Por Vitor Franceschini
São mais de vinte anos
de carreira e quinze do primeiro disco lançado. Apesar de ter hibernado por um
curto período, os paulistas da Hellish War retornam suas atenções para a banda
e pretendem comemorar os feitos, além de trabalhar mais em prol do grupo. Sobre
isso, o guitarrista Vulcano conversou com o ARTE METAL. Hoje o músico tem ao
seu lado Bil Martins (vocal), Daniel Job (guitarra), JR (baixo) e Daniel Person
(bateria).
O
Hellish War está há mais de 20 anos, precisamente 22 anos no cenário metálico
underground. Com exceção de nomes clássicos e bandas dos anos oitenta (onde o
Heavy Metal foi ‘mainstream’), é muito difícil atingir tal longevidade. Qual
seria o segredo disso?
Vulcano
–
Talvez o fato de termos escolhido o Metal tradicional como base criativa para
nossas músicas e de termos mantido alguma fidelidade a concepção original. Ao
longo de todos esses anos não sentimos necessidade de mudar ou misturar estilos
para criar um “novo Metal”. Talvez isso seja um segredo em comum com as bandas
que ainda estão no cenário desde os anos 70.
Aliás, a banda comemora o 15º aniversário do clássico debut “Defender of Metal” (2001). Como a banda vê o disco atualmente e o que ele representa na carreia do grupo?
Vulcano
–
“Defender Of Metal” é um disco antológico e clássico. Representa grandes
conquistas para a banda, pois foi através desse disco que alcançamos o mercado
europeu possibilitando, no futuro, que pudéssemos fazer nossa primeira turnê em
2009 em solos medievais da Europa.
Qual foi a repercussão do primeiro disco em relação aos outros álbuns e o que vocês recordam (em termos de composição, gravação, divulgação e shows) quando se fala do trabalho?
Qual foi a repercussão do primeiro disco em relação aos outros álbuns e o que vocês recordam (em termos de composição, gravação, divulgação e shows) quando se fala do trabalho?
Vulcano
-
É como o primeiro “filho”. A repercussão foi bem forte, bem divulgado, tanto
que ultrapassou fronteiras indo parar na Alemanha e em países vizinhos. Foi
gravado com rapidez, em uma semana. Logo em seguida ao lançamento fizemos bons
shows.
A banda anunciou que fará shows tocando “Defender of Metal” na íntegra, certo? Como a banda planeja realizar esses shows e o que já podem nos adiantar?
A banda anunciou que fará shows tocando “Defender of Metal” na íntegra, certo? Como a banda planeja realizar esses shows e o que já podem nos adiantar?
Vulcano
-
Tocaremos todo o disco juntamente com algumas dos álbuns seguintes. Acredito
que será bem legal para os fãs das antigas lembrarem dessa época, assim como
para nós também, é claro.
Vocês
pretendem relançar “Defender of Metal”? Se sim, o que o disco trará de
diferente, terá bônus ou algo especial na nova prensagem?
Vulcano - Pensamos numa nova prensagem remasterizada e uma possível regravação de umas duas faixas, agora com nosso atual vocalista, Bil Martins, para lançarmos como bônus no novo álbum de estúdio.
Vulcano - Pensamos numa nova prensagem remasterizada e uma possível regravação de umas duas faixas, agora com nosso atual vocalista, Bil Martins, para lançarmos como bônus no novo álbum de estúdio.
Aliás,
a banda está sem lançar nada desde 2013 e até sumiu um pouco da cena. O que
aconteceu? Vocês chegaram a se envolver em outros projetos?
Vulcano
-
Estivemos sim com outras ocupações. Eu estive tocando com o Ripper Owens, além
de outros projetos. O nosso baterista Daniel Person esteve fora do Brasil a
negócios por mais de um ano. Nesse momento estamos justamente retomando o
trabalho a todo vapor.
E
há planos de um trabalho inédito ou algo do tipo? São três discos lançados,
algo ao vivo seria interessante, não?
Vulcano
-
No total temos quatro discos, sendo um gravado ao vivo na Alemanha, o “Live In
Germany”, lançado pela Hellion Records em 2010. Acho fundamental que shows sejam
registrados e lançados. E, com certeza, após o próximo álbum de estúdio, porque
não um segundo trabalho ao vivo?
O
Metal tradicional sempre se manteve em voga no Brasil, mas com oscilações e
bandas lançando pouco. Hoje o estilo parece ter voltado com força, vide nomes
como Primator, Rexor, Battalion, etc. Como vocês vêem o estilo no país
atualmente?
Vulcano
-
Ainda falta força como nos velhos tempos, mas sempre vão existir os fieis ao
estilo tradicional que, graças a eles e a sucessores, o Heavy Metal não deixará
de existir. Por isso que grandes nomes dos anos 80 estão voltando ou se
mantendo com relevância, como é o caso do Exciter, OverKill, Destruction,
Kreator e assim vai.
Como
dito, são mais de vinte anos na cena, três discos de estúdio, seis trabalhos no
total, turnês pelo Brasil e Europa, este último, aliás, que preserva os grandes
fãs da banda. Como é ter esse reconhecimento por lá e por fim qual o lado bom e
ruim de ser uma banda de Metal no Brasil?
Vulcano
-
Ter o reconhecimento na terra do Metal (Europa) é de fato um incentivo pra não
pararmos. Nos faz acreditar no futuro e em querer preservar essa história
dentro do cenário pesado. Nos sentimos orgulhosos por sermos parte desse mundo
e por podermos continuar dando o nosso melhor aos fãs. O problema de ter banda
Metal no Brasil são os espaços que estão cada vez mais escassos. A maioria tem
receio de não ter retorno financeiro com shows de bandas autorais e acabam
fomentando apenas o cenário cover. Mas ainda temos lugares no país que fazem e
sempre farão acontecer a magia do Heavy Metal.
Pra
finalizar, o que o Hellish War representa hoje?
Vulcano
-
Somos representantes do Metal brasileiro e acreditamos nesta força musical
junto aos verdadeiros headbangers.
Abraços a todos os fãs do Hellish War!
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