas vocais do disco são um dos destaques, sendo que Éder vai do grave limpo, passando pelo rasgado e possui um gutural sensacional, com uma potência incrível. Tudo tendo duetos com Josie Demeneghi, uma cantora com um potencial enorme e que equilibra de forma encantadora suas linhas.

O instrumental mescla peso e suavidade, assim como o estilo pede, e adotou linhas que abrangem até o Prog Metal pelas mudanças de andamento, quebradas, e versatilidade, o que torna o disco cada vez mais interessante a cada audição. Tudo com uma produção de qualidade, a cargo de Sebastian Carsin e do baterista Ricardo Giodarno, no Hurricane Studio.

Seria injusto destacar apenas uma ou outra composição em meio a um álbum que é uma verdadeira viagem, ora sutil ora agressiva, ora eufórica ora sombria... Tendo em meio a arranjos fantásticos, brutalidade e melodia na medida certa. Fato é que a banda atingiu seus objetivos e gravou um disco de qualidade em um gênero que não oferece mais novidades para serem exploradas. Muito bom!


9,0

Vitor Franceschini


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